Primeira Carta

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Capítulo 2; A Primeira Carta

"Olá Peter, muito prazer em conhecê-lo, apenas identifique essa voz na sua mente como som vindo dos lábios de um sonhador, eu estou ao seu lado para navegar na imaginação e ir em busca de resposta para sua pergunta; o sentido da vida, O sentido da vida é estar vivo. É tão claro, tão óbvio e tão simples. Mesmo assim, todo mundo não para de correr em pânico, como se fosse necessário conseguir alguma coisa além de si próprio, mas as pessoas precisam de conectores, escritores, heróis, estrelas, líderes para dar sentido à vida, a caixa de areia de uma criança virada para o sol e soldados de plástico na guerra suja em miniatura; Fortalezas, Navios de guerra de garagem, Rituais, teatros, danças para reafirmar necessidades tribais e memórias, um chamamento para o culto, unindo acima de tudo, um estado anterior, um desejo da família e a magia certa da infância, apenas se pergunte Peter; 'por que nós nos impressionamos e ficamos tão obcecados com coisas e feitos de grandes dimensões, quando na verdade são coisas pequeninas que, combinadas, tornam as grandes encontrarmos possíveis?' você não precisa encontrar a cura para o câncer, ou extrair energia do sol para ser um gigante, basta ser o gigante em seu mundo, e usar sua inteligência para o mesmo. E também, faça alguns amigos, eles certamente iriam te ajudar a procurar essas respostas, afinal, simples palavras continuam sendo simples palavras, e também não esqueça de fazer inimigos, apenas para não deixar de duvidar. não deixe de reciclar sua mente e se fuzilar de perguntas, pois eu estou aqui para te ajudar a encontrar as respostas, e nunca duvide de Deus, a ciência é uma criação, e para toda criação existe um criador. E finalizando; para mim, Peter, enquanto muitos buscam o sentido da vida, eu apenas vivo ela."

Enquanto Peter delicadamente coloca a carta em cima da mesa e corre para a janela, subitamente soltando um assobio para chamar Billy.
— Olá, meu caro - aparece Billy sorrateiramente flutuando, ele agora era um gato roxo com manchas roxo claro, parecia estar flutuando em uma nuvem roxa, representando curiosidade.
— Billy, olha isso - disse Peter, apontando para a mesa.
— Oh! Uma carta! É para você? - perguntou o gato Billy, curioso.
— S-sim, mas como? A carta não tem remetente, e eu não conheço ninguém além da província do Hawaii... - respondeu Peter, meio pensativo.
— Hum... 'sonhador', achou que se trata de alguém que anda nos observando, Peter - disse Billy, enquanto se deitava na cama e se enrolava na cauda roxa.
— Billy, ele disse que iria me ajudar a encontrar as outras respostas, mas como eu iria perguntar? - disse Billy, enquanto se sentava na cadeira de rodinhas da escrivaninha.
— Hum.. - grunhiu o gato enquanto via o que tinha nas costas da carta — Olhe Peter, tem algo mais aqui... - nesse o mente Peter pegou a carta de Billy e leu o que estava atrás...

"Peter, para conversar comigo, terá que escrever uma carta e colocá-la em uma garrafa de vidro tampada, e despejá-la na praia Hanauma, irei respondê-lo o mais rápido possível, espero que siga os meus conselhos...

De: Um Sonhador
Para: Peter Teinnor"

— Sabe, ele é bem misterioso, tenho que admitir - disse o gato enquanto se lambe.
Peter se senta na cama ao lado de Billy.
Peter não sabia muito bem o que pensar, mas sabia que não poderia encontrar as respostas sozinho, era necessário uma ajuda, ele sabia que estava sendo egoísta consigo mesmo.
— Billy! Amanhã irei fazer.. A-ami-migos... - disse ele meio relutante.
— Finalmente - resmungou Billy como resposta.
— Me ajuda? - perguntou Peter, com olhar torto.
— Haha, mas é claro, agora você tem que dormir, amanhã é um dia cheio - respondeu Billy, agora desaparecendo em uma nuvem de fumaça roxa.
Peter toma banho, escova os dentes e se deita na cama para dormir, dali em diante, tudo iria mudar.

