O destino está de brincadeira. Não consigo ficar perto dessa garota por muito tempo. Preciso dar um jeito de sair daqui. Ela me mostra onde é o sofá e eu fico seguindo os movimentos dela por toda casa enquanto ela liga as luzes, por que eu me sinto assim perto dela?
A casa é grande e bonita, a sala grande tem uma porta de vidro que leva para algum lugar, não consigo ver porque está escuro. Os passos dela são tão leves, mas ela parece tão desconfortável com a minha presença aqui, será o que aquele olhar esconde? Vejo fotos dela espalhadas pela sala, ela não se parece com a mãe - que tem os cabelos negros -.
Lua me deixa tão confuso, não sei como agir perto dela, ela é tão tão irritante.... ela é tão linda:
- Quer conhecer a casa? - ela diz como se quisesse que eu dissesse não. Não posso andar por essa casa, não posso ir até o quarto dela.
- Não. -tento ser o mais seco e seguro com a minha resposta.
Na verdade eu estou louco para conhecer essa casa, porque é a casa DELA.
Ficamos em silêncio por alguns minutos e na outra ponta do sofá vejo uma foto dela, da mãe e do Lucca. Eu não compreendo, mas isso me dá raiva, por que ainda tem a foto dessa babaca na casa dela? Tento não perguntar, respiro algumas vezes. Apoio os cotovelos na perna, cubro a cabeça com as mãos e digo quase como um sussurro:
- Você ainda gosta dele? - me viro um pouco para direita para poder olhar para ela e aponto o dedo na direção do porta retrato.
Ela pega o porta retrato e retira a foto. Fica com a foto nas mãos por um tempo e volta a olhar para mim:
- É complicado. - percebo que tem um pouco de dor nas suas palavras. Já o odeio por ter machucado ela.
Nos encaramos alguns instantes, mas ela desvia o olhar. Eu não posso deixar ela me invadir dessa maneira, não tem espaço na minha vida sobrando.
Lua começa a falar algo, mas para de repente e balança a cabeça duas vezes como se fosse apagar os pensamentos:
- Pode falar - tento abrir um meio sorriso.
- É besteira, é... - ela começa a corar - ia pedir para ver sua tatuagem.
Gargalho:
- Qual delas? - olho para ela atenciosamente.
- A árvore - ela não me olha nos olhos e eu quero que ela me olhe nos olhos.
Respiro fundo, começo a subir a lateral direita da minha blusa e me levanto, para ela ver melhor. Lua chega perto de mim, perto demais, isso é perigoso. Ela encosta os dedos na lateral do meu corpo e vai acompanhando toda a extensão do desenho até o cós da calça, onde a tatuagem não é mais visível.
Meu corpo todo se inflama. Abaixo a cabeça para conseguir olhar para os lábios dela. Solto a mão da blusa e ela cai novamente tampando a tatuagem. Passo a mão pelo pescoço de Lua e escuto um suspiro, ela continua com a mão na minha barriga - que agora se move percorrendo minhas costas.
Escuto alguém entrar pela porta da sala e empurro Lua para o sofá e logo em seguida Sofia entra sorrindo pela sala. Caralho, estou completamente duro :
- Oi, linda - comprimento ela com um selinho .
- Ei... - diz Lua, como se tivesse sem ar.
- Ele se comportou direitinho ? - diz Sofia piscando para mim. Ela é muito solta, por ser a primeira vez que estamos saindo juntos. - Vamos gato. Vamos nos divertir.
Vejo o rosto da Lua endurecer e dar um sorriso fraco.
- Tchau amiga. - Sofia beija o rosto dela e me puxa para fora de casa.
- Fica aqui, vou arrumar as coisas lá em cima e já volto para te buscar. - ela sai sorrindo e balançando os cabelos curtos.
Eu não posso fazer isso, preciso fazer algo para tirar Lua da minha vida, eu não vou deixar ela fazer parte de mim. Não vou.Depois de um tempo Sofia volta, ela me puxa pela escada me beijando e tirando a minha blusa. Quando passamos pela porta do quarto - grande, porém rosa demais - ela entra no banheiro e pega alguma coisa na gaveta. Vejo Lua na sacada da casa dela pela janela, assim que a vejo, ela olha. É a minha chance, tenho que provar que a tensão que existe entre nós está apenas na cabeça dela.
Passo as pernas de Sofia em volta da minha cintura e a beijo com força. Coloco ela na cama e volto para janela. Lua ainda está olhando, com dor nos olhos - ela não pode mexer comigo-. Sorrio para ela e fecho as cortinas.
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Lua
RomanceEu sou tão inconstante. Sinto que cada passo pode me destruir. Ele é um vício perigoso.