Eu me perdi no meio das letras das nossas músicas e no som das cordas do meu violão antigo. Eu amava quando você tentava tocar, com o cabelo caindo no rosto enquanto seus dedos lutavam para segurar as cordas corretas. Era tão puro e verdadeiro. Eu poderia deitar e ouvir suas tentativas e acertos agora, mas eu não consigo. Os sons da minha mente me impedem. Você está tão longe agora, tão longe de mim e do meu violão. Eu tocava, você cantava com a sua voz rouca e baixa, como um cantor desconhecido em um bar que cheira a whisky e cigarro. No meu quarto ou na grama do quintal da sua casa, não importava a música, eu amava nossos shows particulares onde a única plateia era o vento. A dulpa perfeita. E agora, você está em um lugar silencioso, onde só se ouve sofrimento e batimentos cardíacos. Você está num hospital, dormindo. Eu queria muito pegar meu violão, ir até a janela do seu quarto e tocar, mas eu não posso incomodar os outros pacientes com a minha voz horrível que você insiste em afirmar que é ótima. Eu te amo e a nossa música vai sempre estar na ponta da minha língua... Espero que ela fique na sua também.
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Conto eu conto | ✓
PoetryTransformar os sentimentos confusos em poemas é válvula de escape para quem lida melhor com linhas do que psicólogos. Uma coleção de poemas-contos que conta por si só as histórias que jamais serão ditas em voz alta. Se você estiver lendo esta histór...
