Capítulo IV- Novos planos

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O ar faltava em seus pulmões e dessa vez Tessa nem ao menos poderia por a culpa em seus espartilhos. Emily havia cuidado pessoalmente da tarefa de vestir a Lady e a ajuda-la a se aprontar para o baile daquela noite. Cuidara para que nem ao menos um fio seu estivesse fora do lugar, ou a deixando desconfortável.

Pobres jovens da sociedade inglesa, sofriam tanto com os padrões que lhes eram impostos. Muitas delas faziam grandes sacrifícios para aparecerem apresentáveis para os futuros pretendentes ao cargo de marido, mas Tessa, bom, Tessa não. O confortável estava bom para ela.

-Duque de Devonshire. –abaixou sutilmente os joelhos, em uma reverencia leve, fazendo com que o pano de seu vestido rosa cobre se movesse junto a ela, cumulando seu tecido no chão.

O Duque ainda tinha seu sorriso irritantemente bonito nos lábios quando Tessa finalmente o encarou nos olhos. Ora, ela não seria boba, não abaixara a cabeça a vida toda para homens como ele, não seria agora que iria fazê-lo.

Tomando o fôlego que lhe faltava, voltou a sorrir, um sorriso deslumbrante.

Não era mais Tessa quem se preocupava com a falta de ar, no entanto.

Daniel sorriu e retomou a compostura que havia perdido na curva do sorriso de Tessa e voltou a cumprimentar seu pai e irmão. Poucos minutos de conversa, um aperto de mão caloroso e já não havia mais sinal dele. Tessa estaria protegida enquanto se mantivesse longe. Era seu plano. Mal sabia ela que os desejos só eram realizados em contos para dormir.

Horas depois, pés doloridos e um sorriso congelado no rosto, Tessa agradecia por não ter esbarrado uma vez sequer com o Duque durante todo o baile. Se parasse para analisar, talvez eles tivessem dançado durante todo o tempo em que ficaram longe. Um passo para o lado e lá estava ele se movendo, num ritmo constante, junto a ela.

Um corredor escuro era tudo o que ela precisava. Aquela área estava inabitada para os convidados. Tessa agradeceria mais tarde a quem quer que tivesse tido essa ideia. Ou achou que o faria. Mudara rápido de conceito assim que a porta do escritório de seu pai abrira, com uma mão a puxando para dentro enquanto outra tapava sua boca.

Por céus, estava sendo raptada em sua própria casa.

Tentou lutar, em vão, não aprendera praticas de autodefesa, muito menos sobre como se portar em tal situação. O rotulo de donzela em perigo não se encaixava com ela no entanto.

Avistando o castiçal mais próximo, o pegou em mãos e num lapso de devaneio do sequestrador em questão, o acertou na cabeça, conseguindo se livrar de seus braços. O susto maior no entanto, veio logo em seguida quando constatou que o tal criminoso em questão era nada menos do que o Daniel.

-Você tem um comportamento um tanto agressivo para uma Lady. –constatou o duque enquanto massageava a cabeça. Era certo que a pancada não havia lhe causado grandes danos, mas teria certeza de que uma dor de cabeça latejante estava próxima.

Tessa estava espantada pela nova revelação, ainda segurava o castiçal em riste nas mãos quando finalmente encontrou palavras para esbravejar.

-E eu diria que o seu comportamento não tem nada de educado para um Duque. Sequestrar moças em sua própria casa agora é seu novo passatempo? O que desejava com isso afinal? – o olhou com curiosidade, se perguntando de fato o que o levara a tal comportamento inadequado.

-Eu não estava sequestrando-a. Tentei falar com a senhorita durante todo o baile se não notou. Esperava uma brecha para isso, mas a Lady se mostrou empenhada para que não a houvesse. Vi que logo procuraria um lugar para se esconder, como fez em minha casa, e resolvi arriscar um palpite que seria para cá. – explicou enquanto fechava as portas de uma vez, os deixando a sós de todo o mundo do lado de fora.

Sozinhos dentro do escritório do conde de Buckingham, agora eram envoltos por um clima ameno e pelas luzes das velas que foram acesas pelo local. Tessa ainda estava parada no mesmo lugar, porem agora não mais segurando sua arma de defesa. Daniel esperava pacientemente por uma pronuncia sua.

-Bom, vejo que depois de todo o esforço que o Duque tenha tido, é melhor que fale logo o que deseja antes que sejamos interrompidos. Eu não gostaria de ser questionada sobre o meu valor por estar sozinha no mesmo cômodo em que um libertino consagrado. – rebateu, respirando fundo, retomando sua compostura. É claro que não se preocupava com sua reputação tanto assim, mas ele não precisava saber disso. Pelo menos não por hora.

Um sorriso cálido tomou os lábios avermelhados de Daniel.

-Lady Tessa, as perguntas a qual será submetida serão apenas o início, eu creio.

-A que está se referindo? – confusa, mais agora do que nunca antes, deu passos incertos na direção do homem a sua frente.

Ele ainda parecia calmo e decidido, sem resquício algum do sorriso esperto no rosto quando disse:

-Eu sei sobre seu plano. Sei que pediu ajuda ao seu criado para efetiva-lo e sei que nunca conseguirá se não aceitar a ajuda pela qual estou disposto a oferecer a você. 

N.A.: Oi meus amores, espero que ainda estejam aqui. Eu queria, primeiramente, me desculpar pela demora na atualização, minha vida tem andado corrida e com alguns problemas que interferem diretamente na minha escrita e no modo pelo qual eu me conecto com todas as minhas histórias. Espero, de coração, que possam entender. Gostaria de agradecer também por cada favorito, comentário  e visualização. Vocês são demais, não tenho como agradecer por tudo isso. Espero também que gostem e continuem acompanhando esse mundo da Tessa e do Daniel. Um beijo amores, amo vocês. 

Século XVIIIWhere stories live. Discover now