Final de noite, o silêncio prevalecia nas ruas de Damn Hill. Apenas uma alma viva na rua, o Sr. Scott. Mas o que fazia ele sozinho a altas horas da noite? Parecia estar com pressa, acelerava cada vez mais o passo. Mas o que queria? Estava misterioso, inexplicável e, de repente, parou à porta do colégio.
Espera... O que queria ele a essa hora? Tirou de seu bolso o colar misterioso e entrou no colégio. Os corredores escuros, amedrontadores, uma ventania incessante do lado de fora, que entrava pela porta que ele havia deixado aberta, e chocava-se contra os armários dos alunos. Ele sentiu que estava sendo observado, aquele frio na barriga, o medo em sua face. O Sr. Scott colocou o colar dentro do armário de um dos alunos, não sabia a quem pertencia o armário, mas queria evitar que quem quer que fosse que estivesse o observando pegasse o colar.
Assim que ia saindo do colégio, de volta às ruas escuras, percebeu que estava de fato sendo observado. Viu no fim da rua um vulto, que havia parado ali debaixo da luz de um poste de esquina. Era um homem jovem. Sr. Scott começou a andar rapidamente para o lado contrário ao daquele homem, mas vultos atormentavam-no e, assim que olhou para trás, não viu ninguém. Aquele homem havia sumido, então o Sr. Scott parou ali mesmo, no meio da rua, em frente a um barzinho de esquina, com o medo exposto em seu rosto. Estava assustado, quando escutou uma voz que disse mansamente:
– Olá... papai.
O Sr. Scott, assustado, vira-se rapidamente e logo muda a expressão para uma séria, parecia mais de raiva.
– O que está fazendo aqui? – Disse ele, despreocupado.
– Ah Sr. Scott, essa não é uma forma muito educada de se receber um convidado... Papai. – Julian referiu-se ao Sr. Scott como pai, com ironia. Aquele garoto alto de cabelos e olhos pretos, que levavam fúria e tristeza, deixou o Sr. Scott trêmulo. Ele o temia, mas já deixou logo explícito que não se importava.
– Eu não sou seu pai, sua aberração. – Disse o Sr. Scott, com agressividade na voz. Ele virou as costas e começou a andar, mas sem explicação ele parou. De alguma forma, estava preso, não conseguia mexer suas pernas. Algo mais forte o segurava parado ali.
– Aberração? Ah, sim! – Julian concordou, era uma aberração. Ele continuou com fúria no olhar, mas com a voz calma. – A aberração que você e aquele seu grupo maldito criaram... – Ele sorriu com ironia. – Criaram e depois tentaram destruir... Achou mesmo que conseguiria? – Outro sorriso correu em seu rosto, Julian aproximou-se cara a cara com o Sr. Scott. – Tentou destruir seu próprio filho. – Julian gritou enfurecido, mas controlou-se rapidamente.
O Sr. Scott percebeu o ódio no olhar de Julian, que o rodeava, olhando-o sempre nos olhos. Seus olhos pretos que fixavam um olhar frio. O Sr. Scott mostrava-se firme e nem um pouco arrependido.
– Sinto muito. Agora me deixe ir, por favor! ... Filho. – Disse o Sr. Scott, tentando comovê-lo.
Julian deixou que caísse uma lágrima de seus olhos, mas, com grande ódio no coração, secou-as rapidamente. – Eu vim de muito longe pra te encontrar, e não vou te deixar vivo... – disse ele, com uma face inexpressiva.
– Não, por favor, não faça isso. – O Sr. Scott implorou pela vida com lágrimas nos olhos. Mas o ódio que Julian tinha pelo pai era maior, e havia muitos motivos para odiá-lo!
– Sinto muito... – apenas com essas palavras, Julian fechou sua mão e o Sr. Scott caiu morto, com o pescoço quebrado. Sem o menor esforço, Julian matou seu pai, e sem tocá-lo. Como explicar isso? Não havia explicação, pelo menos não naquele momento. Sem nenhum peso na consciência, Julian virou-se e andou pelas ruas calmamente, como se não houvesse acontecido nada. E o porquê de tanta frieza? O que havia de tão assombroso no passado dele? Não tinha mais do que 20 anos, quantas coisas poderiam ter acontecido para ter esse ódio no coração, tão imenso? E ali continuou o corpo do Sr. Scott, estirado no chão, sem nenhuma gota de sangue, nenhuma digital, e nenhuma prova que culpasse Julian daquele assassinato. Como descobririam quem o matou? Não descobririam!
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Luas de Sangue - Vol. 1 - Ascensão (Amostra do livro físico)
RomanceQuerido diário... Estou de volta a minha cidade após ter viajado com minha avó nas férias de verão, para termos mais tempo juntas... Damn Hill é onde eu nasci e cresci ao lado do meu amigo Chris, pelo qual estou me apaixonando. Aqui sempre foi uma c...