Capítulo 9

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Abro meus olhos e me deparo com Gael deitado ao meu lado olhando pro teto e pensativo


- Bom dia meu amor!-
Digo


- Olá bela adormecida, bom dia!- Ele diz enquanto beija meu rosto e desce até meu pescoço
Percebo estar em seu quarto, em sua cama, e pra variar, apenas lençóis brancos tampam nossos corpos nús, e isso me faz lembrar da noite passada..

O olho de volta, e lá estava ele a me olhar com aquele sorriso malicioso..

- Acho que seu novo namorado não vai gostar nada do que fizemos essa noite-

Fala-me ao pé do ouvido com aquela voz sensual fazendo-me arrepiar

- Se pelo menos houvesse um.. sabe como é Lorena né-
Digo o fazendo dar um sorriso.. diferente..

- Que bom!-
Diz me encarando com aqueles lindos olhos verdes escuro

- Poderia passar um dia inteiro, só olhando pra esses seus olhos, e sentindo o gosto da sua boca -
Digo passando minhas mãos em seus cabelos castanhos escuros

- Eu adoraria fazer a mesma coisa, mas agora já são quase oito da manhã e acho que se você não correr agora, vai se atrasar pro seu trabalho -
Ele fala fazendo-me dar um super pulo de ninja da cama ao lembrar do trabalho, que tenho vida, que tenho responsabilidades..😦

Corro enrolada no lençol e adivinhem..

Levo um tombo daqueles e Gael como um perfeito cavalinho, começou a rir da minha cara 😒

Pra provocar me desenrolo do lençol, o passo sensualmente no meu corpo, embolo e jogo nele, e na mesma hora ele pega e inala o lençol fazendo cara de prazer, assim eu sigo do jeitinho que vim ao mundo desfilando para o banheiro..

***


Ao me deixar na portaria do meu apartamento, entro e subo pelas escadas até o meu andar, já que o elevador fez o favor de quebrar.. Enquanto isso pego meu celular em minha bolsa e vejo umas 8 ligações perdidas de Lorena, tadinha deve estar toda preocupada comigo, que irresponsável que eu sou.. na mesma hora vejo ela ligando novamente e atendo

[...]

- Finalmente em garota, sinceramente, não sei porque tem celular e não usa-
Já atendo e Lorena começa a gritar.. que desnecessário😑😒

- Já acabou Lorena?-

- Já-

- Então agora desembucha oque você quer com minha pessoa?- Pergunto já pegando a chave em minha bolsa para abrir a porta à minha frente

- Bom..-
Começou receosa

- Fala logo-
Exigi já cheia de curiosidade

- Bom.. Eu liguei pra te avisar, que..-
Antes dessa lerda terminar, abri a porta..

- Iih agora deixa ja é tarde demais-
Ela diz ainda na linha

- Tarde demais pra que minha filha?-
Pergunto fechando a porta atrás de mim, em seguida adentrando o apartamento, e é aí que me deparo com aquela pessoa sentada de costas pra mim no sofá

- Ma.. Mamãe?!-
Pergunto estática, enquanto Lorena que estava sentada de frente pra mim me olhava apreensiva

- Oooh minha filha!!-
Ela fala se virando em minha direção com um daqueles seus sorrisos que eu detesto

- Oh meu Deus..-
Murmuro revirando os olhos

- Oi mamãe-
Digo um tanto desanimada

Você deve estar se perguntando o porquê de eu estar tão surpresa e por ter tido uma reação tão negativa ao ver minha própria mãe
Então.. a morte de meu pai quando eu ainda era bem pequena pesou muito para nós, e principalmente para minha mãe, que o amava muito mais do jeitinho irritante dela, e com isso enfiou na cabeça que a culpada pela sua morte tão súbita era ela, pois segundo ela, ele a amava, a mimava e a tratava do jeito que qualquer mulher deseja ser tratada, e em resposta ela com seu jeito forte, era o motivo de brigas e desentendimentos mas afirma acima de tudo que o amava como nunca havia amado outro homem, e diz que seu grande erro foi não saber se disciplinar, e que realmente as pessoas só dão o verdadeiro valor, quando perde.
E depois disso tudo, adivinhem como ela decidiu enfrentar a situação?
Isso mesmo, ficando pior ainda..

Nos primeiros anos entrou em uma espécie de depressão, não saia de casa, não se arrumava pra nada, e não tinha ânimo pra fazer nada, só sabia ficar entocada e reclamando de tudo, descontando sua raiva e frustração nos outros..
Depois, decidiu fazer tudo ao contrário, saia pra encher a cara, jogava praticamente dinheiro no lixo, eu e Paola ainda pequenas quase fomos pro conselho tutelar pois ela saia e nos deixava dias sozinhas e com fome tínhamos que pedir ajuda aos vizinhos, e então nossa vózinha foi quem nos amparou, se mudou e conseguiu cuidar de todas nós, até mesmo da minha mãe, mas quando tudo parecia estar ficando bem, minha vózinha faleceu..

A partir daí se desencadearam uma série de coisas ruins.. minha mãe revoltada sumiu de vez nos abandonando sozinhas, Paola já com sua personalidade rebelde, transformou-se em uma pessoa pior ainda, cheia de ódio e rancor, e antes que os vizinhos tomassem uma atitude a respeito de nós duas, com a ajuda de Gael, que sempre esteve ao meu lado consegui alugar um apartamento, que era pago com o dinheiro que Gael pegava com o pai, e assim ainda novo começou a trabalhar para poder me ajudar.. Nessa situação, Paola começou a piorar, andava com um pessoal bem mais velho que ela, saia num dia, voltava 3 dias depois, não se comunicava comigo, chegava em casa bêbada carregada, roubava o pouco do dinheiro que eu conseguia pra nos sustentar..
Enfim, só sabíamos brigar..

E após flagrar ela tarde da noite descendo de um carrão de um velho parecendo ser cheio da grana mas quase a beira da morte, cheia de intimidade e de despedida lhe deu um beijo na boca, a puxei pelos cabelos e comecei a gritar com ela lhe dando broncas na frente daquele velho patético e pra que todos os vizinhos da rua acordasse e visse a pouca vergonha, as luzes das janelas acessas e as que tavam apagadas tinham com certeza um ou mais pares de olhos por trás das cortinas a observar, realmente nunca tinha entendido de onde ela tirava coisas novas se não trabalhava e não fazia nada pra ninguém, agora entendo de onde vinha..

Após essa briga nossa relação só piorou, era insuportável vivermos juntas no mesmo teto, daí ela juntou suas coisas e foi embora, também me abandonando.

As coisas ficaram pior do que já estavam, mas aí meu tio Fred veio pra cidade, abriu seu próprio negócio e comecei a trabalhar com ele, mas aí Gael começou a ter seus próprios problemas, seu pai começou a ficar doente e começou a ficar difícil de me ajudar, e com o pouco que ganhava na época ficou pior ainda as coisas pra mim, então colei uns anúncios pelas ruas anunciando que estava dividindo um AP e foi quando Lorena surgiu na minha vida, Lorena sempre foi independente, e sua personalidade com sede de ser livre e fazer tudo o que passa pela cabeça.
Era oprimida pelos seus pais e julgada pelos parentes, ela então me procurou e marcamos pra se encontrar e se conhecer, e posso dizer que foi amizade a primeira vista..

Sofrer Ou AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora