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- o que faremos ? - Perguntei tentando não olhar o terrível monstro que lançava fogo pela garganta.

- Não sei. Precisamos achar as gêmeas.- Ele levantou saindo de trás da pedra e começou a correr, sempre se escondendo atrás das árvores para não ser atingido.

- Daniel !! Pare, não podemos fugir dele lembra ?

- Não estou fugindo,  aliás temos que procurar as gêmeas.

Ele continuou correndo entre as árvores. A medida que íamos mais rápido mais alto ficava o rugido do monstro. Eu escutava gritos, barulhos de coisas quebrando, choro de crianças  e o som do monstro atacando sem piedade quem dele estava fugindo.

Paramos atrás de outra pedra maior.
Não sabíamos onde aquela coisa estava mas ficamos em silêncio retomando o fôlego.

- Precisamos, passar por ele. Ou não sairemos daqui. - Daniel não parecia com muito medo, ele podia enfrentar aquela criatura sem dificuldades.

- O que ? Não podemos nos esconder até ele ir embora ?

- Ele vai nos achar, é só não ter medo entendeu ?

- Entendi, mas e as gêmeas ?

- Elas devem estar bem. Vamos encontrá-las no caminho.

Dei a mão para ele e saímos correndo pela trilha, entre as árvores e folhas.

Daniel estava tentando me fazer ficar calma, eu sabia que há essa hora as gêmeas já estariam brincando de casinha dentro do estômago do monstro junto com as outras crianças.
De repente ele parou com força e me segurou. Quando olhei para baixo  estávamos a uns centímetros de cair dentro de um abismo gigante. 

Daniel me empurrou para trás e o mesmo ficou do meu lado, olhamos para todos os lados enquanto o barulho agoniante que vinha da garganta daquela fera nos perceguia.

- Tá qual é seu plano senhor sabichão?

- Ele deve estar mais perto e se voltarmos não vamos obter sucesso.

- Então o que faremos ?

Ele olhou envolta com os olhos atentos, suas mãos fechadas de tensão e medo, mas apenar do que estava sentindo ele tinha muita coragem uma coisa que eu não tinha nesse exato momento.

- Vamos por ali - Ele apontou para uma parte do outro lado do abismo que tinha algumas pedras boas para fazer escaladas.

- Está querendo que a gente desça por ali ??

Talvez fosse fácil mas eu morreria de medo e não conseguiria mexer nem meu pé, mas era o único local em que poderíamos seguir.

- Melhor arriscar a morte caindo de uma rocha gigante do que ser comido por um monstro.

Corremos até o outro ponto do local, Daniel segurou minha mão e na minha mente ele queria dizer " Aconteça o que acontecer vamos morrer juntos", isso não é a coisa que eu gostaria de pensar agora, não quero que ele morra comigo, que eu morra mas ele precisa ficar vivo, eu não conseguiria vencer a feiticeira sozinha mas Daniel tinha algo que eu não tinha, coragem.

- Olha não fique com medo, estarei aqui bem do seu lado, só preste bem atenção a onde pisa ok ? - Ele abaixou e colocou o pé apoiado em uma pedra.

- Mas e se...e se acontecer alguma coisa?

- Não vou deixar que aconteça - Eu me abaixei e ele me colocou ao seu lado e ajustou minhas pernas entre dois apoios.

Fomos descendo de vagar, ele um pouco a baixo de mim. Eu estava com muito medo, não sabia realmente no que eu tinha me metido, mas eu sabia que eu podia sair viva dali, afinal eu era uma salvadora, se aquela carta for realmente verdadeira e fosse a visão do futuro, então sairíamos vivos daqui, ou um de nós sairia.

O Reino de Óstria Onde histórias criam vida. Descubra agora