Fogo Azul - Cena Alternativa (Solstício de Inverno)

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Notas iniciais: como viram no título, essa é uma cena especial, +18, então vocês devem saber as regras. Se também não gostarem de Hots (ou, no caso, Colds, como diria uma amiga), acho que esse capítulo não é muito indicado... Mesmo assim eu recomendo, prometo que não é nada lascivo, viu?! Lembrando que estou morta de sono, porém, muito ansiosa, então postei foi mesmo haha! 

P.s.: Essa é uma cena alternativa dos capítulos "A Exceção" e "Experiência", então alguns diálogos podem ser parecidos. Leiam as notas finais também. Divirtam-se :)

***


Elsa*

Saio do banheiro para o quarto, enrolada numa toalha fofinha, lançando um agradável perfume no ar com minha pele fresca do banho recente. Meus olhos brevemente analisam as roupas que Jack me deixou em cima da cama, e que certamente ficariam enormes, enquanto me dirijo à mochila largada no canto do cômodo, alcançando uma escova de cabelo e cruzando o quarto até o espelho, onde torço o nariz para a extensa coleção de cortes e hematomas em fase de cicatrização que decoram meus joelhos, queixo e testa.

Fico tão entretida na minha figura inchada e arrebentada que meu coração dói de susto e pulo num sobressalto, jogando a escova de cabelo no chão, ao ver o reflexo da mulher estonteante pelo espelho. Aperto a toalha contra o corpo, surpresa, virando para vê-la com os olhos quase saltando das órbitas, a boca entreaberta de onde não consigo emitir som algum.

Bonsoir. — Ela cumprimenta num francês tão perfeito quanto o sorriso.

Continuo com aquela expressão assustada e ridícula, impressionada demais com a beleza indefinida da mulher para alcançar o bracelete do outro lado do quarto ou gritar ou, enfim, esboçar qualquer reação — a cor das íris dela muda sutil e encantadoramente, como um caleidoscópio, assim como o cabelo, que muito embora eu o achasse o mais lindo do mundo, não conseguia vê-lo direito, como se houvesse uma espécie de névoa na aparência mutável da moça. Eu sei que deveria entrar em pânico pela invasão, mas a desconhecida não parece perigosa, pelo contrário. O sorriso doce no rosto dela lembra o sorriso acolhedor que costumava brincar nos lábios da minha mãe mortal, Elise.

— Quem é você? — Pergunto num fiapo de voz.

Ela arqueia a sobrancelha perfeita, tirando um batom vermelho-cereja da bolsa tiracolo e caminhando em seu elegante vestido turquesa para perto de mim ao responder:

— Pensei que estivesse óbvio. — Ela se inclina para o espelho, fazendo uma careta ao contemplar o próprio reflexo que finalmente tinha uma forma definida: olhos castanhos-café, um longo cabelo preto num entrançado bagunçado... — Ught, então é assim que você me vê? Por que o seu ideal de beleza tinha que ser esse? Agora estou parecida com Quione!

Pisco, estática, observando a moça aplicar o batom nos lábios.

E a resposta vem como um click.

— Afrodite.

— Hum... — A deusa do amor faz biquinho para o espelho, movendo os olhos para mim. — Esse batom é lindo, mas não combina muito comigo, ficaria melhor em você, não acha?

Mas o que...?!, penso. Afrodite é "A" deusa do amor e da beleza, qualquer coisa que ela use vai ficar incrível. Mas a questão não é essa, sacudo a cabeça. O que, pelo raio mestre, uma olimpiana estaria fazendo aqui?!

Meu sangue gela quando chego à conclusão mais óbvia.

— Ah, meus deuses...

Afrodite franze o cenho a me ver correr desesperada, tropeçando até o bracelete, amaldiçoando a toalha e procurando as roupas que Jack deixou para eu vestir — elas estavam aqui há um segundo! Oh, e onde está minha mochila?!

Quê? /RantsOnde histórias criam vida. Descubra agora