Final Girls

Brincadeira mortal

Final Girls [1X03]

[Sarah]

Eu acordei em um quarto escuro, minha cabeça estava latejando e eu podia sentir o sangue escorrer da minha testa.
— Sarah? – a voz fraca de Kalleb me chamou.
— Aí meu Deus, Kalleb. – eu respirei aliviada . — Eu pensei que você estava morto.
— Eu também.
— Onde você está? – perguntei tentando lhe achar na escuridão.
— Perto de você, eu acho. – ele respondeu.
— Bom dia, meus jogadores. – aquela voz psicótica ecoou por uma espécie de auto falante perto de nós. — Espero que estejam bem porquê hoje será um longo dia para vocês.
— O que você quer com a gente? – perguntei com nojo.
— Brincar! – ele riu. – E a brincadeira é o seguinte, caso não tenham notado, vocês estão desamarrados e poderão andar livremente por essa casa. O objetivo de vocês é ficarem vivos até a meia-noite. Boa sorte meus amores e que os jogos comecem.
O quarto ficou silencioso e escuro por um tempo até que uma espécie de luzes de emergência foram acendidas pelo local e pelo resto do que parecia ser uma casa abandonada. Kalleb estava no canto da sala, todo ensanguentado e com um visível corte no abdômen porém, enrolado em uma gaze.
— Por que isso está em você? – perguntei curiosa.
— Não é óbvio? – ele respondeu. — Ele está nos mantendo vivos para nos matar mais tarde.

[Fernanda]

— Acorda, filha. – minha mãe entrou no quarto. — Vai se atrasar para a escola.
— Essa é a idéia. — eu disse cobrindo minha cabeça após ela acender a luz.
— E se eu te contar que tem um gato te esperando lá em baixo? – ela falou maliciosamente.
— Oi? – eu levantei correndo. — Quem?
— O irmão da Amanda. – ela riu. — Se bem que ele é um pouco velho para você.
— Dois anos, mãe. – eu falei. — Não é como se fosse um absurdo.
— Você tem razão.
— Diga para ele que eu desço em quinze minutos.
Eu me arrumei correndo, me vesti como o flash, passei um pouco de maquiagem tomando cuidado para não ficar parecendo o Bozo, escovei os dentes e desci bancando a diva que não estava com pressa.
— Bom dia, pai. – falei. — Oi, Lucas.
— Bom dia, você está linda. – ele sorriu.
— Obrigada. – eu sorri de volta até que meu pai “tossiu”. — Acho melhor irmos.
— Eu também. – ele ficou sem graça.
— Tchau mãe, tchau pai.
— Tchau Sr. e Sra. Gomes.
— Tchau. – minha mãe respondeu.
— Estou de olho em vocês. – disse meu pai.

[Amanda]

Eu não havia conseguido dormir naquela noite, Sarah e Kalleb estavam em algum lugar, sofrendo e eu não podia fazer nada.
— Você está bem? – Matheus perguntou enquanto estávamos indo para a escola.
— Sim, por quê?
— Sei lá, você está avoada. – ele respondeu enquanto dirigia. — Quando a sua mãe e seu padrasto voltam?
— Na semana do meu aniversário.
— Eles sabem do que aconteceu? – perguntou.
— Não. – Respondi. — Não quero estragar a viagem deles até porquê, já passou.
— Será que passou mesmo? – ele perguntou ficando sério.

[Ygor]

Eu estava andando pela escola, encontrei Ana, Bella, Guilherme e Luis sentados nos gramados e me aproximei.
— Oi, gente. – disse ao sentar.
— Oi, Ygor. – responderam em uníssono.
— Como foi o velório? – perguntei curioso.
— Por que você não foi? – Bella perguntou.
— Odeio velórios. – respondi.
— Mas ele era seu amigo. – disse Luis. — Você não quis se despedir?
— Eu não quis que a minha última lembrança fosse ele deitado em um caixão.
— Frouxo! – Ana revirou os olhos.
— Pense como quiser. – respondi.

[Manuella]

Eu estava sentada na quadra quando dois projetos de vadias começaram se aproximar de mim.
— Oi Manuella. – disseram Melissa e Marcella.
— O que vocês querem? – perguntei.
— Você não cansa de ser grossa?  – perguntou Melissa com sua voz irritante. — Enfim, você quer ir ao shopping conosco amanhã?
— E não adianta recusar. – disse Marcella.
— Tanto faz. – respondi sem escolha.