Eram 9h30 da manhã e era uma quarta-feira como qualquer outra quarta-feira, qualquer outro dia porque para Rita todos os dias eram iguais. Rita acordava com aquele desejo de querer estar morta, mas era só um desejo mesmo porque ela não conseguia tirar a própria vida.
Levanta da cama meio cambaleando, como se estivesse de ressaca de uma festa badalada da noite anterior mas na real ela tinha feito maratona de Dexter. Desce até a cozinha, tropeça na gata e ainda pede desculpas; se senta e fica esperando que o café se sirva sozinho para ela mas a vida não é um conto de fadas.
A campainha toca (para Rita o toque da campainha é um dos mais irritantes do mundo), ela tenta ignorar mas alguém continua tocando aquele botãozinho que ecoa o barulhinho do inferno que logo faz Rita ir ver quem é.
Parada do outro lado está a linda Olivia, vestindo uma simples camiseta amarela e um jeans desbotado mas ainda assim não deixando de estar linda.
- Joga a chave, precisamos conversar - grita Olivia.
Rita odeia interagir com as pessoas, mesmo Olivia sendo sua amiga de infância ela odiava suas visitas e como de costume ela joga as chaves.
- O que foi? Eu tenho tanto o que fazer e - é interrompida por um abraço tão forte que ela pensou que algum osso seu foi quebrado - que você tá fazendo?
- Desculpa, eu sei que você não gosta de contato mas eu estou tão feliz - Olivia sorria tanto que dava pra contar os dentes dela.
- Tá, o que você tem?
- Eric vai me pedir em casamento, eu to sentindo que vai.
- Você tá sentindo o que? - Rita com cara de cínica completa - ele está dentro de você pra você estar sentindo alguma coisa? Pelo amor de Deus Olivia, deixa de ser patética.
- Qual o seu problema? Pensei que fossemos amigas.
- Podemos até ser, mas eu não sou obrigada a ficar ouvindo você falar de macho 24 horas por dia.
Antes mesmo da resposta Rita começa a arrumar sua bolsa para ir para o curso, ela se desliga tão facilmente do mundo que nota que Olivia está falando alguma coisa mas não entende exatamente o que é; mas ela também não se importa.
- TALVEZ A CULPA TENHA SIDO SUA MESMO, VOCÊ AFASTA AS PESSOAS - Olivia gritou tão alto que fez Rita voltar para a realidade.
- O que você disse? - Rita tenta se recapitular.
- Você sabe do que eu estou falando, sobre o Adam e que do jeito que você é a culpa possa ser sua.
Rita balança a cabeça negativamente e bem baixinho diz - você não sabe do que está falando, acabe este assunto antes que este assunto acabe com você.
Olivia vai até a cozinha e deixa Rita sozinha no quarto, ainda arrumando sua bolsa ela volta para o seu universo paralelo e vive na realidade de que aquela conversa nunca aconteceu. Mais uma vez, ela é interrompida por Olivia que traz o telefone e diz
- É pra você.
- Quem é?
- Não sei, pega logo
Rita pega o telefone e apenas ouve um suspiro - alô? - sem respostas ela pergunta mais uma vez, o suspiro continua - olha aqui, se não for falar nada então nem liga caralho
- Continua com a mesma acidez - diz a pessoa no outro lado da linha.
Rita arregala os olhos e começa a suar frio, fica estática e gaguejando responde - o que você quer?
- Apenas avisar que o querido Adam está voltando.
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DON'T TRY ME
RomanceRita se encontra em um grande dilema, começar a viver à sua vida ou apenas sobreviver ao dias que se passam. Sendo obrigada a encarar verdades nunca ditas e tomar decisões que ela mesma não sabia que era capaz.