26 de agosto de 2016
Hoje é sexta feira. Após seis dias de jogos, teremos a festa em comemoração aos cinquenta anos sem ataques terroristas no castelo.
Meus avós dizem que era a coisa mais absurda que acontecia em Chermont. A maioria dos ataques aconteciam de madrugada, todos eram acordados no susto e tinham que correr para o esconderijo mais próximo, mesmo que a vontade fosse de continuar dormindo.
Mas, voltando para o assunto "festa"... Meus pais convidam o povo, repórteres, jornalistas e etc. Isso quer dizer que eu nunca participo e que os jogos são cancelados por um dia. A ideia da festa é ótima e saber que os tempos de ataques já passaram dá uma tranquilidade enorme, mas, só de saber que eu vou ter que passar mais um dia no quarto, já me dá aquela vontade de acabar com essa festa.
O lado bom é que Joseph sempre fica comigo, o que não torna as coisas tão chatas assim. Além de Joseph, meus irmãos e Claire disseram que dariam um jeito de escapar da festa por um tempo para ficarem comigo também. Acho que nunca fomos tão unidos...— Com licença, Alteza — Ethan apareceu na porta e eu soltei a caneta imediatamente. — A senhorita acha mesmo que isso vai dar certo? Quando eram só você e Joseph o barulho não era tão alto. Não acha que vão perceber?
Eu tinha pedido aos meus pais que deixassem Ethan sempre na porta do meu quarto. Ele era o guarda que eu mais confiava no castelo. Ok, não confiava, mas ele foi o primeiro guarda que realmente demonstrou que se importava.
E eu sabia que, se tentassem entrar no meu quarto, ele me ajudaria de qualquer forma.
— Ethan, já combinamos isso. Se alguém tentar entrar, você vai impedir dizendo que esse quarto é particular do rei e da rainha — lembrei. — Não o expulse, isso vai ser ainda mais suspeito. Caso alguém realmente ameace entrar, bata o pé com força na porta e eu darei um jeito de escapar pelo esconderijo.
Logo na construção do castelo, mandaram colocar passagens secretas em todos os cantos do castelo, que levavam para diversos esconderijos no subsolo. Não porque o castelo já era atacado nessa época. Quero dizer, era, mas não por terroristas e sim por outros reinos e países. Tem uma em todos os quartos (inclusive no meu) e pelos corredores, mas não é nada fácil descobrir onde se encontra a passagem ou como abri-la. Isso apenas a realeza e os trabalhadores do castelo sabem.
— Certo — sua voz ainda carregava um certo receio.
— Vai dar tudo certo, Ethan.
Ele concordou, fez uma reverência desajeitada e saiu do quarto. Foi a primeira vez em que eu não o vi fazendo uma reverência perfeita... Devia estar preocupado de algo dar errado, era completamente compreensível.
Peguei a caneta novamente e voltei a escrever.
Ethan está preocupado. Não só comigo e com os segredos que minha família guarda, mas também com o que pode acontecer com ele se falhar, acredito eu. Ninguém o perdoaria se ele falhasse tão gravemente e não conseguisse me proteger. Ninguém o perdoaria se Chermont se afundasse por um descuido dele... Mesmo que o descuido não fosse totalmente dele.
Novas batidas na porta. Dessa vez, abri a gaveta da escrivaninha e joguei o caderno lá dentro, pegando um livro no lugar. Abri em uma página qualquer e gritei:
— Entra!
Joseph, Henry, Madison, Kol, Kai e Claire passaram pela porta animados.
— Oi, Cel! — exclamaram em coro.
— A festa lá fora já vai começar, mas decidimos ficar com você esse ano — Claire anunciou.
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Princesa Proibida - Em Busca da Liberdade (Vol. 1) [DEGUSTAÇÃO]
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