Título do conto: Ore por Mim.
Nome do autor ou pseudônimo: Mariana Ulian.
Link do Tumblr, Wattpad, Blog ou o que preferir para que os leitores interessados possam te conhecer um pouco mais ou conhecer seu trabalho: maguiulian /// procurandomeuparaíso(.)tumblr(.)com.
Cidade e estado a qual a história é ambientada: Marília, São Paulo.
Censura do conto e o gênero literário: Livre, Romance.
Pequeno resumo do conto ou sinopse: Cecília costumava sair para correr e assistir o pôr-do-sol todo o fim de tarde, até que ele apareceu e como um furacão, bagunçou sua vida e a levou a sua perdição completa. Ela não sabia que ele também podia ser sua salvação, mas contar com a sorte nunca é boa coisa. Marília deixaria de ser uma cidade pacata aos olhos da garota para ser palco de um crime do qual ela nunca imaginou que pudesse fazer parte; muito menos daquela forma.
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Quando você diz "eu moro no interior de São Paulo" as pessoas 1) te imaginam com uma palhinha na boca, camisa xadrez e limpando esterco de vaca ou 2) duas trancinhas, um vestido caipira e puxando o erre ridiculamente.
Bom, parte do erre é verdade, porém não é tão ridículo como caricaturam.
Em Marília, minha cidade, nunca há muita novidade, então nós que moramos por aqui somos obrigados a tirar criatividade de algum lugar para nos entreter, afinal, uma hora você se cansa de intercalar idas ao Marília Shopping e ao Esmeralda, e decide que você é muito boa para a confusão das lanchonetes de fast-food nos fins de semana.
A melhor parte de morar aqui é o Bosque Municipal, uma área de preservação da Mata Atlântica com alguns animais livres, como cotias e saguis, e outros em exposição, no geral espécies de pássaros – temos até avestruzes expostos!- mas o que me faz amar esse lugar, de verdade, são as árvores, fora que aqui, temos o melhor por de sol.
Todas as tardes eu saio para ver o por do sol. Depois que me mudei para ás proximidades do bosque, inseri o lugar em meu percurso vespertino. Gosto de correr entre as arvores, sentir o cheiro do verde trazido pelo vento, a brisa que faz as folhas se moverem numa dança que só elas conhecem: farfalham, caem e voam dando piruetas, subindo e descendo no ar. E a luz do sol passa por entre os galhos, e você vê o azul do céu por entre os espaços e quando o por do sol vem, é como se o arco-íris se dissolvesse e se misturasse ao azul do céu, dando protagonismo ao rosa, ao vermelho ou ao laranja quando lhe convém.
Nós somos como o céu: ele não te diz como estará amanhã e quando o vê em certo momento do dia, não adivinha como ele esteve antes ou pelo que passou. Nunca se sabe o que vai passar voando por ele ou as cores que ele trará; se vai chover mesmo, se o céu vai abrir-se ou se vai nublar. Às vezes distribuímos arco-íris, ás vezes raios e trovões em meio à tempestade. Tão quanto se é noite, se é dia. De vez em quando há lua de dia e não de noite; ocasionalmente, é tudo breu.
Somo imprevisíveis e emocionais assim como o céu. Somos céu, mesmo que com uma expectativa formada.
Eu sou céu.
Sempre quis ser o céu de alguém.
Certa vez, conheci um furacão.
Alexandre foi uma pessoa que passou pela minha vida e devastou tudo por aqui: nenhum céu nunca foi tão caótico quanto o meu quando ele se deu neste lugar.
Quando eu o conheci, havia acabado de entrar na Floresta de Ipês, um espaço no bosque com centenas de ipês brancos e floridos, aonde eu sempre ia para descansar antes de voltar para casa. Eu me sentava embaixo do Grande Ipê, o primeiro a ser plantado e o mais alto, e sempre, sempre o mais florido de todos durante a estação.
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Muito Mais que Verde e Amarelo
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