— Bom dia dorminhoco, pode ir levantando, tem escola hoje - disse a senhora Teinnor com a cabeça escorada na porta do quarto de Peter.
— Ah mãe, só mais dois minutos - disse Peter, sonolento.
— Não! Pode ir levantando - disse Elisa, enquanto andava pelo corredor.
Peter não tinha dormido bem, estava muito ansioso e pensativo na noite anterior, mas já tinha muitos planos em mente. Ouve-se um assobio...
— Pow manolo, me acordou cedo, Qualé! - disse Billy que agora era um garoto de dezoito anos do gueto.
— Sabe Billy, o estilo malandro não combina com você - disse Peter, dando uns risinhos.
— Qualé truta, aqui é artigo 157, sóóh - disse Billy debochando.
— Billy, sabe a Shannon Purser? A garota que eu perdi meu... é... você sabe... - perguntou Peter envergonhado enquanto arrumava a cama.
— Puff, a loirinha colegial que tirou seu bv? Aquela mina é mó caô, tsai que é barca furada -  disse Billy, soprando o dread envolto no nariz.
— Ah cara, eu sei, mas ela se declarou pra mim na escola, eu que dei pra trás - disse Peter.
— Se liga no raciocínio truta; tu fica se fazendo de difícil e a mina fica na vontade, mas chega o momento em que a mina fica mó dd fuzuê, aí ela se sai de ti, sacou parsa? - disse Billy, fazendo umas expressões com as mãos que Peter não entendeu.
— Sabe, vou tentar falar com ela... bom, tentar, né.. - disse Peter, indo em direção ao banheiro.
— Aí truta, belezinha, mas oh, se der caô e cê fica bruxão, não vem me culpar - disse Billy enquanto ajeitava o dread.
Peter sabia que fazendo amizade com Shannon, a garota mais popular da escola, seria mais fácil fazer outros amigos.

Após ter tomado café e dado um beijo em sua mãe, Peter pegou a bicicleta e foi em direção a escola. Peter assobia enquanto pedalava pela rua.
— Qualé meu parça de cabelos de fogo? Como tá a vibe? - disse Billy aparecendo em uma bicicleta, no mesmo estilo quando estava no quarto conversando com Peter.
— Cara, você gostou mesmo desse estilo - disse Peter
— Claro irmão, esse estilo é o da natureza haha - falou Billy brincando.
Os dois conversaram bastante até chegar na escola, Peter estava nervoso e ao mesmo tempo alegre, aquela sensação era estranha para ele, borboletas voavam em sua barriga.
— Eae? Qual é o plano truta? -  perguntou Billy.
— Cara, é só chegar e falar, sacas... - disse Peter receoso.
— Faz o seguinte truta, vamo esperar chegar a hora do rango pra poder fazer uma broca e depois ir chegar na mina, que tal? -  disse Billy fazendo gestos com as mãos que deixavam Peter desorientado.
— Boa ideia, vamo nessa! - concordou Peter.
Desceram das bicicletas, Peter guardou no meio das tantas bicicletas na frente da escola, a bicicleta de Billy sumiu como fumaça no ar.
Peter entrou na escola, passou pelo corredor, entrou na sala, então sentou na cadeira no meio da sala entre os alunos. nunca tinha feito isso antes, ele pensou que todos estavam o olhando quando na verdade era coisa de sua cabeça.
Alice Caleb, uma das melhores alunas da sala, uma garota baixinha com cabelos pretos e ondulados abaixo das costas, traços árabes e cor morena, sentou ao lado de Peter.
— Ah, Olá Peter, o que está fazendo no centro da multidão? Haha, não é de fazer isso -  perguntou Alice, olhando nos olhos de Peter.
— Ah... E-e que.. Eu acho qu-que eu preciso.. É... Socializar... - respondeu Peter tímido olhando para o caderno em cima da cadeira.
— Ah! Certo! Muito prazer me chamo Alice Caleb - disse ela com um sorriso.
— Pr-prazer, P-peter.. Peter T-tei-teinnor... - disse ele, gaguejando.
A aula começou e Peter estava se sentindo pouco a pouco mais à vontade no meio dos alunos, sempre se sentava na frente da turma e ignorava quem estava atrás.

