Cap 03 A noite de sangue

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No dia seguinte Jonathan já estava a caminho da escola, geralmente tinham muitas pessoas na frente de suas casas cuidando de seus jardins, porem a rua pela primeira vez estava deserta, estranhou por não encontrar Noah e Selena nó pé da escada, ao entrar na escola que também estava deserta, foi direto a sua sala subindo a escada central. Como de costume havia em sala apenas Miles, Charles, Colin, Rose, Greta e Angel. Sentou distante do grupinho encrenqueiro. Passou todo o dia calado, mal abrira a boca em sala de aula, só quando estava reclamando das peças que Miles e seus amigos ficavam lhe pregando. No caminho de volta as ruas continuavam deserta... Exceto por um homem... De aparência estranha, Jonathan nunca o tinha visto pelas redondezas antes, caminhou de vagar em direção ao tal homem, ele usava um sobretudo negro com botões dourados... Espera... Ao se aproximar, Jonathan reparou nas mãos daquele ser... Uma bolsa? Seria então uma mulher? Ao chegar mais perto reparou na silhueta feminina, havia volumes em seus bustos, "só pode ser mulher" pensou, continuou se aproximando, como os espaços de uma casa para outra não era tão grandes, ele se escondeu por trás de uma lixeira da casa ao lado onde a tal mulher estava avistando com mais calma agora ele pode perceber que a tal mulher tinha longos cabelos prata, dos quais estavam amarrados num grande rabo de cavalo. Escutava vozes saindo perto da porta dos fundos onde a tal mulher se encontrava, ela não se mexera desde que Jonathan há avistou, começou a escutar vozes que vinha de dentro da casa, reconheceu como sendo da viúva, Janis Rose.
A mulher desconhecida começou a se mexer, soltara seus longos cabelos pratas e arremessou a sua bolsa de mão em direção onde o Jonathan estava quase denunciou seu esconderijo. "Tenho que sair daqui logo, ela vai querer buscar a bolsa" pensou mas seus pensamentos fora interrompidos, a senhorita Janis acabara de sair pela porta dos fundos.
- Olá? Quem é você...?
- Me chamo Elizabeth, creio que terá que vir comigo. - Elizabeth esticara o sobretudo de um jeito do qual Jonathan não vira o que ela acabara de mostrar a senhorita Janis, mal dava para ver o rosto da desconhecida para ser preciso.
- Não... Como você chegou até aqui? Não vou com você a lugar algum. Então é você a responsável pelos desaparecimentos? Não vai acontecer comigo, não mesmo!.- Janis partiu furiosamente contra a desconhecida Elizabeth. As suas intenções, no entanto de combate corpo-a-corpo foram obliteradas.
- Você não da escolhas. - Sacando uma espada com a mão esquerda Elizabeth com muita facilidade e com certa velocidade assustadora, cortou ambos os braços de Janis ao meio, como seus braços estavam esticados possibilitou cortá-los na altura de seus cotovelos.
Janis soltara um grito ensurdecedor, os ouvidos de Jonathan pareciam que iria explodir, ele sentiu vontade de gritar, de vomitar, até mesmo de correr, porem o medo travou suas pernas, ele não conseguia parar de olhar pra bolsa e imaginar que uma hora ela iria para lá.
- Tsc, tsc, Janis... Não era para ser assim... O combinado era só você vir comigo sabe? Por que dificultou tudo? - Janis não conseguia responder, a dor era tanta, ela não parava de gritar e chorar, sacudindo os restos de seus braços que mais pareciam tocos de carne espirrando sangue. - Pare de mexer essa coisa nojenta, esta me sujando com seu sangue imundo. - Janis continuava a gritar e a chorar, as metades de seus braços no chão iam criando uma poça de sangue, todo seu vestido estava ensangüentado junto com partes de seu rosto, logo morreria pela grande perca de sangue. - Agora vamos embora, tenho que dar um sumiço nesse corpo antes que alguém veja.
