III

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Depois de uma longa viagem, elas chegaram a Bad Ischl. A cidade era simplesmente maravilhosa, Sissi se encantava a cada metro que a carruagem andava. Sua mãe toda hora a puxava da janela, para não bagunçar ainda mais o cabelo, mas acabou desistindo, pois Sissi era muito fascinada pela natureza. A maioria dos seus gostos ela havia herdado do seu pai, e se orgulhava bastante disso. O cocheiro comunicou que em poucos minutos chegariam ao palácio de verão do imperador. Sissi notou a felicidade tomar conta do rosto da sua irmã, que há poucos minutos reclamava do sacolejar da carruagem. Ela achava que as duas eram tão diferentes, que se perguntava como conseguiam conversar por tanto tempo.

— Sissi, sabe que é para se comportar.

— Mamãe pare de aborrecer Sissi com isso. Ela entendeu o que tem que fazer. Tenho absoluta certeza que ela vai se comportar como uma devida princesa. — piscou para Sissi, que lhe devolveu com um sorriso. — Afinal, ela também tem que se divertir aqui. Não tem nenhum compromisso e não tem que se preocupar em pressionar um imperador como eu. — mordeu o lábio inferior. — Oh, mamãe, estou tão nervosa. E se ele não gostar de mim?

— Oh, Nene! É tão claro como a luz do sol que ele vai amar você! — Sissi pegou suas duas mãos e beija cada uma. — És tão amável e delicada. Comporta-se como uma verdadeira imperatriz. Nada impedirá você de ficar com ele. Aposto que ele vai se apaixonar por você a primeira vista.

— Obrigada por suas palavras minha filha. — sua mãe sorriu.

— Vejam! — Sissi apontou para a janela. — Estamos chegando!

Ela ficou encantada com a visão do belo palácio. Seu coração se enchia de alegria e ansiedade para conhecer cada lugar daquele lugar. Não sabia como escaparia dos olhos de águia da sua mãe, mas ela daria um jeito, como sempre fazia em Possenhofen quando desejava fazer alguma coisa que a duquesa não aprovaria. Notou que sua mãe e Helene já se arrumavam, colocavam o chapéu na cabeça, colocavam as luvas, tentavam desamassar o vestido para chegar com a melhor aparência possível. Sissi nada fez, apenas continuou observando pela janela, até chegar ao esperado destino.

A carruagem parou em frente à faixada do palácio. Sissi nem esperou o cocheiro abrir a porta, e saiu apressada com o saco de veludo que Luisa havia lhe dado. Esticou as pernas e começou observar melhor; era melhor ainda de perto e sem movimento. Logo em seu rosto formou-se um enorme sorriso, e quando se virou, observou sua mãe com uma expressão de descontentamento com ela. Caminhou até sua mãe cabisbaixa e deu um pequeno sorriso sem graça.

— Mal chegamos e já começou a descumprir a promessa?

— Perdoe-me mamãe, mas eu não aguentava mais ficar confinada dentro dessa carruagem. Minhas pernas pediam para andar um pouco.

— E não podia esperar o cocheiro ajudá-la a sair?

— Simplesmente não achei necessidade para isso. — cruzou os braços.

Um homem caminhou em direção a elas e fez uma reverência elegantemente. Ele era bastante alto, ombros largos, cabelos castanhos, olhos verdes e seu rosto era muito sério.

— Vossas altezas, a arquiduquesa Sophie espera por vocês na sala de chá. Mas, primeiramente eu as levarei para seus aposentos, onde suas coisas já foram levadas.

— Como se chama? — Sissi não conseguiu controlar sua curiosidade.

— Rudolph, vossa alteza. — um sorriso ameaçou aparecer em seu rosto, mas isso não aconteceu, para a decepção de Sissi.

Seu pai havia alertado que a corte de Viena não era tão bem humorada, e que ela não esperasse nada daquilo que era habituada em seu cotidiano em Possenhofen. A cada passo que dava ao lado de sua mãe e sua irmã seguindo Rudolph, que provavelmente era o mordomo do palácio, ela sentia o quão seu pai estava certo. Mordeu seus lábios com força para não gritar de frustração. Todas as pessoas que passavam por eles, apenas davam reverências frias e seguiam seus caminhos. Tudo aquilo a estava irritando profundamente, começando a se arrepender por não ter ficado em casa com seus irmãos e seu pai, com certeza lá a diversão seria garantida.

A futura imperatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora