– Eles se quer me conhecem. – Disse voz doce com um leve toque pensativo.
– Quem? – Questionou a voz masculina.
– Eles. – Ela respondeu como que se depois das longas horas que passaram discutindo “eles” fossem óbvios.
– Que tal se você se mostrasse para eles. – O ruivo disse exatamente no mesmo tom que ela.
– Eu não me mostro pra ninguém. – Ela ergueu apenas os olhos para mira-lo, fazendo os castanhos escuros de seus olhos engolirem os dele.
– Não use esse truque comigo – Advertiu elevando seu tom de quem fala com segurança.
Mas ainda assim incapaz de olhar para o ar sedutor brilhar e expandir das íris dela. Ao mesmo tempo, ela abria seu mais encantador e ao mesmo tempo falso sorriso que formava doces covinhas à medida em que se arqueava no rosto delicado.
– Truque? – Ela falou baixo sem desviar o olhar nem desfazer o sorriso – Que truque?
– Esse. – Respondeu no mesmo tom baixo já incapaz de desviar seus olhos da hipnose induzida pelos dela.
– Huhuhu – Ela riu em sua maneira única – O que diria seu líder se o visse assim, rendido por um truque tão besta. – Fez sua voz ecoar pela imensidão verdade da bela floresta onde estavam.
– O que diria o clã Akasuna se a visse aqui, morando na floresta. Insultando todo o mundo shinobi usando essa bandana sem símbolo algum. Usando esses dons que você, e só você, foi capaz de aprender em três dias para curar animais feridos e fazer florescer botões precoces ao seu redor.
– O que dirá a vovó não é mesmo? Ou o que diria a vovó se por acaso ainda estivesse viva, não é Sasori. Ou acha que estar aqui me impede de ter minhas informações. Você ainda quer falar de meus dons, por acaso lembra do dia em que os consegui? Lembra-se de por que vim parar aqui? E agora vem com essa cara de pau me dizer que quer que eu vá com você para uma organização de mercenários?
A maneira como ela falava não permitia transparecer nenhum sentimento. Esta era a maior habilidade da Akasuna da floresta. Confundia até mesmo quem crescera ao seu lado, deixando Sasori confuso se ela estava sendo irônica, rude, agressiva ou ao menos sincera.
– Kamui. Por favor, seja sensata. – Disse segurando seu braço para fazê-la olhar para si.
O ato previsível do primo fez Kamui sorrir por dentro, enquanto externamente parecia imparcial. Ele tinha ido atrás de si por causa de seus dons, mas claramente havia se esquecido de como não devia subjulgar suas armas. Pensativa, direcionando o olhar para a mão que a prendia.
– Kamui está me ouvindo?
Perguntou puxando a prima mais para perto, mas nada mudou. Kamui apenas olhava para a mão sem dizer nada.
Claro que Sasori era ouvido. Internamente a menina até estava incomodada com o alto timbre do ruivo. Mas reclamar acabaria com a peça que ela tinha em mente. Então somente pensou na resposta que daria enquanto permanecia olhando com olhos baixos para a mão fria de Sasori.
– Kamui – Ele repetiu a puxando mais para perto. Tão perto. Tão...
“PREVISÍVEL”
Ela tirou os olhos da mão e lançou-os sem aviso dentro dos de Sasori para então engoli-los. Não podia evitar sentir o amor que sentia por aquele homem, ainda assim poderia puni-lo brincando com as fragilidades que ela sabia detectar como ninguém em suas vítimas. Jogando todos os pontos fracos dentro de suas doces ilusões.
Que coisa hipnotizante era o brilho bem no fundo dos olhos dela, prendia as pessoas quando se davam de conta quão sedutora era sua dona. Sasori odiava aquele truque, pois graças a ele nunca soube se alguma das coisas que tiveram no passado fora real ou apenas algo que ela usava para se divertir.
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Areia vermelha
FanfictionO misterioso Akasuna no Sasoria cabou de recuperar um elo perdido de sua história pessoal. Akasuna no Kamui era o seu segredo mais precioso e reencontrá-la irá fazer os primos da areia reviver o passado para descobrirem juntos qual realmente era o s...