Unknown love

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Ouvia pedaços de madeira pequenos partirem-se quando o meu peso foi depositado neles, enquanto eu corria com a respiração ofegante. Medo sobressaia nos meus olhos castanhos avelã. Choramingava de medo fugindo das criaturas que me tinham assustado. 

Os meus pais e eu estávamos no carro, o meu pai conduzia em direção a casa, passando pela floresta que ele não gostava nada. Conseguia ouvir o uivar de lobos ecoar pela floresta, fazendo-me estremecer de medo. Uma coisa preta parou à frente do veículo fazendo o meu pai parar.

-O que é que foi isso??-Sentia nervosismo na voz da minha mãe .

-Não saiam do carro aconteça o que acontecer.-O meu pai falou saindo da viatura.

-Mãe...

-Tem calma Mariana. Vamos esperar para ver o que era aquilo ok?

Eu acenei afirmativamente a minha cabeça recostando-me no meu lugar. Olhava para os lados como uma maníaca com medo de todas as sombras que me apareciam à frente. Uma pancada no capô do carro fez-me saltar dando um pequeno grito. O corpo do meu pai estava estendido e ensanguentado.

-O que foi aquilo?

Ouvi a minha mãe chorar de desespero virando-se para mim.

-Mariana corre. Não olhes para trás. Vai!

-Mas mãe eu não-Fui interrompida pelo grito da minha mãe.

-Corre! 

Abri a porta a tremer e comecei a correr pela floresta adentro. Pude ouvir um grito feminino ecoar e comecei a choramingar com receio que fosse a minha mãe a ser atacada por um animal qualquer. Eu tinha sido cobarde. Devia ter ficado com ela e protegido-a. 

Corri e corri sem saber por onde ir. Comecei a ouvir passos acelerados e um som completamente desconhecido ecoar. Parecia que havia pessoas a movimentarem-se a uma velocidade sobrenatural. Acabei por tropeçar numa raiz de uma árvore aproximando-me do chão, mas não fiz contacto com ele. Uma mão gelada agarrou-me o braço fazendo-me virar para aquela pessoa que me tinha agarrado. Vi um rapaz com cabelos castanhos, com um olhar bruto acompanhado por mais três pessoas. 

-Quem são vocês?-Eu falei com a minha voz trêmula.

-Nós não temos de te dar satisfações de nada. -O rapaz que me agarrava rosnou.

A sua cara aproximou-se do meu pulso dando-me uma dor nele. Gritei sentindo ardor ajolar-se na minha pele. Senti-me esvaziar de sangue enquanto aquele rapaz me mordia o pulso.

Até que outro som sobrenatural ecoou e o rapaz que à milésimos de segundos atras me segurava o braço foi ao chão. O meu corpo caiu para trás fazendo bater com a cabeça numa pedra. Um vulto veio ter comigo dizendo-me algo. Não consegui ouvir nem vê-lo em condições. Estava com a visão tremida e só ouvia corpos baterem no chão fazendo um som arrepiante. Uns braços frios pegaram em mim e levaram-me a uma velocidade enorme para longe dali. Eu só queria adormecer. Talvez se fecha-se os olhos aquilo tudo iria acabar e que estaria outravez com os meus pais em casa. 

-Não adormeças por favor. Não podes fechar os olhos.

Olhei para aquele rapaz de cabelos pretos espetados com olhos castanhos escuros, quase como se fossem pretos. A sua voz era como a de um anjo. Por mais que as minhas pálpebras estivessem pesadas forcei-me a manter-me acordada, mordendo o lábio para não adormecer. Acabei por entrar numa residência bastante acolhedora e fui deitada numa coisa confortável. Uma mão passou pelo meu cabelo, fazendo-me uma carícia. 

-Está tudo bem pequena. Vais ficar bem.

Senti uma dor no local onde bati com a cabeça fazendo-me gemer de dor. Sem forças pus a minha mão na nuca, retirando-a quando senti uma coisa molhada tapar a minha pele. Olhei para ela e vi sangue. Eu estava a sangrar bastante da cabeça. Suspirei . Isto não podia piorar. O rapaz que estava sentado ao pé de mim pegou-me na mão acabando por visualizar um líquido vermelho. Ele olhou para o lado com a respiração ofegante. O seu peito subia e descia de uma maneira incontrolavel, quase como se estivesse a controlar. A marca da mordidela do meu pulso estava preta e dava me um ardor horrível fazendo-me encolher. Acabou por entrar um outro rapaz de cabelos loiros e olhos azuis profundos.

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