Lagrimas caiam pelas minhas bochechas pálidas. Comecei a passar as minhas mãos pelos braços, num movimento quase de desespero de tirar toda aquela sujidade e nojo que sentia no meu corpo. Flashbacks do momento que tinha acontecido à minutos atras fez-me choramingar embalando o meu próprio corpo para a frente e para trás.
Conseguia ouvir o arfar ofegante do meu pai enquanto ele movimentava o seu corpo para a frente dando-me uma dor horrível por todo o corpo. Eu chorava de desespero, rezando que aquilo acabasse em breve e ele me largasse. Ele mordeu-me o seio esquerdo fazendo-me sangrar. Choraminguei de dor. Ele começou a aumentar a velocidade até que parou por completo. Ouvi a sua voz rouca que me metia medo gritar.
-Agora desaparece vaca!
Levantei-me e corri para o meu quarto, com medo que ele me voltasse a fazer o mesmo. Tranquei a porta do meu quarto e sentei-me na minha cama a chorar, sentindo-me como lixo. Retirei de baixo da minha cama monótona uma caixinha e abri-a, retirando de lá um objeto de metal, fino e pequeno. Foi com ele que fiz as minhas linhas diárias.
Olhei para o meu pulso e podia ver que ainda estavam vermelhas. Eu preciso que a minha vida dê uma reviravolta completa para continuar a viver.
***
Acordei mais uma vez para viver sem vontade mais um dia. Levantei-me e fui tomar banho.
Quando me estava a vestir ouvi um estrondo e acabei o que estava a fazer apressadamente e corri escadas abaixo para ver o que se passava. A policia tinha entrado dentro de casa e estava a algemar o meu pai que gritava com raiva.
-Bom dia, somos a policia judiciaria. O seu pai está preso por homicídio.
Entrei em choque. Não consegui dizer uma única palavra a não ser acenar afirmativamente a cabeça. Choraminguei quando o meu pai me tentou bater e os policias acabarm por o levar para o veiculo para ir para a prisão. Uma mulher arrogante olhou para mim de alto abaixo.
-Tem dez minutos para juntar tudo o que é seu e vir comigo.
Acenei com a cabeça afirmativamente e corri escadas a cima começando a fazer as minhas malas. Pus tudo o que era meu e a caixinha que tinha debaixo da cama.
***
Olhava pelo vidro daquele veiculo desconhecido o sítio onde ia ficar. Ou melhor, o orfanato.
Com o meu pai na prisão eu não tinha com quem ficar. A minha tia tinha sido presa também, mas inocentemente.
Ouvia o meu pai aos berros com a minha mãe e pancadas. Desci, farta daquilo se repetir diariamente e meti-me à frente da minha mãe que chorava no chão com medo de levar mais uma vez do meu pai.
-Sai da frente Joana! Ou também queres levar??
Segundos depois senti um ardor na cara e cai redonda no chão, choramingando com medo do homem que berrava feito louco. A minha tia agarrou-me tentando-me consular.
-Vocês as duas, levantem-se.
A minha tia e a minha mae levantaram-se indo para outra divisão. Ouvi alguém chorar e depois um som estridente ecoar pela casa toda. Estremeci quando um corpo que caiu ao chão fez um som chocante.
A minha tia foi obrigada a matar a minha mae e ela ao inicio ela é que foi presa. De certeza que fez queixa à policia sobre o meu pai e por milagre prenderam-no.
Entrei naquele edifício bastante monótono. A directora amostrou-me o meu dormitório onde eu ia ficar e arrumei as minhas coisas. Quando acabei comecei a ficar entediada e decidi ir um pouco à libraria que a directora me tinha amostrado horas atras. Entrei lá e sentei-me numa cadeira pensando no que tinha mudado na minha vida.
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