Jonathan começou a soar frio, percebeu que ela tinha tomado direção da bolsa, Janis ainda não parava de gritar e se contorcer, era a hora certa, poderia fazer um barulho que seria abafado pelos gritos. Janis ainda tentando fugir, em meio aos gritos mal conseguia olhar por onde andava, bateu com força seu corpo contra a porta dos fundos de sua casa, Elizabeth olhou para trás para ver o que era aquele barulho, era sua chance, sua vida dependia daquilo, correr sem nem olhar para trás. A adrenalina subiu sua cabeça e então ele correu, Elizabeth só vira um vulto passando mais não dera importância, achou que foi a sombra de um pássaro, pois a casa de Janis bloqueava a visão de Jonathan correndo. Ele corria desesperadamente, até tropeçou uma ou duas vezes, mas sabia que não podia parar, não parava de suar e chorar, aquela cena ia e voltava em flash, sua cabeça começara a doer, pensou muitas vezes em vomitar, mas não podia parar até chegar em casa, estava há quatro casas de distancia da casa do Padre Wallace, sentiu um alivio, ainda correndo desesperadamente pelas ruas desertas. Quando chegou ao seu quintal pulou pelas roseiras em direção a porta, destroçou uma pequena parte, porem não se importou, a porta estava destrancada e chegou gritando
- PADRE WALLACE... ONDE O SENHOR ESTA? SOCORRO PADRE. A JANIS PADRE, JANIS ESTA...
- Meu filho, calma... Estou aqui na cozinha venha, vou lhe fazer um chocolate quente, daí você me conta direitinho isso.
Contando entre soluços com um tom de terror em sua fala, ele conseguira depois de uns dez minutos contar toda a historia para Wallace, detalhando a tal mulher estranha chamada Elizabeth, o chocolate quente estava agora frio e intocável.
- Elizabeth... Mas Jonathan, você tem certeza de que o nome dela era Elizabeth?
- Sim senhor, eu só não vi suas feições, do ângulo que estava não dava, fora que não conseguia tirar os olhos da pobre Janis sem seus braços, foi terrível Padre, foi terrível
Fez-se um silêncio Jonathan enxugando o choro olhava com interesse ao copo agora, mas só o cheiro o fazia querer vomitar, seu estomago mais parecia ter levado um soco, Wallace se perdia em seus pensamentos, parecia que o nome Elizabeth o teria trazido lembranças... Mas quais... Então o silêncio foi quebrado.
- Padre Wallace... Sabe... Antes de a mulher arrancar os braços da Janis, ela disse algo sobre a tal Elizabeth ser responsável por uns desaparecimentos... Que desaparecimentos são esses? - A reação do padre Wallace foi totalmente incriminadora, ele se contorceu por inteiro, desviou o olhar para os arredores da cozinha no intuito de achar uma forma de mudar de assunto.
- Bom, não da mais para esconder de você. - Disse com certo tom de tristeza em sua voz, e novamente o terror voltou ao rosto de Jonathan
- Então há mesmo desaparecimentos? Por isso as ruas vazias... O aviso na escola. - De repente tudo fazia sentido a Jonathan, até o sumiço dos amigos, Jonathan nunca tinha visto Selena e Noah faltarem uma vez se quer na escola. Jonathan tremia por completo, seu estomago revirava e de novo sentia vontade de vomitar, estava em estado de choque, sua cabeça doía, mas queria saber agora, saber tudo.
- Jonathan, preciso que fique calmo, hoje eu vou lhe contar a historia que tanto lhe devia.
- A historia dos meus pais... Mas o que isso tem a ver com meus pais?
- Fique calmo e escute, eu já te contei que te criei desde que você era um bebê certo? - Jonathan acenou com a cabeça, por não conseguir dizer uma palavra sequer. - Pois bem, seu pai deu você a mim, pouco depois de ter lhe dado o nome e feito sua certidão. Os nomes dos seus pais são... - Cresceu uma coisa dentro de Jonathan, ele nunca tinha ouvido nada dos pais, Wallace sempre dizia que ele era muito novo para entender certas coisas e sempre desviava o assunto, mas agora não, agora ele esta abrindo tudo. Jonathan não sabia como reagir, tinha vontade de vomitar mais agora estava feliz. - Arthur e Elizabeth Walker.
