Capítulo 24 #MaryFranksteinPoeAforçaDaAmizade

53 33 13
                                    

Os amigos decidem que seria maravilhoso se passassem a noite juntos outra vez, conversando, contando histórias... Os garotos arrumam três colchões na sala, um de casal para as meninas e dois de solteiro, um para cada menino, deixam apenas as luzes dos abajures acesas e deitam-se.

– Aconteceu na Suíça... – começa Jimmy – Um grupo de amigos passava o final de semana juntos. Mary, a meia irmã dela Claire, Percy, Lorde Byron e o médico John Polidori. O cenário era uma mansão e tempestades que não cessavam. Os amigos encontraram um livro antigo sobre fantasmas e iniciaram a leitura em voz alta. Depois da leitura, Byron lançou um desafio, cada um teria que escrever o próprio conto de terror.

Mary foi a única que não conseguiu escrever nada de imediato, ela queria produzir algo que causasse muito medo no leitor... Algo bastante horrível... Então ela ouviu uma conversa entre Byron e Percy sobre um campo de estudos que investigava a possibilidade dos mortos voltarem a vida. Essa conversa não saiu da mente de Mary, e ela acabou tendo uma horrível visão... Uma criatura feita com restos de partes humanas... Ela ficou aterrorizada, e concluiu que o leitor também ficaria. E foi nessa mansão, nesse cenário, que Mary escreveu o que se tornaria um clássico. Frankstein!

– Então essa garota, Mary, é a nossa Mary Shelley? – indaga Vicky.

– Exatamente! E sabe o que é mais curioso? O futuro marido de Mary fazia parte desse grupo de final de semana... Percy Byshe Shelley... – responde Jimmy.

– Isso foi fantástico! Nunca se passou por minha cabeça que foi dessa forma que ela escreveu Frankstein! – afirma AngelLee.

– Então ela escreveu um clássico a partir de uma conversa que ela ouviu? – conclui Miguel – Quanta imaginação!

– Eu tenho uma dúvida... Frankstein, é o nome da criatura, certo? – pergunta Vicky.

– Não. Embora muitos pensem que sim. Frankstein é o nome do doutor que criou a criatura. A criatura é chamada de... A coisa – esclarece Jimmy.

– Eu não fazia ideia! Quando via a imagem daquela criatura horrenda com pregos na cabeça eu pensava, este aí é, sem dúvidas, o Frankstein! – e todos riram da maneira divertida que Vicky defendeu a ideia dela.

E assim, os amigos passaram boa parte da noite... Contando histórias.

– Vamos chamá-lo de Ele – inicia AngelLee – Ele se sentia injustiçado, insultado por esse tal Fortunato, e disse a si mesmo que se vingaria... Fortunato era um bom entendedor de vinhos e se orgulhava por isso.

Sabe quando sabemos que temos mais entendimento sobre determinado assunto do que as outras pessoas? E queremos provar isso? Fortunato era assim.

Quando Ele disse que havia comprado um vinho, um barril de amontillado, mas que tinha suas dúvidas de que o produto fosse realmente esse, Fortunato também duvidou, e mais que depressa mostrou os conhecimentos dele, disse que devido à época era impossível o vinho ser de amontillado. Ele disse que chamaria um amigo que entendia sobre o assunto, para que ele verificasse o vinho, foi uma estratégia inteligente porque Ele sabia que Fortunato jamais permitiria que alguém tomasse o lugar dele de profundo conhecedor de vinhos.

Ele deu bebida a Fortunato na intenção de alterar a consciência dele, depois o guiou pela Cripta, que em seu interior revelou uma nova Cripta... Um lugar escuro, úmido, com paredes revestidas de restos humanos...

Havia um espaço aberto na parede, ansioso para encontrar o tal barril com o vinho, Fortunato entrou. A leve embriaguez dele não o deixou perceber que estava sendo acorrentado. A luz da tocha não era suficiente para iluminar o final do caminho, portanto, ele não pode ver que no fundo havia uma parede de granito.

Pobre Fortunato, em momento algum desconfiou do suposto amigo dele, em momento algum se quer imaginou o destino cruel que o aguardava...

O suposto amigo de Fortunato pegou as pedras, a argamassa, e começou o trabalho, fileira após fileira Ele emparedou a entrada da parede, trancando Fortunato para sempre.

– OhmeuDeus! Isso foi horrível! – disse Vicky realmente horrorizada – Essa cripta me causou arrepios, e Ele, me causou medo. Muito medo!

– Edgar Allan Poe costuma causar esse efeito nas pessoas – afirma Jimmy.

– Buuu!!! – Miguel ascende a lanterna contra o rosto e revira os olhos, revelando uma careta assustadora.

– Aaahhhhh!!! – gritam as garotas – Miguel!! – gritam em uníssono.

AngelLee, Vicky e Jimmy dormem. Miguel os observa sob as luzes dos abajures... O coração dele se enche de ternura e alegria, e ele tem certeza de que há algo pelo qual vale a pena reunir suas forças e lutar. Seus amigos.


FERIDOSOnde histórias criam vida. Descubra agora