Eu estava correndo quando recebi a notícia.
-Zoe? Isso não pode... - Não conseguia terminar de falar.
-Ela cometeu suicídio essa manhã, Nate, sinto muito.
Eu não sabia mais o que fazer, não queria ouvir aquilo, desliguei o celular e continuei correndo. Só podiam estar brincando comigo.
Corri por horas, depois que não aguentava mais graças a queimação nas pernas, segui andando, eu só não podia parar.
Os parques estavam cheios, pessoas estiravam toalhas para piqueniques e corriam atrás de crianças, os risos eram estridentes, minhas pernas queimavam, mas lutei para sair logo dali. Já não aguentava mais, estava perto do apartamento dela e não queria confirmar nada. Peguei outro caminho e voltei para a minha casa.
Meu irmão mais velho trabalhava e minha mãe estava viajando, o que significava que tinha a casa para mim. Subi as escadas e tranquei a porta do quarto mesmo que não fosse necessário.
Olhei no espelho, quem era no reflexo? O que eu era agora? Não é verdade, não é?
O garoto no espelho estava detonado fisicamente, mas então escorreu uma lágrima de seus olhos. Limpei com um gesto brusco, não tinha porque chorar, não havia acontecido nada, ela estava bem, não bem, mas estava viva, eu tinha que acreditar que sim.
Tirei a camisa e deitei na cama. Uma semana atrás Zoe me procurou, estava estranha e contida, até assustada, fiquei com medo que fosse comigo, que tivesse descoberto coisas que a afastariam de mim, mas então ela começou a falar.
-Estou com medo Nate. - mal havia terminado de falar e já estava no chão chorando. Corri e a abracei.
-O que houve Zoe?
Ela não falava, então apenas ficamos ali abraçados até que ela se acalmasse. Cada compulsão de seu corpo me doía, era horrível vê-la assim e não saber o que fazer.
A gente já estava na cama e ela não chorava mais.
-Nate...
Esperei.
-Ele abusou de mim.
-Do que está falando Zoe?
-Meu pai fez isso. Eu estava dormindo e então senti alguém me tocar, ele sussurrava coisas e não tirava a mão de mim, então me mandou ficar calada ou faria coisas piores não só comigo.
Eu já não sabia mais o que estava fazendo, levantei da cama num salto e soquei a parede com tudo que pude.
-Juro que tentei Nate, mas eu estava com medo, eu não conseguia fazer nada.
Ela já estava chorando novamente, então relaxei os ombros e voltei para acalmá-la. Enquanto isso jurei para mim mesmo que faria o desgraçado pagar.Amianto era para ser apenas um pequeno conto, mas graças a um amigo decidi continuar e contar mais sobre a história da Zoe. Eu espero que vocês, e especialmente ele, gostem. Postarei novo capítulo sempre que puder.
Não esqueçam de votar ☆ e estou aberta a responder todas as críticas.
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Amianto
Short StoryZoe é uma garota comum que passa por problemas enfrentados por muitos. Diante disso sua mente a controla e lhe faz encarar a realidade do suicídio. Parece simples acabar com a dor que a cerca.