Gostaria de retroceder,
Não no tempo, pois já se passou e não se retornará,
Mas, no meu eu.
Sim, gostaria de recuperá-lo,
Pois já nem sei mais quem sou.
Quando foi que me perdi?
O tempo passou, tão depressa,
E com ele, cada pedacinho meu se foi,
E eu já não me reconheço mais.
Oh essência! Quando foi que lhe perdi?
Tu fostes embora, de modo que eu nem sequer pude aperceber.
Será que um dia irei recuperá-la?
Ou tu fostes, para não mais voltar?
Diga-me, por onde andas?
Talvez eu saiba quando foi que lhe perdi:
Quando deixei de sorrir,
Nos momentos alegres.
Quando deixei de chorar,
Ao ser magoada.
Quando deixei pra depois,
Aquilo deveria ter resolvido.
Quando eu deixei partir,
Quem eu não queria que fosse embora.
Quando eu deixei de extravasar,
Quando senti raiva.
Quando deixei de dizer,
O que estava encomodando-me.
Quando guardei tudo para mim,
Quando deixei de sentir,
Quando deixei de ser quem eu sou,
Para ser a imagem perfeita,
O que as pessoas quererem ver,
O que não as afete, não as decepcione, não as deixe bravas, não as encomodem,
Não as atinjam de maneira negativa,
Mas a imagem perfeita,
Do que elas querem ver,
Da pessoa pela qual elas sentem prazer em se comunicar,
Que está sempre disponível,
Que seja o que lhes é conveniente.
Alguém, que não seja eu.
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Sentimentos Presos/Palavras Soltas
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