Depois do diagnóstico, uma surpresa.

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  Depois do diagnóstico, apenas chorei. Como poderia em um dia está vivendo normal e no outro um acidente acontece e ao acordar, não poder mais andar. Queria sumir, cometer suicídio ou sei lá, qualquer coisa que me deixa-se longe das pessoas, longe do mundo, longe dos meus próprios pensamentos. Como vou trabalhar? Como vou cuidar da minha irmã? Será que vou me transformar em uma dependente?
  Recebi visitas de vários colegas de trabalho. Me senti bastante incomodada, pois no fundo sentiam pena, por isso pedi que se retirassem.
  Fiquei sozinha por horas, pensando em um suicídio, mas sempre lembrava da minha irmã. Ela não poderia ficar sozinha no mundo.
  Chega a enfermeira e avisa que tenho visita. Achei que seria qualquer pessoa comum. Mas não. Entra no quarto um lindo homem de cabelos castanhos, olhos verdes, barba por fazer, uma calça jeans, camiseta branca e uma jaqueta de couro preta. Senti meu coração pulsar mais forte. Tentei disfarçar arrumado meu cabelo cacheado. "O que esse gato faz por aqui?", Pensei.
  - Desculpa, mas... Quem é você? - Perguntei. Seus olhos se enchem de lágrimas e ele disse:
  - Desculpa... Eu... Eu sou... Mi... Miguel e provavelmente seu pior inimigo desde hoje.
  - Mas por que? - pergunto preocupada.
  - Sou o culpado por seu acidente...
  - Você... - meus olhos começam a sair lágrimas sem controle. Estava com ódio dele, mas ao mesmo tempo algo me impedia de sentir esse sentimento ruim, era estranho.
  - Você acabou com a minha vida, sabia?! Por sua culpa, agora eu me sinto inútil!
  -  Eu sei, me desculpa, sei que não vai adiantar de nada, mas... Desculpa, não foi por querer, estava louco. - ele começa a chorar - Você pode me processar, você tem toda a razão para me odiar, mas eu só te peço perdão...
  - SAI DAQUI, SAI! - Gritei mais alto que queria. Estava enfurecida, mas por algum motivo, no fundo eu não queria acreditar.
  - Desculpa... - e ele sai do quarto chorando. Minhas lágrimas não paravam. Mas eu não conseguia odiá-lo por total. Droga, será que... Não, eu não posso sentir isso.


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