Capítulo 13

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Saio do elevador no meu andar me despedi de Lukas com um aceno discreto de cabeça. Nem ouso olhar para ele. A última coisa que eu quero é que as pessoas desconfiem de nós.

Tenho uma tarde atribulada de trabalho. Naquela tarde recebi um telefonema me informando que meu carro chega no dia seguinte. Amém!

Sara é quem me da carona nesse dia. A verdade é que todos são muito gentis e dificilmente voltei de táxi ou metrô nas últimas duas semanas, meu bolso agradece.

Quinta-feira cedinho eu pego meu carro no porto. Paguei uma pequena fortuna para trazê-lo. Minha vizinha Kelly me convidou para jantar na casa dela e conhecer seu marido.

Na sexta Também trabalhei muito. Mal tive tempo de respirar. Depois do beijo no elevador não tive nenhuma notícia de Lukas. Nem emails de trabalho, muito menos mensagesinhas divertidas.

Se eu pensei nele? Sim. Muitas vezes. As vezes me pego rindo de alguma de nossas aventuras e sorrio sozinhas, mas sempre me repreendo depois.

Sempre que eu tenho algum espaço para pensar eu percebo o tamanho da asneira que eu estou cometendo. Eu penso nele, mas sei que ele não deve se lembrar tanto assim de mim. E sabemos que a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco, não é mesmo? E eu me sinto extremamente vulnerável a ele. Chego em casa na sexta com esses pensamentos.

***
No sábado de manhã meu interfone toca incessante, atendo irritada, são 7:00 da manhã de sábado, caralho.

É Lukas. Eu quase desmaio quando ouço a voz dele pelo interfone. O que ele tá fazendo aqui tão cedo?

- Bom dia, Mitchel.

- Bom dia, Lukas. Vc tem relógio, certo?

Ele gargalha.

- Certamente. E no meu diz que é a hora perfeita para uma corrida no parque. Tô te esperando aqui. Você tem 10 minutos.

- Você está de brincadeira.

- Claro que não. Vamos, vamos. Coloca logo o tênis.

- Ok!

Digo mal humorada e vou me vestir. Mas antes uma chuveirada rapida. Ele que espere, nao mandei me acordar tão cedo. Escovo os dentes. Visto Um moletom azul da universidade e uma calça cinza claro. Prendo meu cabelo num rabo de cavalo. Ponho meu tênis, óculos de sol e desço.

Ele está lá. Lindo. Bermuda preta, camisa branca, tênis e óculos de sol, recostado no carro.

- Bom dia, bela.

Diz e me beija na bochecha.

- Bom dia.

- Nossa, esse é sempre seu humor matinal.

Diz fazendo uma careta engraçada.

- Não. Só quando sou tirada da cama para correr cedinho.

- Vamos, não seja resmungona.

Diz e me empurra, me impulsionando para frente.

Nós andamos até o parque, uns 3 km. Ele me conta da semana dele, do que tem feito desde que assumiu os negócios do pai também.

- Meu pai gostou de você. E ele tem um ótimo olho para as pessoas.

Disse quando parávamos para sentar num banco.

- Olha, fico feliz. Seu pai é um homem ótimo. Gostei dele também.

- Eu queria conversar com você.

Sinto que ele muda, fica tenso e ergo uma sobrancelha interrogativa.

- Pode falar.

- Esse nosso arranjo de amigos que transam está ruim para você? Que dizer... Nós nunca falamos sobre isso abertamente, e acho que isso foi um erro.

Nosso Torto Conto De FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora