Acordo sobressaltada com o meu telemóvel a tocar. Demoro alguns segundos a abrir os olhos como deve de ser antes de atender a chamada sem verificar antes de quem era. Ao início não se ouve nada do outro lado da linha e por instantes fico preocupada, despertando por completo. O sono tinha-se ido por completo. Seria ele de novo?
"Estou sim?" Uma voz feminina soa, parecendo que vem do fundo do poço.
"Sim?" Digo confusa ao perceber que não seria ele de todo.
"Daqui fala a Eloise." Ela fala com uma voz mais perceptível e o meu coração parece que desce de ritmo demasiado depressa. "Era por causa da entrevista que tu tiveste." Ela informa-me.
"Ah, sim. Desculpa ainda estava a dormir e fiquei um pouco confusa porque nem verifiquei o ID de chamador." Admito mordendo o interior da minha bochecha.
"Tudo bem." Ela diz com uma voz simpática e alegre. "Era só para te dizer que nós já chegámos a uma conclusão e gostávamos que fosses tu a ficar com a vaga." Deixou saber.
"A sério?!" Sorrio quando alegria se apodera de mim.
Não consigo conter o entusiasmo na minha voz quando lhe respondo. A conversa dura ainda mais uns minutos, com a Eloise a indicar-me que deveria estar no Gospel's às 8h30 na próxima segunda feira para começar um género de formação que precisava de ter em relação a certos aspectos do café.
Desligo a chamada depois de nos despedirmos, coloco o telemóvel em cima da mesinha de cabeceira e volto a deitar-me, mas desta vez para o lado contrário, encontrando um Louis já meio acordado.
"Desculpa, não te queria acordar." Digo mordendo o lábio, enquanto prendia um sorriso. Hoje sentia-me genuinamente feliz.
"Tudo bem," respondeu numa voz rouca. "Boas notícias?"
"Sim, consegui aquela vaga de trabalho no Gospel's."
"Uau isso é ótimo!" Ele sorri.
Louis puxou o meu corpo para junto dele e beijou-me na bochecha. Senti-me corar um bocado. A verdade é que já tinha perdido um pouco a conta às vezes que tinha deixado que nos envolvêssemos desta maneira, mas para mim não me fazia muita diferença, apenas não queria acabar por deixar que isto tomasse um rumo completamente diferente do que estava a ter por agora. Nós ainda estávamos demasiado magoados psicologicamente devido ao que tínhamos sofrido e isto era mais como um escape à realidade, não era nada de amoroso ou algo do género.
Sinto os seus lábios descerem pelo meu maxilar e consequentemente passarem para o meu pescoço, fazendo alguma pressão em certos sítios.
As suas mãos sobem devagar pelas minhas coxas e acabam por agarra levemente as minhas ancas. Deixo uma gargalhada sair-me pela boca quando uma das mãos me toca na barriga e levo as minhas mãos aos ombros de Louis, afastando-o ligeiramente.
"Tenho fome," queixei-me, fazendo beicinho.
"Que boa maneira de matar o mood, huh." Revirou os olhos.
"Louis." Disse que nem um pedido, quase que num suspiro. "Sabes que isto já aconteceu demasiadas vezes."
"Brae, é só uma coisa casual. Não é como se fossemos casar daqui a pouco tempo." Riu-se. "Mas eu não te vou forçar a nada como é mais do que óbvio, isto é tipo uma amizade colorida, vê dessa maneira."
"E está a ficar com mais cores do que devia." Reclamei rindo.
Louis aproxima-se de mim e beija-me a ponta do nariz antes de se levantar da cama, indo para a casa de banho e eu faço o mesmo, mas dirijo-me para a cozinha. Começo a tirar tudo o que quero para preparar o pequeno almoço e reviro os olhos quando percebo que é mais cedo do que aquilo que eu estava à espera, mas o bom é que hoje era sexta feira e talvez acabasse por sair com Louis mais à noite.