- Elizab... Não... Não pode ser não a mesma Elizabeth de hoje. - Subiu uma coisa de seu estomago a sua cabeça, tudo parecia girar, sua cabeça começara a doer tanto que ele quase caiu da cadeira da mesa onde estavam sentados, seu estomago agora mais parecia uma montanha russa, subindo e descendo.
- Bom... Pela descrição que você me disse não é totalmente certo, mas é uma grande possibilidade, os longos cabelos pratas dela era sua maior marca. - Wallace nem notara o desespero de Jonathan, parecia estar em outro mundo como se a visse naquela cozinha de pé olhando para as cadeiras vazias ao lado deles, olhando para a mesa de madeira.
- Mas o senhor disse que meus pais estavam... Mortos. - Jonathan começou a chorar essa era única informação sobre seus pais.
- Mas estão. - Jonathan o olhou com um desespero, suas pálpebras tremiam, ele estava quase vomitando e não parava de chorar. - Olhe Jonathan, há mistérios nessa vida que você terá de desvendar, você tem um futuro tremulo pela frente, você tem noção de Deus e o mal, do mundo espiritual, e muitas coisas nele você vai aprender ao tempo. - Wallace tentara acalmar o garoto, lançava a ele um olhar de paz, mesmo seu estomago parando de girar, não parava de chorar
Ding Dong
- É a campainha, temos missa hoje, devem estar me chamando, vou atender, suba a seu quarto, limpe esse rosto troque essas roupas sujas e vamos rezar pela alma de Janis.
- Mas padre você não me disse sobre os desaparecimentos...
- Não temos tempo por agora, quando a missa acabar conversamos. - Wallace gritou pela sala. Jonathan que ainda continuava na cozinha. Abriu a porta e viu Berta Willians, uma senhora rechonchuda que morava há dez casas ao lado direito do padre, porem fazia questão de chamar o padre em sua casa, mesmo à igreja sendo três casas antes da do Wallace.
Jonathan começara a subir as escadas com a cabeça doendo, estava perdido em seus pensamentos, até ouviu a senhorita Berta lhe perguntar como estava, porem não conseguia dizer uma palavra sequer. De frente ao banheiro de seu quarto ficava mirando o espelho, vendo flashs do ocorrido, imagens que o mastigavam por inteiro, "Não é real, nada daquilo aconteceu, vou acordar e tudo estará bem" ficava repetindo para si próprio como consolo, mesmo sabendo que tudo era real, mas o que o assustava mesmo era hipótese da própria mãe ser a autora do que acabara de ver, todo aquele assunto sobre seus pais, nunca ocorridos antes, os enjôos voltaram junto da dor de cabeça, molhara e secara o rosto muitas vezes para tentar ficar melhor, porem tentativas em vão. Depois de ficar se encarando mais tempo do que esperava, foi se trocar para a missa, nas suas pilhas de roupas do seu quarto, pegou a túnica o circulo, se vestiu e foi descendo as escadas.
Já dentro da Igreja , olhou em volta, estavam todos os acentos muito bem ocupados como sempre, a igreja era enorme, toda de madeira assim como a casa do Wallace, muito bem polidas, o teto tinha desenhos de anjos, de santos, o lugar era muito bem refrescado, tinha muitas janelas por todas as partes, o altar tinha grandes esculturas de apóstolos, no centro bem acima da cabeça de Wallace, tinha uma imagem de Jesus Cristo pregado na cruz, tudo era muito limpo, com panos de seda bordados, por todas as partes, o acento assim como tudo na igreja era feito de madeira, o lugar era enorme, cabiam mais pessoas do que se podia imaginar. Já cumprindo seus afazeres de ostiário, viu Noah e Selena adentrar a igreja, com vestes muito bem passadas e limpas, Noah vestindo social e Selena com seus costumeiros vestidos, porem agora usava um chapéu onde as bordas passavam de seu corpo, do qual não era muito grande. Selena o vira e então fazia um gesto para que Jonathan se aproximasse deles.
- Olá, desculpe, parece que não deu para irmos ha escola hoje. Como foi o dia Jhony? - Noah não parecia muito interessado com o que ele poderia responder, ficou mexendo na garganta "esta me enforcando esse troço" explicou.
