Capítulo 4

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.•. 1 SEMANA DEPOIS .•.

LARA

Respirei fundo e entrei na sala dele, já faz uma semana que trabalho aqui e hoje não estou com clima para a soberba do senhor brutamontes, nem um pouco. Minhas contas estão atrasadas e eu tenho que me concentrar nesse trabalho.

— Bom dia, Benjamim, eu... — Ao entrar, dei de cara com uma loira sentada em suas pernas, alisando seu peitoral, ele sorri e passa a mão nas coxas da moça, apertando em seguida. Ao me ver, lança um olhar mortal para mim — Não queria atrapalhar

— Lá vem a senhora "não tenho culpa de nada"! Anda, fala logo

— Peço respeito, senhor Monteiro. Não tenho culpa se não quer pagar um Motel para ir com a moça! — Estreitei o olhar e ele gargalhou ironicamente

— Viu só? O "não tenho culpa" sempre sai da sua boca! — Riu, todo irônico — Respeito, é?

— É, não sabe o que é?! Deixe-me explicar: Respeito é uma coisa que nossa mãe ensina quando ainda somos bem pequenos, significa...

— SEI BEM O QUE SIGNIFICA! — Esbravejou, esmurrou a mesa e pôs-se de pé, empurrando a loira e aproximando-se de mim — É muito atrevida, Lara, não teme por seu emprego?

— Sim, mas fui ensinada a nunca ficar num lugar onde não querem que eu esteja ou que não seja respeitada à mesma maneira com que respeito as pessoas! — Estou com tanta raiva que acho que estou amassando os papéis em minha mão — Aqui estão os contratos de aquisição das empresas de móveis e eletrodomésticos, seu irmão os deixou comigo agora mesmo, com licença

Saí marchando e bati a porta, vou ser demitida! Respirei fundo e comecei a arrumar minhas coisas, já sabendo que minha demissão está a caminho, a loira saiu da sala com o rabo entre as pernas. O interfone tocou e o número da sala de Benjamim apareceu, gelei. Agora que minha sentença será confirmada, estou tão ferrada! Apertei o botão vermelho e reuni forças para falar.

— Pois não?

— Precisamos conversar! — Desligou

Respirei fundo e tentei não chorar, já que com a morte da minha irmã mais velha, há dois anos, tudo ficou um pouco difícil lá em casa. E conseguir um emprego é um milagre e agora eu fiz questão de perdê-lo. Entrei na sala de Benjamim e ele está de pé, de costas para a porta com as pernas abertas, não muito, fincadas no chão e os braços cruzados, todo imponente. Sua mandíbula cerrada me fez crer que está bravo. Não gostaria de assumir isso, mas ele tem muita presença e imposição.

— Com licença — Murmurei e fechei a porta

— Sente-se — Virou-se para mim e seguiu para sua cadeira

— Estou bem em pé — Encarei-o

— Preciso que sente e me ouça! — Seu olhar feroz me atingiu como uma faca, lentamente, fiz o que pediu

— Estou ouvindo

— Primeiro, como já deve saber, eu praticamente não tive mãe, a minha morreu...

— Não precisa me contar isso, não tenho nada a ver com sua vida. Sei que estou sendo demitida, então...

— Como? — Entrelaçou seus dedos sobre a mesa e me encarou com seu olhar feroz de sempre

— Não estou sendo demitida?

— Não

— O quê, então?

[DEGUSTAÇÃO] Benjamim - Série Dono do meu desejo #1Onde histórias criam vida. Descubra agora