O novo garoto

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Quando terminei aquela bendita prova já imaginei que iria pegar recuperação, nunca me dei bem com biologia, então enfrentei a triste realidade e entreguei a prova pra a Sra. Macravel e sai da sala. Sim parece nome de uma senhora louca, mas aparentemente era isso que ela era, a louca da biologia.
Eu fui sentar na grama junto com as meninas, mas minha cabeça como sempre estava em outro lugar, eu fiquei pensando o porquê de esbarrar com o Gustavo e qual seria a próxima piada do destino comigo, mas sai do transe quando a Manuela quase me estapeou, querendo me avisar que ele estava vindo:
– Ma, sai desse mundo e olha quem tá vindo na nossa direção.
Quando percebi o Gustavo estava a menos de vinte passos de mim, não tive tempo se quer de arrumar o meu cabelo e fazer o que aquelas meninas bonitas fazem, mesmo eu sendo um fracasso.
– Oi você é a Maria Ravena da minha aula de química, certo?– ele disse sorrindo – Ah oi, isso mesmo, Maria Ravena sou eu, prazer!
– Então, eu queria saber se você pode me passar as fórmulas da aula passada, não consegui pegar todas! – Meu Deus, ele queria o meu caderno, o meu caderno. E é claro que eu fiquei sem reação e apenas balancei a cabeça que sim. Ele agradeceu e saiu, eu só tive o tempo de pensar uma coisa antes das meninas surtarem, " vai começar em 3,2,1".
–AAAAAH, ELE VEIO FALAR COM VOCÊ MA, MENINA TA PODENDO – não dei muita moral pra elas era sempre a mesma coisa quando qualquer menino vinha falar comigo, e então eu simplesmente liguei para minha mãe ir me buscar.
Já em casa, peguei meu celular e fui olhar minhas mensagens, e por incrível que pareça a Bri (minha melhor amiga virtual) me colocou em um grupo com quatro pessoas. Conhecia duas, mas tinha um menino lá que não fazia ideia de quem era, seu nome era Caio,  o modo de conversar dele aparentava que era uma pessoa divertida, e eu não estava enganada ele era super gente boa.
Por causa de uma discussão boba da Bri, só ficou eu e ele no grupo. E como não tinha nada pra fazer resolvi puxar assunto. Ele era tão incrível, nós ficamos horas conversando e o assunto não morria, os nossos gostos eram totalmente parecidos, nossa paixão pela lua e as estrelas, e os assuntos os melhores, ele me entendeu em menos de duas horas de conversa e eu aos poucos fui sentindo uma coisa diferente, sentia que iria precisar dele e ele aparentava que iria precisar de mim também. E a melhor parte foi quando ele me disse que borboletas eram fugitivas da polícia, só a gente entendia o motivo delas serem fugitivas
Nosso assunto tava tão gostoso, mas eu tinha aula no dia seguinte e quando olhei o relógio já eram duas é quinze da madrugada.
– Meu senhor, Caio já tá tarde e eu tenho que dormir, até amanhã.
– Até amanhã minha amiguinha – não sei porque, mas soltei um sorriso tão bobo depois que li aquela e mensagem e junto com ele veio o enorme pressentimento que ele iria virar minha vida de cabeça para baixo...

Eles não entendemOnde histórias criam vida. Descubra agora