- Normal... - Jonathan sabia que eles sabiam sobre os desaparecimentos, porem escondeu dele, estava furioso, mas não entendeu o motivo pelo qual os seus únicos amigos não o contaram. Decidiu uma abordagem franca, sem voltas. - Por que me esconderam a informação dos sequestros?
- Nos... Jhony... - Selena começara a corar, não sabia o que dizer, foi pega de surpresa. Então de frente ao altar se ouviu a voz da salvação dos amigos, já que Noah também começara a suar.
- Por favor, Jonathan, leve seus amigos aos seus aposentos e vamos então começar nossa missa. - Disse Wallace
- Vamos Jhony, vamos. - Selena não pensou duas vezes, agarrou Jonathan fazendo que a pergunta se perdesse e caminharam aos assentos da frente, Noah os seguiu calado. Jonathan estava muito furioso, não estava nada, nada a fim de estar ali.
- Por favor, irmãos abram suas bíblias em São João 3:16. Lá diz assim. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigênito para que todo aquele que n'Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna";
TRASH
Todos viraram para trás a fim de ver o que era o estrondo, quando um projétil de uma bala que acabara de destruir a vidraça na parte superior frontal a igreja na qual formava um triangulo vinha descendo em direção a Selena, a velocidade era tanta que não deu tempo para reação, Jonathan pensou em empurrar Selena, mas quando suas mãos chegaram perto da garota o projétil tinha acertado a testa dela, fazendo um leve furo na entrada, mas um estardalhaço na saída, respingando sangue em Jonathan e Noah que estavam ao seu lado. Caíram sobre a igreja trovoadas de gritos por todos os lados, faces de pavor por todos os cantos.
BAM!
A porta da igreja fechou num estrondo que calou há todos. Um homem estava em pé de frente á porta, fitando a todos que ali estavam, usava um, sobretudo cinza com grandes botões, sua cabeça careca era tão lisa que parecia refletir a luz.
- Hoje vocês terão a vida eterna!-Sacou duas metralhadoras do seu, sobretudo e não hesitou em disparar, o barulho era enorme, "chovia" balas para todos os lados.
Jonathan tratou de se abaixar correndo, Noah foi atingido na perna e caiu atrás de um corpo morto no qual usou como proteção. Wallace correu para os fundos, atrás de uma enorme santa, mas assim que ele arrastou e chamou Jonathan e Noah quando percebeu que também estava vivo, para adentrar com ele em uma espécie de túnel, levou um tiro no ombro esquerdo vindo da direção da janela de novo. O homem careca acabou com todas suas balas e então começou a gargalhar
- Onde pensa que vai padre? Acha que acabou? Que poderá fugir? - Gargalhou mais uma vez, apontou uma de suas metralhadoras contra o padre Wallace, porem ao puxar o gatilho notou que tinha acabado suas balas, praguejou e começou a revirar os bolsos e busca de munição. -Elizabeth, será que pode me dar uma mãozinha? Até porque a garota esta morta. - Jonathan sentiu uma pontada na cabeça, parecia que tinha levado uma flechada bem no meio da testa, suas entranhas reviraram só de pensar que quem estava por trás daquilo era ninguém menos que sua própria mãe.
- Tudo bem, já que você não consegue fazer nada direito. - A porta de madeira começou a ranger na medida que ia se abrindo lentamente, Jonathan começou a sufocar, seu coração acelerou, será que era mesmo sua mãe...? Aquela que tinha arrancado o braço de Janis mais cedo naquele mesmo dia? Parecia que a morte o cercava, olhando por debaixo dos bancos da igreja já que permanecia deitado no chão, sangue começou a escorrer das vitimas a seu corpo, entrando no seu olho e tampando sua visão, mas a voz...era de tudo que precisava, e então teve sua resposta, logo há pós Elizabeth fechar a porta. - Há quanto tempo Wallace? Ainda se lembra de mim? - Jonathan não a via, estava secando o sangue que embaçou suas vistas se levantando, mas sabia que ela caminhava por entre os bancos pisando em mortos para chegar até o altar. - Vai mesmo ignorar sua velha amiga Wallace?
