1. Santa.

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Barbara Robson.

   Levantei da cama ainda aérea. Passei a noite toda estudando. Batalhei muito para chegar onde estou. Passei 2 anos para passar no MCAT, além de ,é claro ,na minha vida toda eu participar de todas as atividades extracurriculares da escola, principalmente no "college".

   Enfim, depois de todo esse esforço eu consegui finalmente entrar na HMS( Harvard Medical School). Toda minha família, meus amigos reclamavam por eu não curtir minha vida, dizendo que eu já tenho 21 anos e logo chegarei aos 30, sem aproveitar nada, só vivendo enfurnada nos livros.

   Afastei-me de minhas amigas, de festas, namorados ou qualquer tipo de diversão ou distração. Eu tenho um problema sério com distração, eu só posso ter foco em uma única coisa, não consigo me direcionar para diferentes pontos.

   Cocei os olhos na tentativa de melhorar um pouco a minha visão, que neste momento estava turva. Levantei da cama tropeçando em um livro qualquer fazendo com que quase caísse no chão. Entrei no pequeno banheiro de meu alojamento e me olhei no espelho. Via olheiras, algumas espinhas, uma pele oleosa e uma quase mono-celha. Peguei a pinça e fui tentar fazer minhas sombrancelhas, desisti. Joguei a pinça bufando.

  Tomei um banho, coloquei uma roupa qualquer que encontrei em cima de uma de minhas pilhas de livros. Calcei minhas sapatilhas, penteei meu cabelo( ou pelo menos tentei pentear), peguei meu celular olhando o horário. CARALHO! 3 para as 7 da manhã. Corri feito uma condenada juntando meus livros das respectivas aulas que eu iria ter. Peguei minha mochila e saí de meu quarto, nessas horas bem que eu queria que tivessem inventado o teletransporte.

   Abri a porta da minha sala e o professor ainda não tinha chegado, avistei Carmen no outro lado da sala. Entrei na sala me direcionando para o assento ao lado do de Carmen:

   - Vai ter uma festa em uma das fraternidades, simplesmente vai ser a festa- revirei os olhos.

   - Você sabe muito bem qual é a minha festa, não é Carmen?- falei bufando e já colocando o livro da primeira aula em cima da minha mesa.

   - Você sabe muito bem que eu não ligo, não é Barbara?- bufo depois dessa- Ah! qual é Barbara? Você só vive enfurnada naquele quarto, com a fuça metida nos livros, você precisa relaxar um pouco, você é um ser humano não um robô, você sabe muito bem que eu vou às festas e mesmo assim não atrapalha em nada no meu rendimento na faculdade- ela tinha razão. Carmen era minha melhor amiga e diferente de mim ela vivia nas festa mas, mesmo assim, ainda se destacava entre os melhores alunos, eu pelo contrário me dedicava totalmente aos livros e à faculdade. Como falei antes, só posso ter um foco, e neste momento é ser médica, ter meu dinheiro e viver minha vida. Simples assim. Porém, Carmen insistia em me levar para o "mal-caminho".

   - bom- cedi bufando. Carmen começou a bater palmas seguidas de gritinhos de felicidade. Revirei os olhos depois dessa.

   - Senhorita Camperter, você se encontra em bom estado para comparecer a esta aula- Carmen foi cessando as palmas diminuindo a velocidade delas e o mesmo aconteceu com o seu sorriso ao perceber as palavras do Dr. Hudson- foi o que pensei, bom projetos- eu e Carmen reviramos os olhos ao mesmo tempo pelo fato do Doutor chamar os alunos como ele nos chama rotineiramente, de projetos, pois segundo ele, somos apenas projetos, cabe saber se serão grandes projetos ou se serão inacabados.

   A aula correu como normalmente. Eu ficava encantada com tudo. Simplesmente eu nasci para ser médica.

   Ao término da aula, Carmen encheu meu saco para nos arrumarmos em seu apartamento. O apartamento de Carmen não era aquelas "minuscolosidades" mas também não era tão grande, era normal. Os pais de Carmen são donos de uma franquia de super-mercados muito famosa nos Estados Unidos, o S-MARKET. Mas isso não impediu Carmen de ter uma bolsa integral em Harvard. Minha família pelo contrário é de classe média, de vez em quando minha mãe e meu pai tinham uns problemas com dívidas em cartões de créditos, o faturamento de nossa lanchonete em Los Angeles não dava conta de pagar as despesas de casa, tanto que meus pais tiveram que despedir 2 dos 4 funcionários e eu tive que passar a trabalhar na lanchonete. A bolsa foi meio que , meio não, foi uma benção para meus país não pagarem mais de 47 mil dólares por ano.

Consequences Of An Illusion( Editando)Where stories live. Discover now