Castelo

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Observo agora minha bebida verde no copo, a piscina ao meu lado coberta pela luz do Sol em início da tarde. Uma bela mesa de bilhar na garagem atrás de mim e as garrafas vazias de álcool, que casa grande é essa que vim parar?
Sim, uma casa imensamente vazia. Ouço Eden enquanto penso, porque gostam tanto do luxo? Da fama, riquezas e todo esse teatro?
Sinceramente, não sei. Apenas penso em olhos castanhos, sorriso cansado. Lábios curvos e delicados que sempre desejei te los. Começo à pensar, o que faço aqui? Porque vim parar nessa casa imensa e vazia? Casa essa, cheia de gente vazia.
Bebo mais um gole do líquido verde e penso, porque ainda estou aqui? Talvez porque, eu ame o luxo, a realeza, a riqueza.
Talvez porque, meu castelo faça me sentir melhor, tentando preencher a falta que você faz, ou um refúgio para contra a solidão, essa, que me persegue e não me deixa escapar.
Escapar. É, não posso fugir, não tenho onde me esconder nem para onde correr. Você me persegue, solidão eterna e vazio interno, vocês me perseguem.
Ah que eu faço aqui? Tento me esconder? Tento apenas me refugiar em um castelo, imenso e vazio, cheio de solidão e luxo. Talvez tente me esconder da verdade por trás da minha muralha de diamantes.
Olhando agora, a visão do topo dele tento me entender e procurar uma razão para estar aqui, porque, sim meu bem. Eu não me entendo nem mesmo com meu luxo, meu trono e coroa. Ah meu amor, ainda quero esses olhos castanhos, ainda quero esses lábios doces e calmos.
Me escondi no meu castelo com meus servos, e nada adiantou. Nem mesmo o mais dedicado conseguiu me distrair por muito tempo, logo, veio você em minha mente meu anjo. Nem todo diamante, nem todo luxo ou mesmo meu trono e coroa me satisfazem mais.
Meus súditos são inúteis agora, servos dedicados não fazem mais diferença, nem essa bebida cara, nem esse trono de ouro e diamantes me servem. Muito menos a paisagem, que eu amo olhar, pode me manter distraída.
Anjo, o que fez comigo? Meu luxo, meu mimo, minhas sombras e diamantes não fazem mais sentido sem você. Sem seus olhos castanhos.
Nem mesmo todos os diamantes de meu castelo, meu ouro e trono. Não tem o valor de seus olhos castanhos e sorriso cansado.
Nada mais me vale que suas confusões mentais e sua voz inebriante, a minha bebida cara, importada. Não serve e não me é o suficiente para me embriagar como sua voz.
Não há nada que me satisfaça mais que você, nada mais me é útil, nada faz mais sentido. Nem meu castelo, meu trono de diamantes e ferro, nem meu ouro, muito menos meu luxo. Nada mais me é útil sem você.
Eu bebo meu líquido verde novamente e penso, o que estou fazendo aqui? Porque não te tenho aqui? O que fiz para merecer tão punição? Isolada aqui, sem você. Sozinha novamente em um castelo frio e vazio, cheio de riquezas e diamantes, não me fazem mais sentido.

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