- Cala essa boca, você não é Elizabeth! Não pode ser! - Apertando o buraco do tiro com uma das mãos agitava a outra em direção a Elizabeth em forma de ameaça, mas ela porem parecia não se importar, continuava a caminhar lentamente até ele pisando agora na cabeça de um morto. - A Elizabeth que conhecia não faria isso, ela... ela queria ser diferente, ela não queria mais viver assim. - Wallace se perdeu em lagrimas, não dava mais para segurar suas emoções.
- Calma meu velho amigo, tudo acabara rápido. - Elizabeth o abraçou, Jonathan ficou parado ali olhando, esfregava os olhos freneticamente no intuito de acordar de um pesadelo, ou que aquilo tudo fosse imaginação, Noah estava ao seu lado parado e horrorizado para aquela mulher de beleza estonteante, sua pele parecia tão macia, seus olhos grandes castanhos escuros, sua beleza lembrava uma fera selvagem, com seus longos cabelos pratas e um, sobretudo preto, parecia esconder algo nas costas.
- Vamos Lizi, logo, logo alguém aparece, não queremos chamar a atenção dos ... - O homem careca desconhecido disse uma palavra incomum, algo que nunca tinha escutado antes, não sabia nem como falar o que acabara de escutar, um idioma totalmente desconhecido.
- Tudo bem, bom, hora de dizer adeus Wallace, tenha uma ótima vida eterna. - Ela soltou Wallace dos seus abraços que não parava de chorar, tirou uma arma de dentro do sobre tudo apontou para a testa de Wallace deu uma piscada para ele, seus lábios se moveram mais não ouve som, Jonathan que observara tudo teve a impressão de ter lido "Eu sempre te amei". Ouve o som do disparo e então o corpo de Wallace caiu no altar e sangues mancharam a imagem da cruz acima, Jonathan começou a chorar e sua cabeça doía ainda mais, não só a cabeça, mais seu peito, tudo começou a rodar, ele sentia tantas coisas que não sabia descrever, suas entranhas pareciam estar brincando de dar nós da marinha. - Agora é sua vez pequeno Walker, seus amigos lhe chamam de Jhony não é mesmo?.
- Deixe meu amigo em paz, não vai tocar nele! - Noah cerrou seus punhos, se balançou pegando impulso...
BAM
Abriu-se um rombo no teto, por ele entraram dezesseis pessoas, quatorze homens e duas mulheres, todos vestidos de preto, roupas bem justas usando mascaras negras, o sexo se diferenciava pelas silhuetas das vestes, como por exemplo, as duas mulheres notava-se ter bustos avantajado, as mascaras moldavam seus rostos, quase não existia máscara, pelo fato de ser tão justa, porem não dava para distinguir o rosto por trás dela, ou talvez Jonathan só não conseguisse por não os conhecer, tinha um detalhe nas mascaras, uma cruz branca, a mesma cruz tinha no peito das vestes, onde deveria ficar o coração, porem no rosto ficava onde estaria normalmente o olho de alguém, uma cruz que mais parecia duas fitas crepes uma sobre a outra, eles usavam capas longas e negras, capas que de longe pareciam bem pesadas, todos tinha um físico bem atlético, o silencio se prolongou, porem só até a porta se abrir...NHEEEEEEEEC
- Ora, ora, que zona você fez Lizi, quem diria, você passa anos no inferno e sai de lá para fazer baderna, logo você. - Jonathan estava destruído, mesmo vivo ele sentia a morte, tudo que ele tinha, tudo que ele conhecia tinha sido dizimado, quando olhou para o homem que acabara de entrar, jurou que o conhecia, mas a dor era tanta que não importava mais...nada importava ,ele só queria...morrer.
- O que vocês e seus cachorros fazem aqui Christopher? - As feições de Elisabeth mudaram, o rosto triunfante e vigoroso ficou assustado, poderá ela sentir medo?