Quando termino de fazer a comida que Louis tanto gosta de comer ao pequeno-almoço, coloco tudo na mesa e espero alguns segundos sentada até que Louis entra na divisão usando apenas uma toalha à cintura.
Não consigo controlar o meu olhar que segue os seus movimentos à risca, passando por cada detalhe do seu torso musculado.
"Gostas do que vês?" Pergunta rindo enquanto se sentava na cadeira à minha frente e deitava algum café na sua chávena.
"Talvez." Falei envergonhada. Não compreendo como às vezes este ser humano me consiga deixar boquiaberta e sem palavras, é como se ele comandasse uma parte de mim que nem eu me lembrava que existia.
"Obrigada pelo pequeno-almoço." Comentou, já depois de começar a comer.
"Bem, não tens de agradecer. Afinal é o mínimo que posso fazer depois de me teres deixado ficar aqui." Dei de ombros.
"Sabes que a minha porta está sempre aberta para ti, és a minha melhor amiga e sabes que eu gosto de ser útil ao ajudar-te." Piscou-me o olho, fazendo-me revirar os meus. "Principalmente quando o teu pai foi um caralho com pernas." Revirou os olhos, imitando o meu gesto o que me faz rir um pouco.
"Há coisas que nunca mudam não é verdade? E eu nem sei bem do que é que estava à espera de encontrar quando fui bater à porta dele."
"Sim, mas andas-te a massar com esse problema já há dois dias. Já é sofrimento a mais para essa cabecinha, ou não?"
"Talvez." Suspiro. "Mas agora não há nada para fazer Lou. Ao menos assim já sei o que há a minha espera, não ando para aí com um ponto de interrogação no meio da testa ao saber onde ele anda ou não, o que faz e tudo isso." Continuo a comer.
"Sinceramente nem sei se deverias ter ido." Ele diz sincero.
"Acho que foi melhor assim, ao menos agora já sei que não tenho nenhum lado para me onde virar. Ele nunca quis saber e eu ainda consegui ser estúpida o suficiente para o querer ir visitar e quem saiba, entrar um pouco que fosse na sua vida. Mas afinal aquele homem já se casou também e tem dois filhos."
Sinto o seu olhar sobre mim e sinto também que o seu olhar é um olhar de pena, mas não preciso que ele tenha pena de mim quando claramente tenho um pai e uma mãe que prestam tanto como as moscas. E mesmo assim é um insulto às moscas que ainda têm a habilidade de voar e aqueles dois só tiveram habilidade para me esquecer e me colocar de lado. Obviamente que isso me destrói por dento porque no final de contas nunca tive o carinho deles ou sequer tive um momento em que eles realmente quisessem saber de qualquer feito que tenha sido meu. Decidiram seguir com as suas vidas comigo debaixo dos seus narizes, fizeram-me sentir que não era nada mais do que um fardo então fiz questão de passar uma borracha no que tocavam a memórias minhas em ambas as suas vidas. E a partir de agora iria fazer os possíveis e impossíveis para que nunca mais tivessem de lidar comigo.
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Parece que pelo menos uma vez as coisas estão a ir de caminho com o que quer a Braelynn ahah E tenho visto muito a dizerem que estão a gostar deste casalinho, mas não sei se eles vão chegar a ser ;)
Obrigada pelos mais de 900 votos e mais 400 comentários. Vocês são umas lindas!
Haverá um novo capítulo segunda ou terça, depende de como vocês se portarem bem xp Ainda não escolhi quem vai ser a nova Braelynn mas muito obrigada pelas vossas sugestões.
Love you all!
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Depressed // H.S
Fiksi Penggemar"Não sei descrever aquilo que sinto. Não estou feliz e eu sei disso, mas ao mesmo tempo eu não estou exatamente triste também. Acho que apenas estou presa entre estas duas emoções e tudo o que sei é que me sinto vazia." Copyright © SoullessHoran...