He was my Superman

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23 de setembro.

Quando tudo começou a desmoronar.

Leo balançava desajeitadamente o corpo ao som da música, rebolando a cintura de um lado para o outro, enquanto cantava. Fazia ambos sem se importar se sabia ou não, apenas deixava que o ritmo da música passasse por seu corpo.

Aquela espontaneidade e descontração fazia com que Jason se sentisse leve. Queria rir, não só da falta de talento do amigo, mas rir para ele. Gargalhar por estar quase flutuando. E, como de maneira alguma precisava se privar perto do outro, assim o fez.

Ouviu um clique, seguido de um flash de luz em sua direção. Abriu os olhos, sem deixar o sorriso morrer, e olhou para Leo, que tinha uma câmera em mãos e um sorriso enorme no rosto.

Valdez estava numa vibe fotógrafa, onde ele alegava que era de extrema necessidade gravar momentos, para que um dia ele olhasse as fotos e concluísse que a vida dele fora bem vivida. Jason não achava que isso ia durar mais de um mês, mas não seria ele quem diria aquilo ao energético amigo.

"Uma gargalhada do rabugento Jason Grace precisa ser documentada, ela é um fenômeno raro!" Explicou, esperando a antiga máquina fotográfica cuspir a foto que acabara de tirar – um ponto estranho do mais novo hobbie de Leo: precisava ser feito em uma máquina da idade dos dinossauros, ao invés de uma digital com a resolução melhor.

Não é tão raro quando estou com você, pensou, afinal, ninguém consegue ficar com o humor menos do que feliz quando se está ao lado de Leo Valdez.

"Olhe só, a careta já está de volta outra vez!" o latino suspirou a olhar para o rosto do outro, mas logo o sorriso voltou ao seu rosto, porque ele era Leo Valdez, aquele que não consegue ficar mais de dois segundos sem puxar as bochechas para cima e mostras os dentes brancos e um pouco desalinhados.

Era um sábado e Leo se auto convidara a passar o fim de semana na casa do loiro. Não que ele se importasse, os outros moradores da casa – sua irmã mais velha e seu pai – não passavam mais que cinco horas por lá, isso nos melhores dias. Era bom ter uma companhia para variar, ainda mais se ela fosse o moreno de cabelo enrolado e corpo esguio.

Jason estava sentado em sua cama, encostado na parede, com as pernas cruzadas. Usava uma blusa roxa e uma calça xadrez de pijama. Não tinha vontade de fazer nada que não olhar o amigo pular para lá e para cá ao som das músicas animadas de seu iPod.

Olhava o corpo de Leo se movimentar, tentando se lembrar de quando se conheceram. Era um assunto que não saia de sua cabeça havia alguns dias, mas por mais que se esforçasse não conseguia lembrar. Só sabia que em determinada época de sua vida, um Valdez começou a andar consigo e nunca mais parou.

Uma mensagem em seu celular o fez sair dos pensamentos. Era sua namorada, pedindo que ele fosse busca-la em algum lugar porque suas amigas a deixaram na mão de novo.

"Ei, Leo, eu preciso sair." Avisou. "Piper está em algum lugar porque as garotas a esqueceram lá, de novo."

Como esperado, Leo fez um biquinho para o amigo, juntamente com uma expressão pidona.

"Mas eu pensei que fossemos só nós dois o fim de semana inteiro!" Reclamou, exatamente como uma criança mimada. "Eu preciso de atenção, Jay! E você quase não tem me dado atenção!"

Jason riu do amigo, embora soubesse que parte daquilo era verdade. Já fazia um bom tempo desde que ficaram ele e Leo apenas, sem Piper, sem nenhum outro amigo, como eles estavam acostumados desde pequenos.

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