Um Amor Do Passado (PAUSADO)

Prólogo

Maitê

Especial, isso define como será o meu dia. Hoje completo um ano de namoro com o homem que eu amo, Daniel apareceu na minha vida de repente e mudou tudo completamente.

Me olho novamente no grande espelho que tem no meu quarto, eu me sinto bonita, estou vestindo um vestido azul claro que fica um pouco acima dos meus joelhos, uma sandália prata e uma maquiagem extremamente leve.
Há dias não me sinto bonita, pra falar a verdade eu sempre tive dificuldade em aceitar o meu corpo, as vezes olho para as outras adolescentes elas são tão perfeitas, e eu não sou perfeita, estou bem longe de ser uma adolescente perfeita. Meus cabelos são castanho escuro e posso dizer que são bem rebeldes, meus olhos são castanhos e sem graça, eu sou extremamente branca, até parece que sou doente. Várias pessoas já me perguntaram se eu era doente por conta da cor da minha pele, já tentei me bronzear, mas não deu certo, eu saí do bronzeamento toda vermelha, até parecia um pimentão, fiquei dias com a pele vermelha. Depois disso minha mãe nunca mais me deixou bronzear, segundo ela eu poderia no futuro ter câncer de pele.
Eu era uma criança bonitinha, até chegar na adolescência e não ficar nada bonita, até hoje eu me pergunto por que o Daniel namora uma menina como eu, é algo quase inacreditável. Ao contrário de mim o Daniel é lindo, os cabelos dele são pretos e os olhos dele são cor de mel, o corpo dele é perfeitamente definido.

Desço as escadas e agradeço a Deus por não ter ninguém em casa, os meus pais e o meu irmão Lucca não aceitam o meu relacionamento com o Daniel, então todas as vezes que eu falo que irei até a casa do meu namorado eles brigam comigo. Eles são a minha família, mas tem que entender que o Dani é o homem da minha vida e nada vai me separar dele, porque o nosso amor é maior que todas as barreiras.
O dia em que eu trouxe o Dani para conhecer a minha família foi vergonhoso, meu pai começou a fazer milhares de perguntas, meu irmão olhava feio, e a minha mãe se manteve calada o tempo todo, depois disso nunca mais trouxe o meu namorado até aqui, eu não queria passar outro vexame, isso fez com que a minha família odiasse ainda mais o meu relacionamento. O Daniel mora sozinho mesmo tendo apenas dezessete anos, nunca conheci os pais dele, toda vez que toco nesse assunto ele inventa uma desculpa, no começo eu fiquei chateada, mas depois resolvi aceitar, é melhor aceitar que ficar brigando com ele.
Abro a porta e saio, caminho rapidamente, não quero ter o azar de encontrar a minha família no caminho, sorte a minha que a casa do Dani e somente duas quadras depois de casa.

O sol está fraco, pois já está quase se pondo, chego a casa do Dani e estranho ao ver que está toda silenciosa, bato na porta várias vezes, e não obtenho resposta, já cansada de bater na porta eu entro dentro da casa, estranhei o fato da porta não está trancada. Ouço vozes no andar de cima e resolvo subir, as vozes vem diretamente do quarto, paro na porta que está entreaberta, por pura curiosidade fico para escutar a conversa.

— Já está na hora de você largar aquela sonsa que você chama de namorada Daniel, já faz um ano que você enrola a feiosa, e trai ela com praticamente toda a cidade, já chega dessa brincadeira, larga ela e vem ficar comigo. — Ouço a voz de uma mulher falar.

— Calma amor, eu já fiz com que a feiosa entregasse o corpo dela à mim, agora é questão de tempo pra eu mandar ela ir pastar. — Ouço a voz do Daniel.

Meus olhos se enchem de lágrimas, eu não passo da feiosa a qual ele só queria levar para a cama, e depois descartar. E eu aqui imaginando o nosso futuro, os nossos filhos, a gente envelhecendo juntos, e ficarmos juntos até que a morte nos separasse.
Passo as costas da minha mão no meu rosto enxugando as lágrimas que saiam compulsivamente dos meus olhos.

Sem pensar duas vezes abro a porta do quarto com força e entro batendo palmas. O Daniel logo levanta da cama e vem até onde estou.

— Eu acho bom ter descobrido isso tudo. — Passo as mãos no meu rosto tentando limpar as lágrimas. — Sabe eu quero que você e essa vadia se dane. — Me aproximo dele. — Vai chegar um dia que você vai chorar lágrimas de sangue por mim, vai sofrer como nunca sofreu na vida, e eu quero estar por perto assistindo exatamente tudo e dando risadas da sua cara.