" - Vincent? Que fantasia horrorosa! Quando me disse que iria se vestir de palhaço, pensei em algo mais fofinho. - Falei fazendo uma careta.- Puxa, Helena, não gostou?
- Não. Você está parecendo um palhaço que saiu de algum filme de terror. Desculpa, mas seu visual está muito macabro.
- Ora... Essa era a minha intenção, afinal, hoje é noite pra se divertir e assustar os outros. E obrigado pelo elogio, você também está linda, minha palhacinha.
Nos abraçamos, rimos bastante e começamos à andar pelas ruas, dava pra ver a cara assustada de algumas crianças que não gostaram da fantasia dele, e algumas saíram correndo de medo. Fomos conversando e batendo de casa em casa como as outras pessoas, a gente sabia que já éramos grandinhos o bastante para sair pedindo doces, mas adorávamos, e a noite estava perfeita até então.
- Só nós mesmos, em vez de estarmos em alguma festinha, bebendo com o povo, estamos parecendo duas criançonas que sofrem por abstinência de doces por dias. - Falei levando uma bala de chocolate até a boca.
- Depois a gente vai pra algum lugar... Afinal, a noite só está começando.
Não estava muito tarde, era 22:00 horas, porém o lugar por onde seguíamos estava um paradão. Não se via uma alma viva.
- Vamos passar por aqui. - Ele dizia puxando minha mão.
- É melhor não, Vincent. Tá muito escuro, e eu já estou com medo.
- Vamos. O que poderia acontecer? E vamos chegar bem mais rápido, afinal, é só um atalho.
...
Em filmes de terror, sempre acontece algo com as pessoas que pegam atalhos, e conosco não foi diferente.
Um pessoal que era implicado com o Vinc, começaram à nos perseguir, mas ao final de uma rua deserta e sem saída, eles nos alcançaram.
- E aí, Vinc, frutinha da minha vida. - Um deles falou.
- Me deixa em paz, Enzo.
- E essa belezinha com você? É a sua namorada de mentirinha?
- Não te interessa, vaza daqui, cara.
- Ou o quê, Vinc? Vai me dar uma surra? Com suas mãos frágeis? - Assim que ele diz isso, Vinc dá uma bifa no meio da cara dele, e os dois começam à brigar e rolar no chão.
Eu gritava para eles pararem, mas ninguém me ouvia. Os colegas do Enzo nada faziam para ajudar, apenas ficaram observando com sorrisos demoníacos nos rostos.
Depois de alguns instantes, Enzo consegue derrubar Vinc no chão. Porém ele não se mexia mais.
- Vinc? Vinc? - Corri até meu amigo. - O que você fez seu monstro?
Sangue escorria de seu peito. E algo pontiagudo ensanguentado estava na mão daquele cara desprezível.
- Droga, droga, droga. Foi um acidente. - Ele dizia com as mãos sujas de sangue na cabeça.
- Essa NÃO, Vin...cent... - Falei num sussurro, vendo em seu olhar um último momento de vida. Me levanto de vagar, e faço menção de correr.
- Hey, hey, volte aqui palhacinha. Peguem ela. - Ele gritou.
- Vocês são doentes, o que fizeram? Me soltem! - Falei gritando com aqueles monstros, eles me seguraram, taparam minha boca e começaram a me espancar ali mesmo, naquele beco escuro.
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Gostosuras ou... Morte - Parte 1
Short StoryHelena presencia seu melhor amigo, Vincent, ser morto numa brincadeira de mau gosto em uma noite de comemoração ao Dia das Bruxas. O pior de tudo é que ela sabe quem são os responsáveis, mas não pode contar nada à ninguém, pois vem sendo ameaçada po...