A campa toca iniciando o intervalo, Peter vai até a cantina, comprar uma coxinha e um suco de uva e se senta. Peter assobia discretamente.
— Qualé parsa, o rango tá show - disse Billy se sentando com Peter, Billy estava com um prato de espaguete.
— Ali Billy, três mesas à nossa frente - aponta Peter com um olhar.
— Ih, olha lá a loirinha, mó caô - diz Billy.
— O plano é o segu...
— Oi Peter, posso me sentar com você? - interrompe Alice.
— S-sim pode...
— Estava conversando com quem? -  pergunta ela enquanto dá uma mordida no sanduíche.
— Não, ninguém, estava pensando alto - disse Peter rapidamente.
Ficaram alguns minutos em silêncio, enquanto Peter não tirava os olhos de Shannon.
— Todos os garotos gostam dela... Queria muito ter um cabelo assim.. - observa Alice, olhando para Peter.
— Ah-h, a S-shannon? - pergunta Peter voltando o olhar para Alice.
— Sim, sabe... S-seu cabelo é... é... L-lindo, Alice - disse Peter disfarçando o olhar para o lado.
— Ah, obrigada... Haha - disse Alice, meio tímida — alguns alunos vão para a praia de Hanauma amanhã fazer um luau, quer ir? - perguntou Alice, olhando Peter carinhosamente.
— Ah.. N-não se...
— Ah, você não disse que queria fazer novos amigos? - falou calmamente enquanto acaba de comer o sanduíche.
— Ah.. Okay, eu vou.. - disse Peter com um meio sorriso.
— Ah, okay! Vou avisar o pessoal, até logo! - disse Alice enquanto se direcionava até a sala, nesse momento a campa do fim do intervalo toca.

Depois do fim das aulas, Peter estava andando pelo corredor...
— Cara, você que é o garoto dos fogos de artifícios? Haha! - perguntou um desconhecido a Peter.
— Fogos d-de artifício?.. - responde Peter meio tímido.
— Sim cara! Aquela explosão de cores que cê fez lá no bairro! Aquilo foi incrível! Eu realmente nunca tinha visto nada assim... - o garoto não parava de falar.
— E-eu agradeço o elogio.. m-mas e.. -
— Ah! Muito prazer! Me chamo Alan Price, sou seu vizinho! Me mudei a pouco tempo Haha! - disse Alan.
— Ah... S-sim.. Prazer, Peter - disse ele, timidamente.
— Alice me disse que cê vai no Lual na praia amanhã, certo? - perguntou Alan animado
— S-sim, eu... 
— E ela disse também que quer fazer novos amigos! Eu por ser um? Posso? Posso??! - insistiu Alan.
— Cara.. S-sim pode -  respondeu Peter ainda tímido.
— Legaaaal, amanhã a gente se vê, tenho que ir preparar os cordões de flores haha! Falou - disse Alan enquanto saia correndo até a área da administração.
Peter ficou lá, impressionado com o garoto extrovertido, não estava mal o dia até, Peter fez dois amigos apenas mudando de lugar na escola, isso já era uma vitória e tanto, pegou a bicicleta e voltou para casa com um sorriso no rosto.

Antes de chegar em casa passou na biblioteca para pegar alguns livros de comunicação, interação social, sociologia e psicologia, queria entender como funciona a comunicação e interação social, estamos diante de um cientista, certo? A Curiosidade é necessária.
Chegou em casa e passou a tarde e a noite estudando todos os livros até dormir em cima de um deles.

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