3/ Things happen

18 1 0
                                    

Havia se passado uma semana desde a última vez que vi Travis. Desde aquele dia, em que ele me encontrou no campus, e depois fugiu, sem mais nem menos, eu não o vi mais.

Nem rastros de Travis Forest pelo campus. Nada também sobre seu amigo Dam.

Fico imaginando o que eles fazem, quando somem assim, do nada.

Travis é um mistério. Um mistério vicioso. E eu fodidamente gostava disso.

Eu não havia escondido sobre meu "encontro" com Travis, para Jodie. Ela ficou louca, e disse que nunca entenderia esse jeito de ser de Travis.

Nem eu.

O que era péssimo, porque Jodie me dava conselhos sobre eu tomar cuidado, sobre sentimentos e etc. Mas mal sabe ela, que se tratando de Travis, qualquer conselho é deixado de ser seguido, ou qualquer regra é muito bem quebrada.

Faltavam apenas 3 semanas para a "grande festa", como todos chamavam.

Eu não estava nem aí, sinceramente. Meus anos na faculdade foram perdendo gradativamente a importância.

Todos iriam para essa festa e eu estaria finalmente em casa, comendo e assistindo aos meus filmes preferidos. Considerei comparecer como desculpa de ver Travis por uma ultima vez, e depois todos iriam pra cada lado, seguir seu próprio rumo. Finalmente o fim de uma era.

Mas essa festa não teria significado pra mim. Claro que todos me cercavam com afirmações idiotas, como: "mas é a formatura" "é o nosso último ano aqui".
Não ligo pra isso e Jodie estava comigo nessa. Inclusive comemoraríamos nosso ultimo ano a nosso próprio estilo.

Eu não teria que seguir o padrão de comemorar a formatura, porque todos iriam, não é?

Como o dia estava relativamente frio, pus um casaco, uma calça, apenas um coturno, e apenas saí, pelo campus, em busca de nada. Pensando no que rolou na ultima vez que vi Travis, na sua mudança de humor estranha.

Mas óbvio que como se por irônia de todos os destinos, todas as galáxias e todas as conspirações, hoje era com toda certeza meu dia de azar. Eu paro, abruptamente, quando meus olhos que ardiam por causa do vento frio, avistam Travis.

Ele como sempre estava incrível.

Ele estava rindo.

Não sei o quão longe eu estava dele, mas sei que estava perto o bastante pra ouvir sua risada.

Ele ria com vontade.

Travis estava acompanhado de Dam e... Uma loira, que estava em seu colo, fungando em seu pescoço. Ele não ria com ela, ou muito menos dela.

Ele apenas ria de Dam, que dizia algo engraçado o bastante, o tempo todo.

Mas a loira continuava ali. A maldita loira estava em seu colo. Não faço a mínima ideia de quem era, nunca vi pelo campus. Foda-se, o que estou vendo me deixa com uma sensação estranha e gostaria de não ter saído do dormitório só por isso. Que merda.

Como se fosse automático, as minhas pernas começaram a andar. E quando eu fui perceber que estava indo exatamente em direção a Travis, era tarde demais.

Ele havia me notado.

- Travis, eu posso falar com você? - eu soltei, sem pensar.

Travis me encarava, como todas as outras vezes. Não desviava, nem quando a loira pedia a sua atenção. O que eu estava fazendo ali, afinal? Eu não queria conversar com Travis. Eu apenas queria tirar aquela loira de cima dele. Sou maluca.

E parece que consegui, quando em um só movimento, ele a tirou e disse pra ela deixá-lo em paz. Era isso? Ele tratava à todas que babavam seu ovo como qualquer uma?

Você e outras drogasOnde histórias criam vida. Descubra agora