03 | Invasores, tacos de basebol e pantufas derrapantes

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A temperatura diminuiu abruptamente, e o envolvente aroma de um perfume amadeirado se mesclou à frescura do ar noturno, preenchendo o quarto

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A temperatura diminuiu abruptamente, e o envolvente aroma de um perfume amadeirado se mesclou à frescura do ar noturno, preenchendo o quarto. O lençol, cuja textura áspera me envolvia, já não proporcionava conforto suficiente. Os fios da minha franja dançavam diante dos meus olhos, causando irritação. Apesar do desconforto, ignorei-o até que uma brisa gelada acariciou minhas pernas, arrepiando-as.

"Será que esfriou tanto a ponto de uma calça de pijama e uma blusa não serem mais adequadas?"

Com a testa franzida, ponderava a resposta para aquela pergunta, tentando voltar a dormir. O silêncio noturno era interrompido apenas pelo distante ruído de carros na rua, mas foi o ranger de couro que rompeu o silêncio, despertando-me instantaneamente.

Sem mover um músculo, direcionei meu olhar para a janela recém-aberta em frente à cama. O som agudo do vento que passava pela abertura ecoava pelo quarto, mergulhado na escuridão, salpicado pelos ruídos da cidade.

O quarto, decorado com móveis minimalistas de cor branca, parecia ganhar vida sob a tênue luz lunar.

Antes de me deitar, fechei a janela. Por que ela estava agora aberta?

Um arrepio gélido percorreu minha espinha ao avistar uma silhueta intrusa na escuridão, envolvendo-me em um frio cortante e paralisante. Os olhos penetrantes encaravam-me com uma intensidade que me fazia estremecer de medo.

Meu coração martelava descontroladamente no peito, enquanto o medo e o pânico cresciam exponencialmente. Cada batida ressoava em meus ouvidos como um tambor, lembrando-me constantemente de manter a coragem e não ceder ao medo.

A adrenalina me impulsionou a saltar da cama de forma desordenada, gritando. Minhas mãos tremiam incontrolavelmente enquanto procuravam algo para me defender, fechando-se em torno de objetos quadrados – os livros que havia deixado na cabeceira antes de dormir. Tensão e medo emanavam através dos meus dedos trêmulos.

Por um momento, hesitei em confrontar o intruso, mas uma voz interior insistia que não poderia ficar parada e esperar pelo pior.

Lancei os livros contra o intruso sem parar de gritar, cada um arremessado representando minha luta pela sobrevivência. Meu coração martelava descontroladamente enquanto eu tentava encontrar uma saída para aquela situação assustadora.

— Socorro, tarado!

Uma onda de desespero tomou conta de mim, ciente de que estava sozinha e indefesa diante de um intruso desconhecido. Com os olhos fixos na silhueta ameaçadora à minha frente, dei um passo para trás, esbarrando em um abajur que tombou com estrondo.

Apesar de erguer as mãos em sinal de rendição, o desconhecido permanecia de costas para a luz da janela, seu rosto oculto na escuridão do quarto. Estaria arrependido?

Meus músculos tensos revelavam minha prontidão para o combate, enquanto ele mantinha uma postura defensiva.

— Calma, louca, eu não quero te machucar! — ele falou com calma tensa, embargado de apreensão e susto, tentando me acalmar.

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⏰ Última atualização: Mar 13 ⏰

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Uma Louca em Nova York (versão 2019)Onde histórias criam vida. Descubra agora