Doce teimosia

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– Hum Kai – Abri meus olhos e vi Miyavi sorrindo para mim, é hora de voltar ao presente.

Sim presente: Sábado de manhã e Miyavi acabou de me acordar com um delicioso beijo de chocolate.

Logo entendi porque ele estava gemendo. Ficar pensando naquelas lembranças todas durante um beijo me deixou bastante excitado.

– Está com pressa hoje – Disse malicioso tocando meu membro desperto.

– E vai ficar aí parado até receber a certeza divina?

Tudo bem, eu não tenho paciência. Mas Miyavi também tem certo percentual nessa culpa, afinal com ele ali por quase uma semana, eu passei a me descobrir muito mais pervertido do que imaginava algum dia poder ser.

– Mas que menino revoltado, não me tente a lhe impor bons modos!

Ah esse timbre irônico e perverso por trás desse sorriso bobo e de um olhar carregado de malícia. Se o pecado tem uma face eu tenho certeza de que estou olhando para ela nesse momento, e um calafrio percorre meu corpo.

Estreitei meus olhos o encarando, eu não precisava me prestar a responder isso, apenas o puxei pela gola da camiseta e o beijei. Ainda assim meus lábios pareciam ter vontade própria e mesmo sem minha autorização desenharam audivelmente a resposta.

– Abusado – Foi o que eu disse ainda pressionando seus lábios contra os meus.

– Hum... – Ele se pôs completamente sobre mim pressionando seu corpo contra o meu de um jeito covardemente gostoso – O abusado que você ama, não é mesmo?

Eu ri, rouca e pausadamente, completamente debochado. O que ele dizia era verdade, mas eu sabia que esta minha reação o instigava a ser ainda mais... Abusado.

A expressão que via em seu rosto após me mostrou que eu tinha acertado em cheio o tom. Um brilho furtivo e extremamente predatório ascendeu em seu olhar. Acabo de descobrir que minha manhã será prazerosamente longa.

Deixe-me esclarecer que não via problema em admitir algo tão obvio à Miyavi. Mas eu sabia que dar a ele um bom motivo para me torturar até arrancar aquela confirmação boba de minha boca era uma estratégia que não excitava somente a mim.

– Vamos ver se não ama. – Disse provocante mordendo o lóbulo da minha orelha.
Tão depressa senti suas mãos espertas adentrarem por baixo da minha camiseta dedilhando cada detalhe e elevação do meu corpo, a boca fez questão de lamber o caminho entre as reentrâncias da minha orelha, seguindo pela pele exposta por trás da mesma. Takamasa desceu a língua pelo caminho marcado entre a lateral do meu pescoço e a nuca fazendo-me arrepiar.

Abri minha boca involuntariamente para liberar um gemido cálido que fugiu ao meu controle. E tão rápido quanto meu instinto, foi Myv que se apossou de minha boca bruscamente fazendo-me engolir o gemido.

Senti aliciar meu corpo enquanto sugava minha boca, chupando e acarinhando minha língua de cima abaixo com seus lábios levemente carnudos, instigando-me a imaginar como se fizesse esses mesmos movimentos em outros pontos mais íntimos do meu corpo. Miyavi suspirou e parou a brincadeira segurando minha face com ambas as mãos.

– Ama ou não ama? – Perguntou passando a língua pelos lábios a fim de levar embora o excesso de saliva que havia se acumulado ali enquanto me forçava a encará-lo.

– Hum...

O gemido saiu involuntário do fundo de minha garganta enquanto ainda suspirava profundamente em busca de ar, algo que parecia em falta por ali já que aquele quarto começava a ficar insuportavelmente quente pro meu gosto. Ainda assim apenas o olhei sem dizer nada, mordi meu lábio inferior admirando-o com desejo. Eu sabia que ele não se daria por satisfeito até ouvir com todas as letras.

A revolta do UkeOnde histórias criam vida. Descubra agora