Depois de uma manhã tão bem vivida, concordei em irmos pro shopping já que ele queria ir ao cinema. Como se eu não soubesse qual o verdadeiro interesse dele com isso.
Mas ao mesmo tempo parecia ser tão importante para ele sair por aí e “passear” comigo que nem questionei. Apesar do atraso conseguimos ainda almoçar com nossos amigos como todos os dias, e assim que os portões do internato se abriram, seguimos direto para o centro daquela cidadezinha.
Ele estava muito quieto, certamente planejando alguma coisa. Passamos lado a lado pela porta e caminhamos até o elevador do térreo, o silêncio maquiavélico de Miyavi me instiga retomar o desfecho daquela lembrança interrompida anteriormente.
A lembrança da nossa pequena discussão no dia seguinte ao início do nosso relacionamento:
.:.
– Como você nuca beijou ninguém? Você é o experiente entre nós dois! – Disse incrédulo após uma breve discussão entre meu desabafo em desejar seus lábios e aquela resposta absurda.
– Viu só, se eu tivesse respondido isso naquela hora você ia ter reagido dessa mesma forma e minha glória por ter finalmente quebrado suas barreiras teriam ido por água abaixo.
– Isso ainda não me faz entender como isto pode ser verdade!
– Kai, beijar você foi a primeira coisa que eu tentei fazer quando cheguei aqui. É o tipo de contato que eu só sinto vontade de fazer com você, sabe, é diferente de fazer sexo... A necessidade de se aliviar e suprimir a sua ausência.Eu me surpreendo com essa criatura a cada momento que passa. Joguei-o pro lado e me levantei estendendo a mão para que me acompanhasse. Será que só ele não percebia que tinha invertido completamente a ordem natural das coisas?
– E ia adiar isso até quando? – Questionei andando com ele alguns passos.
– Me sinto no dever de ser sempre perfeito com você – Sorriu com sinceridade.
Parei onde estava e me virei de frente para ele, permitindo que me abraçasse pela cintura:
– Bom pelo menos há alguma coisa que serei eu a ensinar a você – Fechei meus braços em torno de seu pescoço.
– Tirei a sua virgindade duas vezes! – Respondeu sarcástico, que mania de ter sempre a última palavra!
Ignorei a frase sem nexo e me aproximei de sua face, tomei o lábio superior entre os meus e em seguida o inferior. Ah aquele lábio mais carnudinho que eu estava louco pra ter e o acolhi no calor dos meus, logo sucumbindo ao desejo de sugá-los. Fiz isso sem pressa, eu tinha permissão para tomar aquela boca por completo e ia fazer isso eliminando todos meus anseios.
Um estalo anunciou o momento em que deixei de massagear meu motivo de desejos tão insanos e que agora, me parecia ainda mais tentador quando inchado. Encostei minha boca na dele e fui lhe dando diversos selinhos até que ele próprio por puro instinto os entreabriu permitindo a passagem úmida da minha língua curiosa que seguiu em busca da dele.
Apenas o beijei, deixaria meus fetiches e obscenidades para quando nos entendêssemos plenamente nessa disputa deliciosa de línguas. A boca de Miyavi era quente e suculenta quanto imaginei, uma delícia em todos os sentidos, ângulos e inclinações.
A certa altura aquela mão que pousava em minha cintura já aquecia e massageava minha bunda enquanto a outra percorria meu corpo. Myv parece ter entendido rápido que o verdadeiro sentido do beijo é a maneira como coloca ideias insanas em nossa cabeça e estimulando a vontade em nossos corpos a segui-las piamente.
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A revolta do Uke
FanfictionNa continuação de "Uke, não o seu Uke" Miyavi finalmente conseguiu fazer com que Kai o aceitasse. Mas nem tudo são flores na rotina do recém-casal. Myv e Kai ainda precisam afinar algumas notas em sua sintonia.