- Bom Lizi, alguém tem de limpar a sua bagunça não é? Sua e desse capacho, como fizeram isso contigo Lizi? Sempre achei que você nunca se daria por vencida, estou decepcionado, agora solte o moleque.-Ele notou que seria mais difícil do que parecia, fez-se silencio e então um pensamento leviano passou por Elisabeth, apontou a arma em direção a cabeça de Jonathan, puxou o gatilho... nada aconteceu...a arma poderia ter...falhado?, quando ela levantou a arma na frente de seus olhos, ela estava quebrada, foi cortada no meio
- Algum problema demônio?-Na roda onde se encontrava as 16 pessoas teve um buraco, uma pessoa se mexera, ninguém notou, foi tão rápido, parecia mais uma sombra e com aquela voz tranqüila, foi então que Noah o notou, ele empunhava uma espada, uma katana para ser mais preciso, no chão estava a parte da arma da qual ele cortou com a espada ele estava as costas de Elizabeth - Seu brinquedinho quebrou? Perdão eu não sei o que faço sabe? - um sorrisinho brotou.
O homem careca não se segurou, puxou as metralhadoras, porem antes de conseguir puxar o gatilho, o jovem misterioso com a espada foi mais rápido e cortou-lhe os braços, o homem apavorado e sem reação caiu de joelhos no chão, o sangue jorrava daquilo que um dia fora braços, ele gritava de dor, praguejava e pedia misericórdia, como se fossem duas pessoas diferentes, "tsc, que Deus o abençoe", disse o rapaz misterioso, e então em um giro rápido cortou-lhe a cabeça, decepando de uma única vez o pobre homem, Jonathan soltou um grito de desespero, ele já não sabia mais se restavam muita água no seu corpo, pois já chorava mares, não, conseguia se conter, chorava tanto que agora doía suas lagrimas, ele estava em pânico, não sabia em quem confiar, se os tais mascarados eram mesmo de confiança, ou se a morte o esperava ali e agora...BAM
Uma cortina de fumaça surgiu no meio da roda dos mascarados, encobrindo Jonathan e Elizabeth, o rapaz da espada tentou segura-la, mas era tarde, Elizabeth aproveitara a morte do homem para escapar, sem saber o tal rapaz quase cortou Jonathan, ele estava tão apavorado, que nem tentou se mexer, o homem que tinha entrado por ultimo pela porta, era velho, cabelos brancos e com um blusão, ele era um velho muito estranho, os cabelos eram pequenos, bem gastos, suas feições eram brutas, como um fuzileiro, mas seu físico mostrara, que foi forte um dia, tinha uma postura de soldado e agia com naturalidade naquilo tudo, como se visse isso todos os dias, começou a falar com os mascarados com uma linguagem estranha, Jonathan estava tão desesperado que nem sequer quis entender , o homem agora caminhava em sua direção, tão sereno.
- Garoto, venha comigo, não precisa temer, nós lhe daremos abrigo e comida. - Ele estendeu a mão para Jonathan.
- Senhor Vincent? É o senhor? Mas...
- Hoje não garoto, há tantas coisas para você compreender, este não é o memento certo, venha comigo, lhe ensinarei os mistérios do mundo.-Uma lagrima caiu de seus olhos, Jonathan notou.
- Mas o senhor...ninguém gosta do senhor, todos dizem que o senhor é mal. - Jonathan não conseguiu olhar ele nos olhos por muito tempo, estava apavorado com a presença daqueles homens mascarados com aquela roupa esquisita, ele nunca tinha visto algo daquele tipo, para ser sincero, ele nunca tinha tido um dia como aquele.
- Por que eu deveria acreditar no senhor e nesses... são pessoas isso? Não são? - Apontou aos mascarados.
- Sim, são.- Deu um sorriso bondoso.-Eles são meus amigos, e assim como eles, eu sou um grande amigo do Wallace, acredite em mim.
- Por que ele nunca falou do senhor então? Isso é estranho, ninguém nunca fala do senhor nesta cidade, já estava achando que a sua existência era invenção. - Disse de uma forma que pareceu que aquelas eram as palavras mais corretas.
- Olha aqui seu bastardo idiota, saiba reconhecer aquele que salvou sua vida! - O rapaz da espada se metera na conversa.
- Abel! Não se intrometa, aliais, o resto de vocês, podem ir embora! Daqui eu me viro obrigado! - Vincent batera com um cetro no chão, Jonathan não tinha reparado nele antes, na verdade...parece ter se conjurado do nada, o importante mesmo é que todos acataram sua ordem, menos o jovem Abel.

O Demônio caminha sozinho Onde histórias criam vida. Descubra agora