Not ready to be with anyone... yet.

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Alycia voou para o México por volta das 13h. Horário em que Eliza estava levantando do sono pesado a que se propôs depois do péssimo amanhecer daquele dia. Ao descer para beber um copo d'água esbarrou em Matt que ao olhá-la perguntou se estava tudo bem.

Eliza apenas levantou os olhos inchados a dizer "Estou completamente quebrada por dentro". Abaixou a cabeça a conter novas lágrimas. Matt quis saber o que houve e perguntou se era só mais uma ressaca. Eliza foi sucinta em dizer "é quase isso. Uma grande ressaca (respirou fundo) eu só preciso esperar a maré me levar... seja lá para onde for!". Era a primeira vez que Matt observava a amiga naquela situação, da mesma forma que nunca houvera visto tão feliz como nos últimos meses "Vocês terminaram?". A loira fechou as pálpebras lentamente, apertou os lábios e balançou a cabeça em sinal de positivo. O amigo apenas a abraçou com afeto em sinal de conforto. Permaneceram em silêncio por alguns minutos até Matt dizer que ficaria tudo bem, tudo se resolveria em seu tempo. Eliza não conteve as lágrimas. Matt ofereceu mais alguns minutos de um abraço apertado e consolado, antes dela decidir voltar ao quarto.

A loira passou o dia na cama, não atendeu as ligações da mãe, mas se prontificou a enviar uma mensagem "foi feito, mãe. Eu vou me recuperar, só preciso de um dia sozinha, ligo assim que me sentir mais fortalecida e explico-lhe tudo. Obrigada. Amo você. bjs.". Depois de receber um "cuide-se, meu bem, estou esperando sua ligação a qualquer hora", a loira desligou o celular porque era doloroso demais olhá-lo e saber que não receberia as mensagens apaixonadas de Alycia ou receberia, até algumas suplicantes, mas não poderia retribui-las.

Lucy conhecia a filha e sabia que ela não falaria enquanto não conseguisse controlar suas emoções, mas também estava ciente das eventuais crises de pânico da loira. Então ligou para Rhys e pediu que se fosse possível ficasse de olho nela. Tanto Matt quanto Rhys se comprometeram a cuidar dela naquele dia. Eles se revezaram em tentar fazê-la comer alguma coisa durante todo o dia. Os dois sempre ofereciam alguma coisa, começaram por coisas saudáveis como frutas e cereais, mas diante da situação, o mais atrativo seria o preferido de Eliza: chocolates. Ela recusou. Passou o dia apenas no suco e leite entre sonos amargos.

Somente na manhã seguinte ela ligou para a mãe. Entre uma explicação e outra, ela continha o choro, o soluçar e o bufar de irritação. Deu detalhes do quão duro foi vê-la partir. Esclareceu que havia arranjado alguns motivos medíocres para terminar, mas que seriam aceitos, porque Alycia era insegura demais para acreditar que a loira a amava, realmente. Alycia era ingênua demais para perceber que é naturalmente inevitável amá-la. Falou da saudade que já atingia fisicamente seu corpo. Cada membro, cada parte, cada órgão estava dolorido, o corpo inteiro gritando por ela. Então Eliza lembrou-se da última vez que elas fizeram amor: talvez a sensação que elas tiveram de que fosse eterno era só o destino avisando que tudo duraria exatamente o tempo necessário para se tornarem inesquecível uma para a outra. Prometeu que se reergueria, mas não naquele dia. Garantiu se alimentar diante da ordem materna e recebeu um pedido de "volte para casa, meu bem, volte para o colo da sua mãe". Durante a chamada com a mãe seu telefone não parou de avisar que havia outra chamada e ela sabia de quem era. Descrever seu sofrimento para a mãe ao som desesperado das chamadas de Alycia era torturante demais. Ao finalizar a chamada, uma mensagem da ex-namorada.

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Alycia passou a viagem toda mais aérea do que o próprio voo. Buscava entender como foi do céu ao inferno em questão de dias. No início da semana ela tinha em seus braços a mulher que amava a compartilhar seus sonhos, suas metas, seus beijos mais doces, sua voz mais delicada, seu sentimento mais puro. E agora, agora, apenas um vazio. Os seus pensamentos estavam tão confusos que ela não sabia se pressionava Eliza a fazê-la enxergar a asneira que estava fazendo ou se mantinha distância para que ela sentisse que elas não conseguiriam mais viver longe uma da outra. O pior disso tudo é que ela não poderia se aconselhar com a melhor amiga, a qual não sabia do seu relacionamento e ainda por cima, estava interessada na loira. Ela teria que decidir e agir sozinha. Quando chegou ao hotel, não resistiu, discou para, agora, ex-namorada. Do outro lado da linha apenas o comunicado de indisponibilidade seguido de um bip para deixar recado. Depois da décima tentativa em menos de 12 horas ela resolveu desistir, fechou os olhos a prender as lágrimas dentro de si e caiu no sono em algum momento em que assistia aos vídeos que mantinha da loira em seu celular.

ELYCIA- por trás das câmeras e da realidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora