Capítulo 5 - LEANDRO

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Leandro

Não me perguntem por que, mas, eu acabei fazendo nossa reserva em um restaurante mais retirado. Achei melhor não encontrar nenhum conhecido. É um restaurante muito bom, com música ambiente e a culinária é de primeira.

Conversamos bastante durante o jantar, até do meu filho e do meu casamento eu acabei falando, mas sem muitos detalhes. Vi certo espanto nela quando falei do meu filho, mas acredito que foi mais por não saber que até casado eu fui. Realmente ficamos todos esses anos sem nos vermos. Como eu sempre digo o Rio é muito grande mesmo, e mesmo os pais do Edu e os dela sendo tão amigos, nós não tínhamos nos encontrado ultimamente.

Quando saímos do restaurante depois de conversarmos sobre tantas coisas, ao nos aproximarmos do carro, eu senti uma necessidade de tocá-la, de quem sabe não deixar aquele momento acabar. Mas me contive! Apenas agradeci pela noite e por ela ter aceitado o meu convite. Enquanto acariciava o seu braço, cheguei a sentir a tensão que ficou entre nós, mas me afastei. Depois, já seguindo embora, eu fiquei pensando o que poderia fazer para prorrogar mais um pouco o meu tempo com ela, então me lembrei de que ela falou que ama dançar... E imediatamente me lembrei dela dançando naquela noite... Seria bom ter mais um tempo com ela em uma pista de dança. Então eu a convidei e fiquei feliz com a sua reação.

Seguimos para uma boate que inaugurou há pouco tempo, eu já conhecia, estive aqui no dia da inauguração. Mas ela, eu percebi, ainda não tinha vindo. Assim que entramos avistei uma mesa de canto, dessas que tem sofá em volta. Sentamos e eu aproximei meu corpo ao dela e joguei meu braço no encosto ao seu redor. Mal acabamos de pedir uma bebida, ela me puxou pela mão para a pista. Parecia uma criança em noite de natal. Se havia uma coisa que eu já tinha entendido sobre ela, era que parecia uma criança travessa em muitos momentos. Quando seus olhos ficavam brilhantes e miúdos, era só aguardar porque a travessura logo viria.

Ela dançava provocantemente, e logo eu estava segurando-a pela cintura, principalmente porque eu não queria os homens em volta babando por ela. Então achei melhor deixar bem claro que ela estava comigo. Dançamos bastante e fomos ficando cada vez mais perto um do outro, ela estava ainda mais linda mesmo com a pouca luz do ambiente. A saia dela por ser branca e devido ao efeito da luz estava ainda mais branca, e seu sorriso era estonteante. Quando a música mudou para algo mais romântico eu sabia que não tinha mais como resistir. Eu aproximei ainda mais o seu corpo do meu e a beijei.

Firmei uma mão na sua cintura e a outra eu subi até a sua nuca, ela enlaçou os braços no meu pescoço e manteve as mãos firmes ora no meu cabelo, ora na minha nuca. O beijo foi intenso, cheio de desejo e de promessas, quando percebi que estávamos ficando sem fôlego e precisava me afastar um pouco, ela baixou uma das mãos e maliciosamente a colocou por dentro da camiseta, arranhando meu peito e me fazendo gemer em seus lábios. Ela sorriu com satisfação pela travessura.

Não falamos nada, apenas dançamos mais um pouco, com os corpos colados, olhos focados um no outro e com ela me provocando. Foi um misto de sensações no meu corpo e na minha alma. Como boa travessa que ela era e nada inibida, ela voltou a me beijar, ela intensificou o beijo, mordeu meus lábios, e ficou me provocando o quanto pode. Eu precisava tomar as rédeas daquela situação ou acabaria perdendo o pouco de juízo que eu tinha.

- Vamos embora? – Sim, a única coisa que pensei conscientemente ou não, foi em ir embora. Talvez o fato de me afastar um pouco, sair daquele ambiente sedutor, me ajudasse a mudar o rumo dos meus pensamentos e das minhas vontades.

- Vamos! – Ela respondeu sem entender, mas logo eu vi seus olhos se estreitarem. E aquele brilho voltou. Eu imaginei para onde seus pensamentos estavam indo e tive certeza de que eu estava perdido.

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