나는 남편이 (Imagine Jimin)

lembranças

Minhas malas já estavam prontas, nem acredito que eu realmente vou pra Coreia morar com o Jimin.. isso é tão inacreditável! Quando cheguei em casa, minha mãe já havia voltado para o trabalho então não pude vê-la e isso me deixou mais aliviada, porém agora eu teria de ir e enfrentá-la, ainda estou achando muito estranho o fato de ela ter deixado, tenho o péssimo pressentimento que ela vai aprontar algo e isso é o que me dá medo. Sai de meus pensamentos com meu celular vibrando.

Whatsapp on.

Fê: já estamos chegando! 06:32h

S/n: ok. 06:32h

Whatsapp off.

Suspirei, peguei minhas malas e fui para a sala, chegando lá encontro minha mãe com um papel na mão.. era agora, hora de enfrentar a fera.

– mãe? – ela olhou pra mim com o rosto sem expressão alguma. – hãn.. eu.. eu já vou.. mas volto daqui a um ano e…

– não. – simplesmente falou.

– o quê? – perguntei confusa.

– você não vai voltar pra essa casa! – ela disse jogando o papel que estava em sua mão em mim.

– o que é isso? – peguei o papel que tinha caído no chão – e por que não vou voltar para casa?

– essa é sua emancipação, está livre! Não quero te ver nunca mais nessa casa! Vá e não volte a botar os pés aqui! – disse como se não se importasse.

– quê? – sussurrei.

– você ouviu muito bem!

– mãe por favor.. – comecei com lágrimas nos olhos, ligo começando a cair.

– você fez sua escolha e eu fiz a minha, agora vá! – assim que ela disse isso a campainha tocou.

Enxuguei rapidamente as lágrimas e levantei a cabeça.

– tudo bem, não irei mais incomodá-la! Com licença. – falei pegando minhas malas e saindo de casa dando de cara com Fernanda e os meninos. Ela estava sorrindo mas assim que viu minha cara que não deveria estar a das melhores ela desfez o sorriso logo me perguntando em português para que só eu entendesse.

– o que aconteceu?

– minha mãe meio que.. me expulsou de casa.

– o quê?

– ela disse que eu não voltasse aqui nunca mais. – disse com novas lágrimas se formando e ela me abraçou.

– ah amiga.. não chore, eu estou aqui para o que você precisar e agora.. bem, agora você também tem o Jimin! – sorri e olhei pra ele por cima do ombro de Fernanda e pude ver o mesmo com a cara um pouco preocupada.

– tem razão.. obrigada! Vou sentir tanto a sua falta! – falei a abraçando ainda mais forte.

– eu sei.. também vou sentir a sua.

– está tudo bem? – Jimin perguntou se aproximando e eu e Fernanda nos separamos do abraço.

– está sim, estamos apenas nos despedindo – respondi sorrindo para o mesmo.

– então vamos? – perguntou Namjoon se pronunciando.

– vamos. – disse por fim dando  mais um abraço em Fernanda.

– assim que chegar lá me avise e não se esqueça nunca de mim okay?

– pode deixar! – finalmente entrei no carro dando tchau pra ela.

°°°

Já estávamos no avião, por sorte eu tinha pegado um poltrona na janela e o avião tinha acabado de decolar. Encostei minha cabeça no vidro da janela e me veio lembranças nas quais eu preferiria ter esquecido.

Lembranças on

Há dois anos, no dia do meu aniversário, eu, meus pais e meu irmão mais velho iríamos ao teatro onde meu pai trabalhava, ele estava super ansioso por que ele iria fazer uma apresentação que a anos ele se preparava e queria muito que víssemos. Lembro que ele não parava de falar o quanto estava animado para que sua família ouvisse pela primeira vez o solo que ele havia preparado por tanto tempo, porém quando a hora se aproximava minha mãe recebeu uma chamada de seu trabalho, ela era enfermeira, houve uma emergência e o hospital estava prevista de enfermeiros, e ela claro se dispôs a ir imediatamente. Fiquei tão chateada com o fato de ela não ir que acabei desistindo e ficando em casa, meu pai ficou super triste, mas meu irmão garantiu que ele seria o primeiro a aplaudir de pé, fiquei muito mal e antes de sair me desculpe com meu pai.

– desculpa pai.. desculpa mesmo mas é que..

– shh.. eu sei meu bem, eu sei, não se preocupe. – disse ele me abraçando.

– eu te amo tanto pai.

– eu também te amo querida. – disse ele me dando um beijo na testa e saindo. Logo meu irmão apareceu na minha frente e falou:

– tchau maninha. – disse me abraçando. – te amo – e afagou os meu cabelos como sempre fazia.

– também te amo maninho. – falei fechando a porta de casa.

Estava um tempo de inverno, as ruas estavam escorregadias e chovia muito. De acordo com os policiais, meu pai deveria estar acima da velocidade permitida quando tudo aconteceu. Um grande caminhão de carga vinha em alta velocidade quando o motorista do mesmo perdeu o controle do volante e meu pai não conseguiu desviar a tempo e o caminhão bateu com tudo no carro dele. O carro ficou totalmente destruído e por baixo do caminhão, meu pai morreu na hora e meu irmão foi levado imediatamente ao hospital mais próximo, ele ficou vegetando durante semanas até que um dia eu cheguei no hospital e minha mãe estava chorando silenciosamente ao lado do leito, perguntei o que estava acontecendo e houve silêncio por uns minutos e finalmente disse:

– não dava mais, não pude aguentar, pedi para desligarem os aparelhos.

Eu já não estava bem pela perda do meu pai, mas quando ela disse que tinha pedido para desligarem os aparelhos que estavam mantendo meu irmão vivo, meu mundo desabou. Passei dias, semanas chorando, não tinha forças pra nada. Entrei em depressão e passei meses internada, até que Fernanda apareceu. Na época nem éramos tão amigas, mas ela me disse que deveria lutar, lutar por eles pois, eles não iriam querer que eu ficasse naquele estado e foi aí que eu abri meus olhos, ela tinha razão eu deveria lutar por eles, ser feliz por eles e era isso que eu ia fazer. Desde então nos tornamos melhores amigas e ela me ajudou a sair daquele estado horrível. Minha mãe, bem.. minha mãe praticamente se fechou pro mundo, e começou a me tratar como uma pessoa qualquer, se não fosse por Fernanda e sua família eu não sei o que teria sido de mim.

Lembranças off

Quando as lembranças acabaram estava chorando rios, chorando e soluçando muito. Olhei para o lado e agradeci a Deus pelos meninos estarem dormindo. Depois de tanto chorar acabei dormindo também.