Secrets

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Meus pés estavam doridos, minhas pernas não podia correr mais, meus braços e mãos não aguentavam mais com o peso da minha irmãzinha de seis anos. Eu corria sob uma floresta onde eu não fazia a mínima ideia onde se situava. Eu não conseguia olhar para trás, e nem queria. Eu só queria correr o mais possível que conseguisse. E toda a minha roupa como a da Mia estavam inundadas pela chuva.

Eu não aguentava mais viver naquela casa. Não aguentava mais aquela família. Tudo o que eu queria era uma vida diferente. Eu só queria ter u pouco de felicidade. Nem que para isso eu tenha que fugir com a minha irmã, daquela que é a pior família do mundo. Ninguém iria querer uma família como aquela. Acreditem, não valem nada. Sem escrúpulos. E sem piedade. Eu os odeio com todas as minhas forças, eu os odeio mais do que qualquer coisa de outro mundo. E eles queriam fazer comigo e com a Mia, o que fizeram com os meus irmãos mais velhos.

E como eu não quero isso para a minha vida, eu decidi fugir no meio de uma dura noite de dezembro. Se eu tiver que passar um natal horrível. Prefiro passa-lo na rua do que com a minha família. Eu sei que estou a ser egoísta em estar trazendo minha irmã comigo, e tira-la de todo aquele luxo. Mas ela não imagina o que lhe esperava se continuasse lá. A viver uma vida de falsidade e cheia de segredos.

E agora estamos perdidas. Eu nunca havia saído daquela casa. Lá tinha-se tudo. Havia aulas particulares, para mim a para os meus irmãos. Empregadas e cozinheiras. Aquela era considerada a maior mansão dos Estados Unidos da América. Para o mundo eramos a família perfeita. Mas ninguém sabia o que se passava para lá dos enormes portões de mármore. Meu pai é um exemplo para o mundo, é verdade. Mas ninguém sabe do que ele é capaz de fazer para ter todo aquele sucesso. E eu não quero essa vida, nem para mim, nem para a minha irmã. Dylan e Aaron, os meus irmãos mais velhos, já estão metidos em todos os esquemas do meu pai. Mas eles não me impediram de fugir. Eles próprios me apoiaram. Apesar de não saberem para onde vou, eles têm a certeza de que eu vou conseguir me safar num lugar que eu mal conheço. Eu com os meus quinze anos nunca saí daquela mansão. Essa é a primeira vez que vejo a natureza sem luxo ou qualquer tipo de mordomias. Meu pai é aquilo que todo o homem quer ser. Dono dos melhores prostíbulos do mundo. É verdade. Meu pai é respeitado e venerado tanto quanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Todas aquelas belas mulheres, que os homens tanto apreciam, e as querem na cama com eles porque acham que elas simplesmente querem assim a vida. É tudo uma farsa. Meu pai trafica mulheres secretamente. E se elas não forem logo, ou se recusarem a ir, meu pai manda mata-las.

Ele não mata. Ele manda matar.

E era isso que iria acontecer comigo e com a minha irmã. Quando eu tivesse dezoito anos ele iria obrigar-me a ir para um desses prostíbulos. Ou então, eu perderia a minha vida.

Mas ele é tão bem sucedido, e tão generoso na frente das camaras que ninguém desconfia que ele faz isso com as mulheres, que todos esses homens ricos e poderosos comem. Eu não sei como ninguém desconfia dele. Eu não sei como ele consegue esconder um segredo assim. Que tanto está exposto ao mundo, como simplesmente está tão bem escondido como o maior tesouro do mundo. Mas eu não sei como ele tem coragem de fazer isso. Eu simplesmente não sei como ele pode amar a mamãe. Eu me pergunto diariamente se ele a ama, ou se só quer mostrar para o mundo que trata bem as mulheres. Porque na frente da camara, sempre que está com a mamãe, ele é o homem mais carinhoso e atencioso á face da terra. Mas como eu disse.

Ninguém sabe o que acontece para lá dos portões da mansão. É um fato.

- Mia – pousei-a no chão assim que havia conseguido um abrigo que serviria para pouco tempo – olha bem pra mim – agarrei sua face pequena – nós agora vamos ter de nos safar sozinhas, só eu e você, vamos ter de mentir, sobre nossa identidade está bem? – Ela assentiu – Agora você vai ter sempre de tratar por Nancy, e eu te vou tratar por bela. Pelo menos sempre que tiver gente ao nosso redor – dei um beijo na sua testa.

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