Capítulo 4

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- Já pintas-te alguma vez, Louis? - pergunta depois de algum tempo observando o menor.

- Ahh... - Louis desvia os olhos do quadro para olhar para os olhos verdes que o encaravam - Nunca, acho que tenho mais jeito para observar - sorri.

O maior sorri de volta desviando uma mecha de cabelo que se desprendera do coque e que agora caía nos seus olhos e afasta-se indo até uma estante.

- Como vais saber se nunca tentares? - Harry volta com uma tela ainda em branco colocando-a em cima do cavalete trocando-a pela pintura recém-feita que coloca em cima da mesa a secar. De seguida coloca um pincel nas mãos de Louis e mostra-lhe as tintas - Usa as que quiseres.

Louis fica um bom tempo a observar a tela em branco e as tintas enquanto morde o lábio tentando pensar em alguma coisa.

- Harry... Eu não sei o que pintar.

- Queres ajuda?

O de olhos azuis assente descendo o olhar para as suas mãos.

O pintor puxa outro banco e senta-se atrás de Louis, com uma perna de cada lado do seu corpo para que pudesse alcançar a mão do menor, que tenciona ao sentir o peito de Harry contra as suas costas nuas e a sua respiração próxima do seu ouvido.

- Relaxa Louis, só vai sair algo se relaxares e libertares a tua mente. Fecha os olhos, o que é que sentes?

Um arrepio percorre toda a espinha de Louis ao ouvir a voz rouca de Harry sussurrar ao seu ouvido. Ele respira fundo tentando concentrar-se e fazer o que o maior pede.

- Quente - suspira ao mesmo tempo que fala, fazendo a palavra soar quase como um gemido.

Harry limpa a garganta ao ouvi-lo, sentindo uma sensação quente por baixo da barriga e mexe-se desconfortavelmente no banco.

- Cores quentes então - constata - Um pôr do sol, talvez?

Louis assente e o maior segura a sua mão e leva-a até ás tintas para que ele escolha uma, ele escolhe um vermelho claro e de seguida Harry volta a levar a sua mão até à tela.

Enquanto o pintor guia a mão de Louis pela tela, as suas respirações entram em sincronia, como se os dois corpos se transformassem em apenas um, cada movimento é feito delicadamente, como uma dança e as suas mãos formigam com a proximidade.

- Acho que já consegues sozinho - Harry diz rouco um tempo depois, quando a tela já tem vários tons de azul e vermelho e a única coisa que falta é dar uns retoques.

Larga a mão de Louis passando os dedos sobre a sua pele nua até chegar ao seu ombro onde desce até à sua cintura, fazendo o menor arfar com o ato sentindo várias faíscas serem lançadas pelo seu corpo.

Louis engole em seco, mas continua a pintar mesmo sem saber ao certo o que fazer e Harry fica a observá-lo. O menor morde o lábio inferior para se obrigar a concentrar e sente o maior apertar levemente a sua cintura nesse momento fazendo o seu estômago contorcer-se e ele volta a arfar involuntariamente encostando a cabeça no ombro do maior.

- Continua Louis - a voz de Harry sai imperativa e ainda mais grave e rouca, como se o seu tom fosse diminuindo à medida que ambos se aproximavam e ficavam mais íntimos.

O menor volta a se endireitar, mas sem nunca afastar os seus corpos, não querendo que aquela sensação de embriaguez por estar perto de Harry abandone o seu corpo.

As mãos do maior vão até às coxas de Louis apertando-as e ele pousa o queixo no seu ombro enquanto este dá o seu melhor para ignorar os toques firmes de Harry e acabar a pintura.

Mas quando Louis se vira para ir buscar mais tinta, os seus olhos voltam a cruzar-se, ficando presos um ao outro novamente. Eles não conseguiam evitar ficar a encarar-se de cada vez que os seus olhos se encontravam, era como dois imãs atraindo-se.

As suas respirações misturam-se com a proximidade entre eles e Louis desprende o lábio agora mais vermelho, deixando a boca ligeiramente aberta e o seu olhar cai para os lábios carnudos do maior vendo-os abrirem-se também e Harry passa a língua neles, molhando-os. A luz da lua bate contra os seus lábios tornando-os brilhantes deixando Louis com ainda mais vontade de os provar.

Até que o medo e o receio se apoderaram das suas veias. Louis conhecera Harry havia apenas algumas horas, a vontade que tinha de beijar os seus lábios não era normal, não fazia sentido. Harry fazia-o sentir fora de si, mas diferente de uma maneira boa. Fazia-o querer quebrar as regras e deixar-se ir nem que fosse por apenas umas horas, e isso era exatamente o que ele tinha feito até agora, mas um aviso com luzes néon na sua cabeça dizia que ele deveria parar, que não estava a ser racional.

Ao sentir o leve toque dos lábios de Harry nos seus, os seus pensamentos desvanecem-se tão depressa como apareceram.

Louis move os lábios sentido o calor dos de Harry nos seus e morde o seu lábio inferior ao que leva uma mão ao seus cabelos. O maior aperta a sua cintura e puxa-o para perto de si juntando ainda mais os seus corpos e Louis não hesita em empinar a bunda roçando-a contra o pau de Harry que geme em surpresa.

- Fica comigo esta noite Lou - pede deixando uma linha de beijos desde os lábios até ao pescoço do menor sentindo a sua pele arrepiar-se com o toque.

- Fico.

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