Capítulo 5

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Barbara's P.O.V. On

Todas as noites tem vindo o mesmo homem...Bem,o que eu acho ser o mesmo ao meu quarto.

Faz as mesmas coisas que sempre faz enquanto eu finjo que durmo.

Não sei quem é porque nunca vi a sua cara mas sinto o seu cheiro perto de mim.

Enquanto ele me for fazendo sempre isso e nunca outras coisas eu acho que consigo aguentar.

Apesar disso ser mau também.

Relativamente aos outros dias eu estava a sentir-me mais cansada,tremia mais e por vezes via turvo.

A Sally veio para perto de mim e falou sem que ninguém percebesse.

-Tu estas bem?
-Eu estou ótima.

Levei um puxão de cabelos e gemi com dor.

-Está calada!Tu só tens é que trabalhar.

Quando largou o meu cabelo eu perdi força nas minhas pernas e caí.

A Sally arregalou os olhos e ia-me ajudar quando esse mesmo capanga me deu um pontapé forte no estômago.

-Levanta-te puta.Aqui tu só tens é que trabalhar.

Cada vez ia perdendo mais os movimentos no meu corpo e vendo mais turvo.

A Sally estava determinada a ajudar-me quando o outro capanga a empurrou para não o fazer.

-Se eu não a ajudar ela não se vai levantar.
-Ela tem pernas para isso.

Começou a dar-me mais pontapés e eu contorcia-me no chão.

-Deixa-a em paz!

Consegui ver um vulto da Sally a atirar-se ao capanga para lhe bater.Queria dizer para parar mas perdi a minha visão, audição e tato sem que eu própria controlasse.

(...)

Tudo começou a voltar ao normal.Acordei na cama velha onde costumo dormir mas gostava de não ter acordado.

Senti umas mãos frias passarem pelas minhas pernas e,involuntariamente,abri os meus olhos.

Este encarou-me com uma expressão fria e levatou-se.

-Boa,agora que estas acordada vais me fazer o que eu quiser,sem desculpas.

As suas palavras saíram duras e rudes.Sentei-me na cama sem expressão alguma,sem sequer saber o que fazer.Olhei para o filho do "patrão" e disse as primeiras palavras que saíram sem pensar.

-O que aconteceu comigo?
-Isso agora não interessa vaca.Agora vou-te fuder.

Lembrei-me da Sally e a preocupação começou a ser sentida da minha parte.

O que lhe aconteceu?

Levantei-me da cama bruscamente enquanto ele tirava o seu casaco.

Fui em direção á porta para a abrir e ir á sua procura mas esta estava trancada.

O meu corpo foi empurrado contra a porta e as suas mãos percorreram os meus braços.

-Onde é que pensas que vais?-sussurrou no meu ouvido.

As suas mãos começaram a descer ao mesmo tempo que o meu nervosismo aumentava.

Ele virou-me para o beijar e não sei o que me deu nem onde arranjei coragem mas a minha mão foi até á sua cara.

Surpreendido,levou a sua mão á bochecha.

Sai do espaço pequeno entre a porta e o seu corpo nervosa com o que acabei de fazer.

Furioso,o filho do "patrão" virou-se para me encarar com um rosto tão mau que admito que me intimidou um pouco.

-Qual é a tua puta?Tu por acaso sabes quem eu sou?-gritou e eu encolhi-me.

Não,esta não sou eu...

-E tu?Sabes quem eu sou?Bem se tu não sabes eu vou dizer.Eu sou uma pessoa,uma humana e não sou nenhum objeto que deve ser escravizado ou usado sexualmente.-gritei de volta e este aproximou-se.

Decidi não mostar medo,pois se o mostrar será pior para mim porque assim todos se irão aproveitar de mim como se fosse um objeto,coisa que eu não sou.

Sempre fui confiante apesar de tudo,então eu vou mostrar-lhe quem sou.Ele pode ser o filho do "patrão" mas é apenas isso.

Ele agarrou com força no meu maxilar para que o pudesse olhar diretamente nos olhos,ainda mais diretamente do que fazia anteriormente.

-Ouve,eu não quero saber de quem tu és.Tu para mim és só uma puta qualquer que me deve satisfazer e tu aqui não passas de um objeto que só serve para ser usado ou,caso contrário,não estarias aqui.Tu não tens nada que me levantar a voz porque eu tenho a tua miserável vida nas minhas mãos.-a sua voz estava menos alta mas cuspia as palavras como se fossem veneno.

-Quando eu sair daqui eu juro que tu vais passar o resto da vida na cadeia.

Ele riu com ironia.

-Tu nunca vais sair daqui.Não achas que se se importassem realmente contigo tu já não estarias bem longe daqui?

Largou-me e com o sorriso irónico e furiosos no rosto saiu do quarto.A chave com que trancou a porta estava no seu bolso.

Assim que este saiu deixei uma das minhas lágrimas sair.

Talvez ele tenha alguma razão nas suas palavras,mas eu nunca vou demonstrar qualquer medo ou fraqueza.

Eu prometo!

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