TATIANA

164 44 10
                                    

**Hoje é lançamento e quero que conheçam os dois personagens, então mais um capítulo para vocês!


Tatiana

Não pensei que seria tão difícil ver minha amiga se apaixonando e se afastando de mim. Claro que estou muito feliz por ela, fazia tempo que eu tentava incentivá-la a esquecer do passado e viver novamente. Agora eu a vejo apaixonada, mesmo que ela ainda não tenha admitido, sei que minha amiga está entregando o coraçãozinho dela.

Eu sei do que estou falando, sou uma eterna romântica! Vivo quebrando a cara, e não entendo o que acontece hoje em dia, a maioria dos rapazes não querem compromisso, querem o quê? Transar! E nem pensam em passar a noite com uma mulher, eles querem a satisfação do momento, só isso.

Eu adoro uma balada, dançar é minha paixão! Só que essa minha facilidade para me apaixonar tem me matado. Eu quero alguém que me ligue no outro dia, que me leve para jantar, que me mande mensagens, que saia comigo para dançar! E que um belo dia em um belo jantar me peça em casamento: que me prometa amor eterno e que tenhamos a nossa linda casa e nossos lindos filhos.

Por que todo mundo me olha como se eu tivesse chifres na cabeça quando falo isso? Minhas amigas enlouquecem comigo. Eu sou advogada, adoro o tribunal, principalmente quando eu consigo ganhar uma bela causa. Moro com minha amiga apaixonada, a Valentina, e juntas montamos a nossa empresa de Consultoria, ela tem se dedicado à empresa e eu ainda estou advogando.

Eu estou sempre me apaixonando, e sempre levando a pior, incrível essa minha capacidade. Mas eu sei que ainda vou encontrar alguém que pense como eu, que saiba que uma família é importante e que vale a pena – sim - deixar as baladas por um grande amor!

Enquanto isso não acontece, eu preciso ir procurando, ou como vou encontrar? Por isso eu saio, eu danço, me divirto e de vez em quando aparece algum gatinho, mas que não passa de um ou dois encontros no máximo. Os que duraram mais, foram uma furada tão grande que nem vale a pena falar.

Eu lembrava bem do Leandro, depois da festa beneficente, onde o reconheci, lembrei bem do nosso tempo de criança, quando ele e o Eduardo adoravam ficar me provocando. Ser uma menina com sardas não é fácil, ainda bem que hoje em dia elas não aparecem mais. Lembro do quanto eu ficava irritada e queria matar aqueles dois. Meus pais visitavam bastante a casa dos pais do Eduardo e vice e versa. Mas o Eduardo nunca ia com eles até a minha casa, muito menos o Leandro, pois ele é filho da Maria que trabalhava com os pais do Edu, e acredito que até hoje ela esteja lá.

O Leandro sempre foi mais moleque e o Edu ia na onda dele. Eu sempre acompanhava meus pais ou a minha mãe, pois tinha esperança que as brincadeiras sem graça não aconteceriam e quem sabe o Leandro pudesse ser legal comigo ao menos uma vez. O que nunca aconteceu. Eu sofria, mas adorava vê-lo, mesmo sabendo que eu sentiria vontade de matá-lo antes de ir embora. Eu sempre acompanhava a minha mãe e voltava lá com a esperança de que seria diferente... Nunca foi.

Hoje é aniversário da Valentina, estamos no Bistrô do nosso amigo Marcelo. Vi a hora que o Leandro chegou com o Eduardo, namorado da minha amiga. Como este mundo é pequeno, né? E como sou uma moça muito bem educada eu fui me aproximando deles para cumprimentá-los. Sem segundas intenções, apenas por educação mesmo, ou seria por atração? Por que ainda quero chamar a atenção daquele moleque?

Assim que fomos apresentados, como se não nos conhecêssemos, eu senti meu rosto esquentar. Lembrar-me do nosso tempo de criança e da atração que sempre senti por ele, mexeu um pouco comigo. Menino mais velho, não tanto, mas, homem mais velho, sempre chama a atenção de meninas indefesas, certo?

A Valentina puxou o Eduardo para apresentá-lo a alguns de nossos amigos, e eu fiquei fazendo sala para o Leandro. Sei que ele também lembrou de nosso tempo de infância, mas é claro que não seria eu a tocar no assunto, afinal de contas lembrar de brincadeiras sem graça e de como eles tiravam sarro de mim, não me parecia ser uma boa coisa. Então conversamos feito adultos, cada um falando um pouco do seu trabalho e percebi que ele ainda não havia perdido o seu jeito moleque de ser.

ESCOLHAS DO CORAÇÃO Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora