Bônus Lukas (Comemorando 1k)

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Por Lukas

Eu não sei de onde tirei coragem para terminar com ela. Talvez da minha percepção do que eu estava me tornando: passional, ciumento, impulsivo. Características que eu não gosto, abomino na verdade.

Sempre estive com mulheres que agiam assim, inclusive Aubrey deu uma amostra grátis do tipo de mulher que eu parecia atrair, as possessivas, ciumentas, louças para casar, com um dos olhos no meu dinheiro, outro na minha posição social, todas foram como Aubrey. Você pode pensar que eram apaixonadas por mim por causa da forma como me caçam e brigam por mim, mas não, eram apaixonadas pelo que eu podia proporcionar: status, um bom trabalho como modelo, lugares badalados, um sexo bom, o melhor sexo, e eu estava realmente saturado desse tipo, mas elas me ofereciam uma coisa que eu precisava: distanciamento afetivo, elas não me amariam de fato, portanto não me cobrariam amor que eu não tenho pra dar.

Desde quando eu não tenho amor para dar? Desde que eu entendi o que as mulheres queriam de mim, fica claro quando uma delas aparece com um teste de gravidez positivo, apresentando como seu o filho de outro homem. Isso foi coisa de Lisa, a pior entre todas as vadias que eu conheci. Me fez amar a ela e a criança para um dia numa briga das feias me jogar na cara que eu não era o pai daquele feto que eu já amava como meu. Foi o suficiente para me fazer ver que amar não vale a pena. Trás mais prejuízos que benefícios.

Para que amar se eu posso ter todo o sexo que eu quiser e depois partir para outra?

Conhecer Katarine, no entanto foi um sopro refrescante da vida. Ela era linda, tão ou mais linda quanto as modelos que eu costumava pegar, mas muito mais gostosa porque tinha curvas de fazer qualquer homem perder a cabeça, e tinha um algo mais, ela era inteligente, sincera, como uma mulher não costuma ser, se impunha diante de mim como uma igual, não como uma donzela esperando ser salva, o tipo raro que luta por si própria... alguém a se admirar, profissionalmente muito parecida comigo, mas com uma sensibilidade que eu não tinha. A conexão com ela foi imediata, e ela como uma mulher que sabe o que quer não recuou diante da química inegável que rolava entre nós.

Mas eu não quero magoar Kate em nenhuma instância.

Fazer sexo com ela foi um erro, soube assim que terminamos que eu ia querer muito mais daquilo. Não seria uma vez que acalmaria o monstro que ela despertou. Ela foi incrivel, a inexperiência não atrapalhando, sendo um chame a mais. Kate respondia com o mesmo tesão animalesco que eu, ela também era fera, me consumia ao passo que eu a devorava, achando que nunca teria o bastante, era quente, apertada, de um jeito que me deixa duro só de lembrar.

Eu precisa de um plano de ação, como fazer para continuar tendo aquele sexo incrível com uma mulher que claramente não se encantava com meu dinheiro ou status? Isso era novo para mim, mulheres como ela não faziam parte do meu repertório de fodas ocasionais. Eu precisava ser amigo dela, essa era a resposta. E foi o que eu fiz, fui solicito e disponível, me tornei presente, e a amizade emergiu de forma natural, o que foi uma surpresa pra mim, ser amigo das mulheres com quem eu transo também não é como eu sou, mas não era um sacrifício, Kate é divertida e uma mente interessante, além da recompensa maravilhosa ter aquele corpo, e todo prazer dele pra mim. A entrega com que ela se dava, era inédita, tinha o poder de me deixar de joelhos, mas nunca o usou.

Eu passei a respeitá-la como mulher, a ter um carinho e afetividade a princípio eu encarei como normal, mas que quando passou para o impulso e descontrole me fez acordar para os caminhos que estávamos tomando. Eu precisava reestabelece o controle sobre mim, eu lutei muito para estar no comando das minhas ações/emoções/comportamentos para perder assim.

Eu a levei para conhecer minha família sem ao menos pensar direito o que aquilo significava, apenas achei que minha mãe e Rosaly a adoraria assim como meu pai e Dave, achei que deixá-la sozinha num domingo depois de ter transado com ela não era justo, eu a queria ali, conosco, se divertindo. Só depois das perguntas e olhares complacentes da minha família foi que percebi o quão íntimo tudo estava se tornando. E que ela poderia interpretar aquilo como um compromisso maior. Como todas as mulheres tendem a fazer. E eu tentei colocar alguma distância entre nós, que funcionou como combustível para o tesão que eu tinha por ela.

Nossa viagem para os Hampitons foi outro equívoco do impulsivo. Que deu em mim para mostrar a ela o lugar que mais amo no mundo?

Me afastar não funcionária, eu queria ela, e teria tudo dela, mas já esperando o momento que o desejo fica morno e depois esfria, afinal isso sempre acontece, com todo mundo. Sabendo que com ela, estaria livre do drama e da perseguição, Katarine não era esse tipo de mulher. Até eu ver aquele olhar de medo nela quando na última sexta-feira discutíamos como selvagens, eu não entendi o medo dela, ela jamais seria tratada como Aubrey, porque ela não era como Aubrey. Ela era mais nobre e elegante que Aubrey em sua arrogante aristocracia. Jamais desceria aquele nível, eu não teria nunca que ser frio e estúpido com ela.

O que ela temia? Eu não gostei do medo nos olhos dela que junto ao meu descontrole total e minha vontade de puni-la por ter fugido correndo da festa, ligaram o alarme do meu sistema de defesa. Aquilo tinha passado dos meus limites.

Hoje é sexta-feira da semana seguinte. 7 dias sem ela. 7 dias com um humor do cão, e todas as pessoas me evitando. Me sinto um drogado em abstinência, tenho ficado horas inteiras tomando banhos gelados para tentar reduzir essa frustração, essa ereção permanente, essa droga de pau que não obedece minha cabeça, que tem vida própria e sabe o que quer. Eu me recuso a me masturbar na altura dos meus 31 anos, como se eu fosse um adolescente com homônimos aflorados. E se fosse só do sexo que eu sinto falta. Mas não é, nossas conversas por mensagem são frias e nada falam de verdade. Eu sinto falta de saber dela. Do que a indignou no noticiário hoje, saber das idéias dela para o novo projeto, quero saber o que ela andou cozinhando. Eu sinto falta do calor do corpo dela junto ao meu nas manhãs preguiçosas depois de uma noite de muito sexo.

Mas enquanto eu não puder ser o dono do controle outra vez, eu não terei nada disso. Não nasci para ser dominado por coisa alguma, seja pessoa, ou emoção. Não há espaço na minha vida para perder com esse tipo de tolice que acaba com a gente. Foi por isso que chegamos ao fim, eu não quero que ela experimente dessa sensação de que eu sou vazio, porque não tenho nada de bom para oferecer a alguém como ela.




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Espero que tenham gostado de conhecer um pouco melhor nosso herói. :) Amam ou odeiam?
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Muito obrigada pelo 1k de views. Parece pouco? Mas é tudo pra mim. Muito. Muito obrigada. ♡

Nosso Torto Conto De FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora