Capitulo 6

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Barbara's P.O.V. On

Fui trabalhar para os campos,como sempre desta vez para a parte da recolha da fruta.

Recolhia a fruta distraída com tudo e acabei por ver a Sally mais para o fundo.

Fingi um pouco que trabalhava e aproximou-se sorrateiramente.

-Estas bem Sally?-sussurrei preocupada.
-Isso te pergunto eu Barbara.Tu desmaiaste,como te sentes agora?
-Bem.O que aconteceu contigo depois?
-Nada,não aconteceu nada.
-Não me mintas.

Ela suspirou.

-Não te sintas mal por mim por favor.
-Diz o que aconteceu.
-Fui chicoteada nas costas.
-Desculpa.
-Não foste tu que o fizeste por isso não me peças desculpa.-tentou dar o seu melhor e mais forçado sorriso para eu me sentir melhor.

Mas eu não consigo.Sinto-me mal por ela.Afinal nada disto teria acontecido se eu não tivesse desmaiado devido á fraca alimentação e ao trabalho árduo de 17 horas diárias.

-Para onde te levaram depois?-foi a vez dela questionar.
-Para o meu quarto.
-E já não voltaste mais porquê?

Recordei o que aconteceu com o filho do "patrão" mas decidi guardar para mim.

-Fiquei a dormir o tempo todo até voltar a acordar e o tempo já ter passado.
-Pelo menos descansas-te.-comentou e demos por encerrado o assunto.

Acabei por me distrair com os meus pensamentos do tempo real e este passou rápido.

Senti um toque no meu braço e olhei para onde ele vinha.

-Anda comigo.

Fiz o que o capanga disse e fui com ele.

-O patrão gosta de ti.Ele quer que comeces a trabalhar somente na sua casa de negócios.

O quê?

-Agora anda puta.

Comecei a andar com ele para lá.Não,eu não quero ir para lá.Eu prefiro ser escravizada no campo com o calor,o sol e voltar a desmaiar do que ir trabalhar para o "patrão".Ele tem idade de ser meu pai e eu não o imagino a assediar-me.

Isto não pode estar a acontecer.

Chegamos á casa.Por cima da mesa da cozinha estava o vestido de empregada que era suposto eu usar.

-Já sabes o que tens a fazer.

Peguei no vestido e ia vesti-lo para a arrecadação mas ouvi a voz mais temida.

-Barbara,que bom que estás aqui.Vais já trabalhar sem sequer teres o vestido no corpo?-encarou-me com ironia e arrogância o mais velho,ou deva dizer o "patrão".

-Não verdade eu ia-me vestir.
-Na arrecadação?Por favor,pode usar a casa de banho.Não quero os alimentos cheios de terra da tua roupa do campo.-olhou para a roupa suja com certa repugnância.

Peguei na roupa e fui á procura da casa de banho.Quase não a encontrava pela casa ser tão grande mas felizmente consegui encontrar.

Vesti-me,aproveitei para fazer algumas necessidades lá dentro já que é raro puder fazer fora.

Olhei-me ao espelho pela primeira vez que aqui estou.Meu deus,eu estou tão magra.O meu cabelo castanho escuro que antes era liso agora está algo como frisado,seco e sem brilho.Eu estou com péssimo aspeto.

Ia sair da casa de banho mas ouvi uma conversa que me pareceu entre pai e filho e encostei o ouvido á porta.

-Onde é que o pai vai?-ouvi a voz do indivíduo com quem eu tive a coragem de gritar.
-Resolver uns assuntos...Mas antes ainda tenho que passar por casa para a tua mãe não desconfiar.

Ele tem mulher?Uau,será que engana a mulher ou ela sabe de tudo?

-E tu?-voltou a perguntar ao seu filho.
-Eu vou sair daqui a alguns minutos,tenho umas coisas sobre o tráfico de droga que ainda quero ver melhor.
-Ok Zayn,até logo então.
-Até logo.

O seu nome é Zayn...Eu sempre fui muito curiosa mas o seu nome é familiar.Eu já ouvi o seu nome em algum lado mas onde?

Esperei o tempo passar e depois sai para não pensarem que estive a ouvir as suas conversas.

Ia em direção á cozinha e um braço puxou-me repentinamente.

Era o Zayn.Encarou-me com certa presunção e ironia.

Ele deve mesmo sair ao seu pai...

-Como é ter mais uma oportunidade para voltar a trabalhar aqui?Mesmo depois de tanta merda que fizeste no outro dia...Deve ser um milagre.

Foi ele!Foi ele que fez com que eu aqui viesse parar outra vez.Mais um grande motivo para odiar este homem nojento.Puxei bruscamente o meu braço da sua mão cheia de ódio.

Ele apenas deu um sorriso irónico.

-Ah,mas queres um conselho puta?É má educação ouvir atrás das portas.

Como é que ele sabe?

Isso não interessa,eu estou com demasiada raiva para ligar muito para isso.

-Também é má educação não saber o nome da empregada,Zayn.O meu nome é Barbara,vai chamar puta á tua mãe.-fui impulsiva.

Em resposta recebi um estalo que fez o meu rosto arder.

-Tu nunca mais voltas a falar na minha mãe dessa maneira ou eu acabo contigo,puta.

Depois das suas palavras ele foi embora e eu voltei para a cozinha sem deitar nem uma lágrima.Não me arrependo do que disse,apenas me arrependo de não o ter dito mais cedo.

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