A imagem de uma garota me atingiu em cheio, seu corpo estava despido e coberto de sangue, seus braços estavam erguidos, pois seus pulsos estavam presos ao ferro acima de sua cabeça, sua cabeça pendia fazendo com que seus cabelos lhe cobrassem o rosto, vários cortes cobriam o seu corpo, vi que seu peito subia e descia, isso significava que ela ainda estava viva.
_ hora de acordar meu doce - era a voz Dele, tentei fazer com que ele parasse, mas era inútil, eu era apenas uma telespectadora, vendo aquela cena terrível - Vamos brincar mais um pouco?
_ Por favor... Não faça... - sua voz era frágil, cansada - faça com que isso acabe... Por favor, apenas me mate, por favor, eu não aguento mais.
_ Irei realizar seu desejo, afinal você já não é mais tão pura, não é mesmo? Mas antes, preciso encontrar um novo brinquedinho - Ele estava segurando uma faca em uma de suas mãos, em sua outra mão havia um martelo, engolir em seco, ele iria torturá-la, mas ela já estava muito fraca, não sei se ela aguentaria, analisei tudo que consegui a minha volta, cada detalhe era importante, por isso tentei memorizar tudo aquilo que pude, aqui parecia ser uma espécie de túnel, se eu conseguisse me salvar, talvez conseguisse salva-la também, não seria difícil, afinal não existiam tantos túneis abandonados como aqueles e principalmente com aquele símbolo de duas cobras, aquele era o símbolo do zoológico da cidade - enquanto isso preciso me entreter... - O grito da garota ecoou por minha mente no momento em que ele bateu com o martelo em seu joelho.
Ele quebrou meu pulso e por incrível que pareça me senti grata pela dor que senti, pois graças a ela consegui voltar à realidade. Ainda apertando fortemente meu pulso quebrado Ele me puxou para perto.
_ Sua morte será lenta, tenho certeza que com você irei me divertir mais do que com aquelas outras, sinto algo... sinto que você é diferente - Ele passou a sua língua nojenta em minha bochecha - até mesmo o seu gosto é diferente - Ele cheirou meus cabelos - e seu cheiro... É delicioso, você me lembra Ela, esse cheiro igual ao Dela... – enquanto falava ele sua expressão mudou, como se ele estivesse viajando para dentro de suas lembranças, mas isso passou tão rápido quanto surgiu - Prometo que vamos nos divertir muito, na verdade, você gritará muito - falando isso Ele apertou o ferimento da bala em meu ombro, gritei de dor, fazendo com que Ele gargalhasse, uma onda de raiva me atingiu e em um acesso de raiva e dor segurei a pedra, que ainda tinha em mãos, o mais forte que consegui e enfiei no braço que apertava meu ferimento.
Minha visão estava um pouco turva, comecei a me afastar, mas estava fraca e acabei tropeçando e caindo, continuei a me afastar engatinhando, talvez conseguisse sair do bosque e encontrasse alguma ajuda, sabia que isso seria algo impossível, pois ninguém viria ao parque em uma noite tão fria quanta aquela e uma forte chuva estava prestes a cair, mas mesmo assim me apeguei a isso e continuei sem hesitar.
Ar explodiu dos meus pulmões no momento em que uma pancada, em minhas costelas, me fez cair para o lado, descobri que na verdade a "pancada" era um chute. Pois Ele me deu outro e mais outro.
_ Sua vadia! - seu grito fez um alarme soar em minha cabeça - Vou foder você de todas as formas possíveis e não possíveis - Ele se abaixou e ficou por cima de mim - e não vou esperar para isso - Ele forçou seus lábios nos meus tão agressivamente que senti o gosto do sangue, sua língua invadiu minha boca e no mesmo instante eu a mordi fortemente, só soltei quando senti seu punho batendo em meu rosto, dor explodiu do lado em que ele bateu, ele cuspiu longe, provavelmente o sangue que saia de sua língua, a luz da lua escolheu esse momento para ilumina-lo, ele me encarou - Isso - Ele apontou para a boca e um sorriso manchado de sangue surgiu enquanto ele continuava - só me dar mais combustível e seu gosto é muito bom. Eu quero mais.
Ele rasgou minha blusa, afastou um pouco um lado do sutiã e mordeu um de meus seios, eu gritei e ouvi sua risada. Minhas mãos começaram a tatear ao redor à procura de algo que pudesse ser usado como arma, achei uma pedra um pouco grande, mas ele viu, isso resultou em um outro soco, esse foi bem mais violento, violento a ponto de fazer minha cabeça bater em uma pedra, senti um ardor no local da batida e tudo ao meu redor começou a girar, sabia que estava muito próxima da inconsciência e ele já podia perceber isso.
_ Não, você não vai apagar agora, quero que você sinta tudo o que vai acontecer, quero ouvir seus gritos enquanto estiver lhe fodendo - Ele levantou meus pulsos acima de minha cabeça e os segurou com apenas uma mão, fazendo uma nova onda de dor me invadir, graças ao pulso quebrado, com a outra mão, Ele estava trabalhando nos botões em minha calça, a escuridão parecia mais atraente cada vez mais, mas eu não podia ser fraca a esse ponto, eu precisava lutar, não apenas por mim, mas pela garota que eu havia visto, meus olhos já estavam se fechando...
Então ouve um disparo.
Ele caiu por cima de mim, soltei um grunhido de dor pelo peso de seu corpo no meu ferido, senti seu hálito em meu ouvido quando ele sussurrou.
_ Isso ainda não acabou, agora que te provei você não poderá se esconder de mim, irei te encontrar nem que seja a última coisa que eu faça, você será minha, meu doce.
Um policial se aproximou e o tirou de cima de mim, soltei a respiração que nem mesmo sabia que estava segurando. Outro policial, deduzi ser o que atirou, pois estava guardando a arma, se aproximou e ajoelhou-se ao meu lado.
_ Madre de Dios! O que esse monstro lhe fez? - sua expressão era de repulsa, com certeza eu estava tão ruim quanto me sentia, tentei me mexer, mas apenas o pensamento me causou dor - não se mecha o socorro já está à caminho...
_ Você precisa ajuda-la - falei com certa dificuldade, mas eu precisava contar sobre a garota que havia visto - Ele não a matou, ela... Ela... - tossi e senti um líquido quente escorrer de minha boca - muito ferida, mas está viva... Precisa salva-la... Rápido.
_ Você está dizendo que ele tem outra vítima? - assenti - Sabe onde podemos encontra-la?
_ Túnel... Túnel abandonado... Tem o símbolo do zoológico - eu já estava esgotada e o esforço que estava fazendo para falar estava me esgotando ainda mais, a escuridão parecia algo muito atraente naquele momento, tossi novamente e mais do liquido veio junto.
Ouvi o som de sirenes se aproximando enquanto o policial falava algo sobre continuar acordada, sua voz estava cada vez mais distante. A última coisa que vi, antes de mergulhar completamente na escuridão, foram dois preocupados olhos cor de âmbar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sensitiva {Sendo Repostada}
ParanormalRecomeçar. Essa palavra tem se tornado bem constante em meu vocabulário. Desde o acidente que matou meus pais, quando eu tinha quinze anos, e me deixou em coma durante três meses, as coisas mudaram, na verdade, parece que tudo mudou, inclusive eu...