Dias em Contos

[Terça] Em Meio À Madrugada

O sol já havia se recolhido a muito tempo. A lua brilhava na escuridão, junto com as estrelas, contemplando o balé das folhas das árvores junto à orquestra do vento suave e gélido da madrugada. Todo esse cenário noturno fazia parte da visão do jardim da mansão dos Foster.

O relógio da cozinha marcava três horas. Todas as luzes estavam apagadas. Exceto por uma luminária no terceiro quarto do terceiro andar. Ah, quem estava lá era, sem dúvidas, muito exatimista. E nem sabemos se essa expressão existe (talvez não).
Terça feira, três horas, trinta e três minutos, terceiro andar, terceiro corredor, terceiro quarto. O número preferido daquela garota penetra era 3. E foi exatamente no terceiro dia do terceiro mês que a mãe de Bruke supostamente morreu. Sim, o que separa aquela garota da mãe é um grande “supostamente”. Não se sabe com certeza do que aconteceu àquela mulher.

Ela ainda era muito pequena para entender que sua mãe nunca mais iria lhe fazer mousse de goiaba. Tudo o que conseguiu ouvir da conversa dos adultos foi que ela estava dentro de uma casa quando aconteceu um incêndio. Ouviu dizerem que seu corpo havia virado cinzas e não puderam localizá-lo em meio à poeira localizada no ambiente. O que mais intrigava Bruke, era que aquela era a antiga casa dos Foster.

Rita Baldwin havia escolhido justamente aquela tarde para aceitar um convite dos Foster — na época, eles eram pobres, quanta ironia — e descobrir que eles precisavam de um empréstimo para fazer o aniversário da filha deles que, coincidentemente, aniversariava no mesma dia que Bruke, ou seja, no dia 3.
A mãe de Bruke era consideravelmente rica que seria capaz de nadar em seu dinheiro, mas ela tinha outros planos para seu dinheiro. Afinal, o aniversário de sua filhinha tinha de ser em uma jato particular cor-de-rosa sobrevoando o Japão, onde ela e suas coleguinhas iriam dançar vestidas de princesa enquanto Becky G cantava seus álbuns completos.

É claro que Rita poderia emprestar um milhão para seus ex-colegas de trabalho que continuaria bilhonária. Sim, ela poderia fazer isso. Mas não foi o que ela fez.

“Meus queridos, vocês sabem, eu estou querendo viajar para Orlando este verão e meu aniversário de casamento com Kevin está próximo. Quero que eu e meu marido tenhamos tudo de que temos direito.” Foi o que ela disse. Na verdade, Rita não queria abrir mão de seu dinheiro. Ela queria guardá-lo até que pudesse repassa-lo para Bruke e para o filho que ela estava esperando.
Desde o tal incêndio na casa dos Foster, eles conseguiram ficar repentinamente ricos, sem que ninguém achasse qualquer coisa estranha. Desde o incêndio na casa dos Foster, Bruke procura informações sobre onde poderia estar sua mãe, se ela não estivesse morta. E é isso o que ela estava fazendo na mansão dos Foster. Preparando seus instrumentos de chantagem.

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Conto escrito pela liiaoli