Novo Capítulo

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20 de fevereiro de 1987

Queridos Tessa e Glyn,


Prometi falar mais sobre o Deus, a Deusa e as bruxas. Terminamos de celebrar o


Imbolg (Dia da Noiva), e eu gostaria de colocar este festival no contexto, para dar uma idéia


global do ano das bruxas. Como disse em minha última carta, estas coisas estão relacionadas,


pois as oito festas constituem celebrações de eventos na vida terrena da Deusa e do Deus


manifestos. Posso escrever a respeito de ambos os assuntos numa única carta.


Nem todas as bruxas entendem essa história da mesma forma. É um discurso poético,


não uma fórmula química. Então há muitas interpretações, como em qualquer seqüência de


símbolos ou de imagens. Vocês darão sua própria interpretação, a qual mudará, com o tempo,


assim como vocês também mudarão. O primeiro entendimento será modificado pela intuição


e pela experiência, com a aquisição de novos conhecimentos.


Aqui está o meu modo de ver, para que possam iniciar. Começa com um paradoxo.


Escolho um novo ano e digo: - É aqui que o ciclo se inicia. Mas não existe começo nem fim


num círculo. E o ano tem um ritmo cíclico, não uma progressão linear. Samhain (Hallowe'en)


era o Ano-novo celta e é celebrado como tal pela maioria das bruxas. O solstício de inverno é


outra argumentação óbvia. Porém, a festa mais fácil de nos relacionarmos para um novo


começo é Imbolg. O início da primavera. Os primeiros crescimentos estão surgindo agora. A


Deusa é virgem de novo e o Deus, renascido, no solstício de inverno, aparece agora como um


jovem. Seu amor promete consumação, crescimento e fertilidade. No próximo festival, o


equinócio da primavera, luz e sombra se equilibram, dia e noite em igual extensão; a luz,


porém, se eleva. Aqui, o jovem Deus finalmente quebra as correntes do inverno.


O casal agora se compromete, e sua união sexual proporciona um novo equilíbrio à


vida.


Em Beltane, o festival da véspera de maio, que segue o equinócio da primavera no


ciclo anual, a Deusa e o Deus se casam.


Claro, é impossível que a Deusa possa ser uma esposa no sentido cristão. Porém, não é


este o significado. Eles se tornam unidos como um casal apaixonado. Pois o amor existe como


fato subjetivo e objetivo; é o ápice de toda nossa gama de experiências psicoemocionais.
O amor é da Deusa. E também do Deus, no seu papel de jovem Eros, extasiado, com mistura de


reverência e desejo que tanto transforma quanto renova. Quando o amor é verdadeiro, é


impessoal, reconhecendo o deus ou a deusa em cada homem ou mulher, e é intensamente


pessoal, estando centrado de forma íntima no ser amado. Então, em Beltane, Deus e Deusa se


"casam".

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⏰ Última atualização: Nov 09, 2016 ⏰

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