-Otário!- Eu gritei com raiva para o rapaz que me irritava de uma maneira inesplicavel.
Tinha de admitir que eu nem sequer sabia porque é que o odiava... Talvez simplesmente pela sua maneira de ser.
-Olha quem fala, Nora!-Aquele rapaz de olhos azuis fez-me uma careta puxando-me a língua de fora no final.
Revirei os meus olhos verdes e caminhei até casa. Infelizmente aquele imbecil vivia na mesma rua que eu e claro, para me irritar, ele seguia-me desde a escola até à minha casa.
-Quando é que me deixas em paz Louis??-Eu falei com irritação farta de ele me seguir todos os dias.
-Oh, cala-te. Tu gostas!
-Eu?! Deves estar a gozar.-Introduzi a chave na moldura de metal e entrei em casa.
O Louis ia falar, mas eu fechei-lhe a porta na cara, não querendo saber do que ele ia dizer.
-Ah, que chato.
Ouvi um riso feminino. Olhei para o lado e vi a minha mãe com uma chávena de chá na mão. Estava sentada na poltrona que ela tinha posto ao pé da janela, para ler e beber o chá das cinco. Sim, a minha mãe observava-me a vir para casa e achava piada ao Louis.
-Então Nono? O mesmo de sempre?
-Oh mãe o Louis é tão chato. Não sei como gostas dele.
-Vê-se tão bem que vocês se amam.
-O que?! Oh mãe que disparate.
-Ah é verdade, esqueci-me de te contar uma coisa.-Eu sabia que ia sair asneira daquela boca, porque o seu tom era de gozo e felicidade ao mesmo tempo.- O Louis e a mãe dele vem cá jantar.
A minha mãe e o Louis eram grandes amigas desde que o meu pai se divorciou dela. Talvez era porque se percebiam. A mãe do Louis separou-se do marido na mesma altura e elas estavam sempre juntas desde então.
-Oh mãe diz-me que estás a brincar.
-Oh filha qual é o mal? Tu gostas tanto da Jay.
-Eu sei, mas não gosto do filho dela. -.-
-Oh deixa-te disso. Vocês ainda vão namorar um dia desses. Ouve o que te digo.
-Claro mãe, claro.- falei com ironia, subindo as escadas.
***
Ouvi a porta a bater e revirei os olhos. Já sabia quem era.
-Nono vai abrir a porta por favor.
Oh mãe é que estás a gozar! Que paciência que às vezes tenho que ter com esta mulher. Desci as escadas entediada e fui abrir a porta. O cromo do Louis apareceu-me logo à frente com um sorriso parvo na cara.
-Olá norinha!
-Não gosto que me chames isso louizinho.
-Parva.
-Cromo.
Felizmente a minha mãe veio até à porta e levou logo a Jay para a cozinha. Sítio das mulheres... Eu fui para o sofá ignorando o Louis.
-Então, quando é que paras de ser chatinha?-O Louis falou, sentando-se ao pé de mim.
Olhei-o de lado, com um ódio que acho que não cabia no universo. Ele fez um sorriso parvo.
-Quando tu parares de falar comigo.- Não sei porque, mas eu estremeci ao pensar que o Louis podia parar de falar para mim. Omg mas o que é que eu estou a dizer? Eu odeio-o!