Escritores da liberdade (RESENHA DO FILME)

Resenha do filme

      O filme Escritores da Liberdade (Freedom Writers, EUA, 2007), dirigido por
Richard LaGravenese, aborda o conflito da questão social com a metodologia ineficaz de educação do sistema capitalista, onde os sujeitos inseridos neste contexto gritam por uma identidade perante a sociedade.
      
A história do filme se passa, na maior parte do tempo, em uma escola. Esta escola era formada por alunos de origem familiar da classe média, onde todos eram iguais. Entretanto, foi implementada uma política social de inserção de alunos de classe baixa a esta mesma escola, fazendo com que os conflitos sociais surgissem.

Dentre os conflitos, encontram-se desde formação de gangues e segregações entre alunos até o
envolvimento destes grupos em crimes.

Em âmbitos educacionais os alunos eram diferentemente tratados, dividindo cada vez mais as classes. É importante ressaltar que estas relações sociais que se formavam delineavam e constituíam o aluno que ali estudava.

O aluno através dessas gangues ganhava uma identidade, uma posição social, e a relação entre membros de diferentes grupos era visto como uma perda desta identidade. Desta forma, a xenofobia estava cada vez mais
presente e cruelmente imposta entre os alunos.

A personagem principal da trama é a professora Srta. Erin Gruwell, recém-formada, repleta de expectativas e vontade plena de atuar de forma verdadeira com seus alunos.

Com esse ar de mudança, a professora encontra dificuldades perante os colegas de trabalho, como a diretora do colégio que inviabiliza verbas e material para a realização de seu trabalho.

Assim, a Srta. Gruwell, somado com a inacessibilidade dos
alunos, começa a questionar o método de ensino daquela escola, encontrando outros caminhos para atuar com aquela turma.

O método de ensino da Srta. Gruwell estava baseado na busca da verdadeira identidade de cada aluno, procurando desmembrar as gangues e a xenofobia existente. A professora procurou encarar seus alunos de forma a destacar suas individualidades, e não visando unifica-los como peças a serem moldadas e fabricadas – modo como é o
método educacional vigente do capitalismo. Para encarar a questão xenofóbica, a professora resgatou o drama do holocausto utilizando sua historia e um livro em especial – O Diário de Anne Frank.

Este livro foi escrito durante a Segunda Guerra Mundial por Anne Frank, que se escondia das forças nazistas, e serviu como profunda reflexão para os alunos. Este método utilizado pela professora fez com que os alunos se desarmassem perante o ensino e desabrochassem perante a sociedade, perante, sobretudo, suas próprias vidas.

Além de reflexões e críticas ao sistema, o filme aborda a importância de se considerar as particularidades do sujeito, e a força versus fragilidade que a sociedade tem na construção da subjetividade do individuo. Esta obra é rica de mudanças pertinentes ao sistema de ensino, onde tem uma semelhança com o método de Paulo Freire - o método Paulo Freire consiste no aprendizado baseado na ação e reflexão, considerando a práxis como ferramenta transformadora.

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