Agora ou nunca mais

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Aquele ano acabou e um outro começou, Guto e Elisa continuavam na mesma situação, conversaram e resolveram se afastar um pouco um do outro, continuavam amigos, se beijavam ocasionalmente mas com aquela paixão precisavam respirar, dar uma pausa para pensar.
Desde de bebês juntos, acompanhado os passos um do outro, as vezes se afastar e focar em si mesmo era mais que bom, combinaram que seguiriam aquele ditado popular Seja como Deus quiser.

As mães ficaram desoladas e se recusaram a falar com os filhos por quase duas semanas, até perceberem que era o melhor e apoiarem a decisão, como sempre faziam.
Tanto Guto quanto Elisa decidiram fazer faculdade fora da cidade, após muito pensar eles escolheram quais profissões seguir e resolveram não contar ao outro para onde estão indo, um domingo por mês maratonavam a série que escolherem acompanhar juntos, isso rendia boas discussões e tempo juntos.
Mais um ano terminavam e aquele jantar na casa de Guto seria o último até alguns meses, eles se mudariam na manhã seguinte e até as férias nas respectivas faculdades não voltariam para casa.
- Vou sentir tanta saudade. - a mãe de Guto fala chorando.
-Meus bebês indo embora. - abraçadas elas repetem as frases várias vezes, os pais dos meninos por mais tristes que estivessem não aguentavam mais tanto choro e resolveram jogar Dama, era tradição das famílias, Uma partida de Dama resolve tudo, diziam.
Após o jantar Guto e Elisa se despediram um do outro, dessa vez sem beijos, abraços e risos foram o suficiente, relembrar velhas histórias da infância enquanto assistiam Aquaman.
- Jason Momoa será o Aquaman no filme da Liga! - Elisa diz animada.
- Desconfio que você fez algum trabalho em relação a isso.
-Como assim, Guto?
-Você tem uma língua de praga, lembro da gente assistindo Game of Thrones e você falou que ele ficaria bem como Aquaman.
Elisa ri descontroladamente da cara de susto do amigo.
- Você terá que me suportar no cinema falando frases de Khal Drogo sempre que ele aparecer e claro, da teoria que afirma que o Drogo voltará dos mortos.
Guto dá de ombros -Terei que conviver com isso.

Destinos traçados na maternidade definia bem aqueles dois.
Elisa havia conseguido um apartamento próximo a faculdade por um preço bastante acessível ao que parece o outro morador era também um estudante da mesma faculdade e estava precisando de alguém para dividir as contas, apesar de ser um desconhecido Elisa não viu outra saída, era uma ótima oportunidade e ela não estava disposta a deixar passar.
Subindo as escada com duas malas extremamente pesadas enquanto tinha vontade de chorar ao lembrar que ainda haviam mais duas a sempre levadas para os quatro andar, tocou a campainha e quando a parto foi aberta deixou suas malas caírem, e por sorte acertaram seus pés.

-Aí! Ai! Ai! Aí! Droga! Caramba! - parou de pular de dor ao ouvir as risadas daquele ser, Elisa que havia decidido que não xingaria sentiu uma enorme vontade de falar um palavrão de cinco sílabas sambou na ponta da sua língua para ser dito.

- Augusto.
- Elisa. - ele repetiu no mesmo tom.
- Você está me perseguindo? - ela disse com uma sobrancelha arqueada.
- Como você descobriu?!- ele diz sarcástico.
- Não consigo acreditar. Meu Deus!
- É agora ou nunca mais. - aquela frase nunca pareceu ter tantos sentidos do que quando dita naquele momento, a história deles não havia terminado.
-Percebi uma coisa.- Guto disse reflexivo.

-O que? -pergunta confusa

- Ainda tem partes dessa música que não contamos.

- Vamos largar tudo, mendigar e roubar. -disse ela sorrindo.

- Vou acabar morrendo de fome se você não me amar.

- Que exagero. - e os dois sorriem concordando.

 - e os dois sorriem concordando

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