Cobre

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Saudade intensa, apatia, apertos e chuviscos. Saudade tua.

Tardes e tardes a fio se passam assim, tardes gélidas e cinzentas,tardes quentes e aborrecidas; o relógio de pulso azul bebé continua a contar, os ponteiros acobreados reluzem na mansa escuridão do quarto, sinto a necessidade de sair não sei bem para onde, não sabendo bem porquê.

Cortinas corridas, são 15:42 horas, e assim tem sido, repetidamente, tardes e tardes a fio.
E reluz o relógio, e contam os ponteiros, e a vontade de sair permanece.
E assim se repete, e repete e repete, e continuará a repetir; serei infeliz ou encontrarei eu maneiras de o ser?
Será o Outono em si que é infeliz? E se sim, porquê?


Entretanto, conta o relógio de pulso azul bebé, reluzem os ponteiros acobreados, e manifestam-se os teus vagos sonhos; a vontade de sair é persistente, mas não vou dar parte fraca;

afinal, está frio lá fora.


18.10.2016


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